Champions League

Garçom, Neymar liderou goleada do PSG em importante passo para reparar sua imagem no clube

Se de nada servia ao já classificado e líder da chave PSG, Neymar fez questão de que o confronto contra o Galatasaray lhe valesse algo, individualmente ao menos. No 5 a 0 contra os turcos, encerrando a fase de grupos da Champions League, o brasileiro fez sua melhor partida na temporada. Para além dos lances com bola rolando, o camisa 10 aproveitou bem a situação para fazer mais um reparo em sua imagem em Paris, coroando a atuação ao deixar a bola do pênalti sofrido por Mbappé para Cavani bater.

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Apenas pela segunda vez na temporada, Neymar e Mbappé estiveram juntos no time titular. O francês, mais próximo de Icardi no ataque, enquanto o brasileiro assumiu posição mais recuada para liderar a criação de jogadas do time de Thomas Tuchel – e como liderou.

Aos 32 minutos, o brasileiro serviu um passe em profundidade para Mbappé, que cruzou para Icardi fazer 1 a 0. Três minutos depois, arrancou com a bola em velocidade a partir do campo de defesa do PSG e a levou até a intermediária, arrastando consigo a marcação. No momento certo, soltou para Sarabia, que pedalou para cima de Marcão antes de bater cruzado e ampliar para 2 a 0.

No início do segundo tempo, voltou a criar um gol para o PSG – mas desta vez apareceu ele mesmo para definir. Logo no primeiro minuto da etapa complementar, arrancou mais uma vez do campo de defesa e soltou a bola para Mbappé na ponta esquerda. Com o francês descendo em diagonal, dentro da área, passou por trás do camisa 7, recebeu o passe de calcanhar e bateu cruzado, de esquerda, para balançar a rede.

Nada estava em jogo para o PSG, e o 3 a 0 já era satisfatório, mas Neymar continuou sua noite de gala. Aos 18 minutos do segundo tempo, acertou outro brilhante passe em profundidade para Mbappé, mandando a bola em uma trajetória entre três jogadores do Galatasaray. O francês, sozinho na área, teve tempo de ajeitar o corpo antes de bater para ampliar o placar.

Com dribles, passes precisos e mantendo o papel de garçom central dos parisienses, seguiu ditando o ritmo do jogo e guardou a cena mais afetuosa para o final. Depois de pênalti em Mbappé, o brasileiro, cobrador oficial de pênaltis da equipe, pegou a bola e a colocou nas mãos de Edinson Cavani – uma correção de curso tardia, mas efetiva, em relação à briga com o uruguaio pela cobrança de pênalti que tanto arranhou sua imagem dois anos atrás. Na cobrança, o centroavante, que entrara na metade do segundo tempo, fechou a vitória em 5 a 0.

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Por mais que deixar o pênalti desta quarta para Cavani fosse a decisão mais lógica em meio ao momento que vive, de controle de danos e recondução de imagem, a atitude foi suficiente para conquistar a opinião pública francesa, da crônica aos torcedores. O gesto do brasileiro foi bastante elogiado, o que não foi lá concessão das mais difíceis aos franceses depois da atuação grandiosa do camisa 10.

Poucos atletas no mundo poderiam se recuperar de tantos danos à relação com sua própria torcida como Neymar teve com os seguidores do PSG. Para a sorte do brasileiro, ele está incluído neste limitado grupo. E o que possibilita isso são justamente desempenhos fora do comum como o desta noite de Champions League.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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