Com jogadores talentosos, Polônia escolhe Paulo Sousa como técnico para subir de patamar

A seleção polonesa já tem um novo treinador. Depois de anunciar a demissão de Jerzy Brzeczek no início desta semana, a Federação Polonesa anunciou a contratação do português Paulo Sousa, que até cinco meses atrás estava à frente do Bordeaux. Com um elenco de jogadores experientes e talentosos, a Federação Polonesa estava insatisfeita com o rendimento da seleção e quer um time que jogue mais, usando os bons jogadores que o país dispõe.
Por ora, não há informações sobre o tempo de contrato, mas Paulo Sousa se sentou para uma entrevista ao site oficial da Federação Polonesa, em que delineou seus planos para a seleção e falou em buscar um estilo de jogo ofensivo, contando com a mentalidade vencedora de alguns dos jogadores.
“O presidente (Zbigniew Boniek) me explicou o que espera da seleção. A principal tarefa é fazer o time jogar mais agressivamente. Falamos um pouco disso, porque isso caracterizou o meu jogo no passado”, afirmou Sousa, enquanto desviou de comparações com Jerzy Brzeczek.
Brzeczek teve um trabalho altamente questionado pelos torcedores, que viam a falta de planos táticos e a grande dependência no poder de decisão dos principais nomes da equipe, como Robert Lewandowski, como um problema. Sua incapacidade de fazer com que algumas peças de talento rendessem mais, como Zielinski, estava também na lista de reclamações, com a torcida lamentando o desperdício do que viam como a melhor geração do futebol nacional. A própria contratação de Brzeczek, em 2018, foi muito criticada, pois o técnico tinha um histórico relativamente curto na liga nacional e apenas uma boa temporada, quando levou o Wisla Plock ao quarto lugar da Ekstraklasa.
Ainda que a demissão não seja uma surpresa diante do nível de futebol que a seleção vinha apresentando, ela surpreende um pouco pelo momento em que acontece, mais de dois meses após o último jogo da seleção e a dois meses das próximas datas. Boniek, presidente da Federação, explicou ao portal polonês Weszło que a decisão já havia sido tomada em novembro, mas que não queria apressá-la e que, depois, não via diferença entre demitir o treinador antes ou depois das festas de fim de ano. Boniek comentou ainda que Brzeczek não estava conseguindo lidar com a pressão por parte da torcida.
Paulo Sousa, que soma passagens por Swansea, Fiorentina e Bordeaux, entre outros clubes, ao longo de uma carreira de pouco mais de 15 anos como técnico, quer implementar uma mentalidade vencedora na Polônia e para isso contará com jogadores como Lewandowski e Szczesny, acostumados a títulos em Bayern de Munique e Juventus, respectivamente.
“O objetivo é construir um time bem forte e completo, que joga com qualidade durante todo o jogo, mas que tem também uma mentalidade vencedora. Às vezes, em alguns países, essa mentalidade é difícil de se alcançar. Para a minha sorte e a da equipe, temos jogadores que têm as qualidades de vencedores, como o Lewandowski, que está acostumado a vencer no Bayern de Munique. Ele sempre quer vencer. O mesmo se aplica ao Wojciech Szczesny. Em clubes como a Juventus, que conheço muito bem, tendo passado vários anos na Itália, toda a cultura é sobre vencer”, comentou.
“É isso que quero ver na seleção polonesa. Não apenas que todo jovem jogador sonhe em jogar pela seleção, mas que todos os jogadores sonhem em vencer títulos”, projetou.
Paulo Sousa tem como tarefa imediata preparar a Polônia para a disputa da Euro 2020, adiada para este ano em decorrência da pandemia do Coronavírus e prevista para acontecer entre 11 de junho e 11 de julho. A seleção polonesa caiu no Grupo E, ao lado de Espanha, Suécia e Eslováquia.