Champions League

O que pode fazer o Dortmund contra o Real Madrid, time do pacto?

O Madrid não é imbatível, mas parte do segredo do seu sucesso está na mentalidade que implanta em seus jogadores de que é quase.

Definida a final da Champions League, uma pergunta está no ar: o que pode fazer o Borussia Dortmund ante o Real Madrid, o time que tem um pacto com o imponderável?

Parece brincadeira, mas não é. O Real, sendo o maior time do mundo, implanta em seus atletas uma mentalidade vencedora sem igual. Não existe time imbatível, mas quem veste a camisa merengue é levado a crer que, neste caso, é quase.

Até a arbitragem ajuda. Como no erro bizarro da arbitragem comandada pelo polonês Szymon Marciniak, que rasgou os protocolos de impedimento e prejudicou o Bayern.

Claro que não se pode resumir o sucesso histórico do Real a um erro, mas o clube costuma ter um portfólio de decisões favoráveis. Como acontece com todos os clubes poderosos em qualquer parte do planeta futebol.

Mas a força do Madrid vai muito além. Um time recheado de grandes jogadores, com uma mentalidade vencedora que muitas vezes resvala na arrogância, e uma conta bancária capaz de montar uma seleção mundial a cada temporada.

Os finalistas estão separados por um abismo na realidade do futebol europeu. São 14 títulos continentais máximos do Real contra um do Borussia Dotmund. O elenco merengue conta com 17 estrangeiros e 14 atletas de seleções nacionais está avaliado em 1,04 bilhão de euros.

 O Dortmund tem 14 estrangeiros, 12 atletas de seleções nacionais e elenco avaliado em 463,70 milhões de euros. Menos da metade do que vale o rival.

As armas em campo também são desproporcionais. O Real ostenta um arsenal de jogadores decisivos sem igual: Vini, Bellingham, Kroos, Modric, Rodrygo, para listar apenas do meio para a frente. Dos últimos dez jogos disputados, venceu oito e empatou dois. Foi campeão espanhol com quatro rodadas de antecedência. 

Quinto colocado na Bundesliga vencida pelo Leverkusen, o Dortmund teve seis vitórias, três derrotas e um empate nos último dez jogos. A grande estrela é o atacante alemão Niclas Fullkurgm, de 31 anos, um tanque tipo Panzer que alia força a técnica apurada de finalização. Outros dois veteranos são inspiração para a torcida e seus colegas em campo: Marco Reus e Mats Hummels. Reus tem 34 anos e mesmo sem ser titular exerce liderança. Hummels, aos 35 anos, esbanja técnica e vigor físico para fazer e evitar gols decisivos.

O duelo de treinadores também começa desigual. Carlo Ancelotti, 64 anos, é dos treinadores mais vencedores da história, com 28 taças. O alemão Edin Tedzic, de 41 anos, tem cinco taças: duas Bundesligas, duas Copas da Alemanha e uma Supercopa da Alemanha.

Há características das equipes que precisam ser destacadas. Embora seja o time mais poderoso do mundo, o Real não tem pudor em atuar como time pequeno quando necessário. Fecha-se, dá chutão, e se arma para o bote com base na velocidade de Vini e Rodrigo no contragolpe. Para isso conta com dois mestres dos passes decisivos: Kroos e Modric; e um artista do jogo de aproximação: Bellingham.

O Dortmund em casa é um rival feroz e entusiasmado. Como a final será em Londres, vai depender muito do deslocamento de Schwarzgelben (negro e amarelos) até Wembley, para transportar a atmosfera do Signal Uduna Park. Além do tanque Fullkrug, dois jogadores são fundamentais para que o tradicional 4-2-3-1 (embora sem a bola o time monte um 4-4-2 bem desenhado para se defender) funcione: o talento de Julian Brandt e a dinâmica de jogo de Sabitzer.

Foto de Mauricio Noriega

Mauricio Noriega

Colunista da Trivela
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