Lahm e Xabi Alonso encerram duas trajetórias inesquecíveis pela Champions

Parece meio difícil se acostumar com a ideia, mas, a partir desta terça, Philipp Lahm e Xabi Alonso nunca mais voltarão a entrar em campo pela Liga dos Campeões. A não ser que ambos desistam de suas palavras e adiem as aposentadorias prometidas para o final da temporada, os dois veteranos encerraram suas passagens pela principal competição de clubes da Europa. A derrota para o Real Madrid decretou a eliminação do Bayern de Munique e também o ponto final das duas trajetórias bastante vitoriosas. Dois jogadores emblemáticos, que terão os seus nomes sempre lembrados na história da Champions.
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Referências no time de Carlo Ancelotti, os dois saíram vencidos em sua última empreitada no torneio. Lahm foi um dos melhores em campo pelo Bayern, apesar de contribuir negativamente ao primeiro gol merengue – em falha, ainda assim, mais de Jérôme Boateng do que sua. De qualquer maneira, a regularidade do lateral impressiona. Incomodou bastante pelo lado direito, junto com Arjen Robben, mesmo duelando com um gigante chamado Marcelo durante os 120 minutos. Além disso, se desdobrava nas tentativas de brecar os ataques rápidos dos merengues, bem como se responsabilizava pela saída de bola dos bávaros. Não viveu uma noite espetacular como Hummels, mas merece o devido destaque.
Xabi Alonso, por sua vez, apareceu pouco. Conteve-se ao seu papel na cabeça de área, fazendo um trabalho mais burocrático. Saiu aos 30 minutos do segundo tempo, substituído por Thomas Müller, em opção de Ancelotti para buscar os gols necessários. Neste momento, deixou o campo aplaudidíssimo pela torcida do Real Madrid, em agradecimento por tudo o que entregou em suas cinco temporadas vestindo a camisa merengue – incluindo aí uma taça da Champions. Já ao final da partida, outra cena marcante: sozinho, o volante voltou ao círculo central, para ser ovacionado pelos madridistas em despedida.
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Que o final com o Bayern não tenha sido tão feliz, Xabi Alonso viveu algumas de suas maiores alegrias na Liga dos Campeões. Disputou o torneio pela primeira vez quando ainda estava na Real Sociedad, em campanha até as oitavas de final. Inclusive, marcou seu primeiro gol nesta temporada, em vitória sobre o Galatasaray. No ano seguinte, veio a maior epopeia, com Istambul trazendo novas ótimas lembranças. O volante esteve em campo no milagroso empate contra o Milan na decisão de 2005 e ele mesmo fez o terceiro gol, que possibilitou o triunfo nos pênaltis. Ergueu a orelhuda pela primeira vez. Foram mais quatro campanhas com os Reds e outra final, até a mudança ao Real Madrid. E, pelos merengues, sentiu o gosto da glória em 2014, peça-chave no esquema de Ancelotti. A partir de 2014/15, mudou-se ao Bayern. Mas se as campanhas na Baviera ficaram abaixo do esperado, ao menos o espanhol guardará as lembranças de três gols de falta.
Lahm, curiosamente, iniciou sua carreira profissional na própria Champions. Vestiu a camisa do Bayern de Munique pela primeira vez em um empate sem valor contra o Lens, em 2002. Sem valor para a tabela, mas não para os bávaros, que viam surgir ali tanto o lateral quanto Bastian Schweinsteiger, ambos saindo do banco de reservas. O defensor retornou ao torneio na temporada seguinte, emprestado ao Stuttgart, caindo para o Chelsea nas oitavas de final. Depois disso, se transformou em um dos bastiões do Bayern. Foram mais 11 campanhas no torneio, algumas frustrações e a grande glória em 2013. O camisa 21 só não esteve em campo na rodada final da fase de grupos, quando a classificação já havia se confirmado. Ajudou a superar Arsenal, Juventus e Barcelona, até a decisão contra o Borussia Dortmund. Vestindo a braçadeira, levantou o troféu em Wembley. Voltaria a experimentar a mesma sensação no Maracanã, mas não mais na Champions.
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Tanto Xabi Alonso quanto Lahm fazem parte de um seleto grupo de jogadores com mais de 100 partidas disputadas pela Liga dos Campeões – 28 atletas, ao todo. O espanhol entrou em campo 119 vezes, sete a mais que o alemão. Histórias ricas, que deixarão suas lacunas. Se o Bayern já não conseguiu reconquistar o título com o auxílio dos veteranos nos últimos anos, provavelmente a missão se tornará um pouco mais difícil a partir da próxima temporada.
¡Emoción total! No hay palabras para describir. Xabi Alonso se despide de la Champions en su casa (@bestofyou) pic.twitter.com/fyMelVAgRl
— Central Fútbol (@futbolcentrall) 18 de abril de 2017