Sem torcida e cheio de desfalques: a missão de Diego Alonso para salvar o cargo no Sevilla

A contratação de Diego Alonso para o Sevilla, em 10 de outubro, foi motivo para questionamentos desde o início, pela ausência de bons trabalhos do técnico uruguaio em um contexto competitivo mais alto. Após 12 jogos, com apenas duas vitórias, as dúvidas se mostraram justas e não ouve uma melhora com a saída de José Luis Mendilibar. Nesta terça-feira (12), contra o Lens pela Champions League, Alonso e o clube da Andaluzia jogam uma final que pode definir os rumos dos dois na temporada – juntos ou separados.

Sem nenhuma vitória na Champions, o Sevilla chega na última rodada sem chance de avançar ao mata-mata, mas pode reencontrar sua competição favorita, a Liga Europa, levada pelos espanhóis sete vezes, incluindo na última temporada. Para alcançar o objetivo, só vencendo o Lens, na França – resultado também vale para Diego Alonso, porque uma não ida à Europa League, provavelmente, deve derrubá-lo do cargo de técnico.

Na entrevista prévia ao confronto, o treinador uruguaio parece confiante para reverter e má fase e sair com o resultado, apesar de muitas adversidades. Ele afirmou se sentir completamente respaldado pela gestão esportiva, comandada pelo diretor esportivo Víctor Orta, e pelo grupo de jogadores.

– Sinto-me totalmente valorizado e não só a direção esportiva me dá confiança, mas também a direção como um todo, e principalmente os jogadores, que fazem as coisas cada vez melhor apesar dos resultados. Fico tranquilo sabendo que sou apoiado. Se os jogadores não estivessem comigo, não veríamos os jogos que fizemos ultimamente. Quando treinamos durante a Data Fifa, evoluímos mesmo não tendo vencido na Liga dos Campeões ou em La Liga. Há detalhes em que falhamos e não fomos tão eficazes como poderíamos. Com a nossa geração de jogo ofensivo deveríamos marcar mais gols e ganhar mais jogos – analisou Diego Alonso.

Nesse cenário, o técnico terá um time esfacelado pelas lesões para buscar um objetivo importante para o clube na temporada. Do elenco principal, apenas 11 jogadores estão à disposição para a partida e o uruguaio precisou completar a delegação que vai à França com sete garotos da base. No total, são 14 desfalques, sendo 10 lesionados, dois suspensos e outros dois não inscritos. O peso principal está nas ausências de Lucas Ocampos, Jesús Navas e Marcos Acuña (veja lista completa abaixo).

? Cambio en la lista de convocados para viajar a Lens. Entra Collado en lugar de Ibra. ?✈️#UCL #WeareSevilla

— Sevilla Fútbol Club (@SevillaFC) December 10, 2023

Tudo isso se soma a um decreto do governo francês no último domingo (11), proibindo os torcedores do Sevilla de irem ao Estádio Bollaert-Delelis, frequentarem os arredores e até dirigir ou estacionar nas vias públicas em Lens. A ação entra em vigor a partir das 10h (horário local) de hoje, 12 de dezembro, e vai até às 3h do dia seguinte. O ministro do interior da França disse levar em conta episódios recentes envolvendo violência dos fãs do clube andaluz, como quando houve um confronto contra os ultras do Lens, em 20 de setembro, e do Arsenal, em 25 de outubro, ambos na Espanha.

O clube espanhol corre para tentar ajudar seus torcedores. A medida de proibição levou a uma onda de solidariedade, desde apoio do técnico do Lens, Franck Haise, até a Red Tigers, torcida organizada do time francês, que prometeu ceder lugares aos fãs do Sevilla que compraram passagens e diárias em hotéis franceses.

– Consideramos uma verdadeira atrocidade que 300 torcedores sejam proibidos de viajar e ver seu time. São torcedores que compraram passagem e voo. E numa tarde de domingo o governo francês decide esta atrocidade. Estamos fazendo todo o possível por parte do clube para que nossos torcedores possam estar no jogo. Foi enviada uma notificação de que eles não poderão estar presentes. O clube está ajudando nossos torcedores. Não faz sentido. Esses 300 não são um risco e isso é avisado com antecedência, não na tarde anterior [ao jogo] – reclamou o presidente do Sevilla, Pepe Castro,

Nesse turbilhão que Diego Alonso buscará sua primeira vitória no cargo – sem considerar jogos da Copa do Rei. Caso perca, é esperada uma (nova) troca de treinador no Sevilla, que definitivamente não tem sido um exemplo de gestão na escolha de treinadores.

O outro confronto do grupo B, entre Arsenal e PSV, já está inteiro resolvido. Os ingleses serão os líderes da chave independente do resultado, e o clube de Eindhoven terminará em segundo.

Os lesionados do Sevilla de Diego Alonso

• Lucas Ocampos (suspenso)
• Fernando (suspenso)
• Marcão (não está inscrito)
• Januzaj (não está inscrito)
• Nyland (lesionado)
• Jesús Navas (lesionado)
• Badé (lesionado)
• Nianzou (lesionado)
• Acuña (lesionado)
• Suso (lesionado)
• Lamela (lesioando)
• Mariano (lesionado)
• Lukebakio (lesionado)
• Jordán (lesionado)