Benfica se confirma na fase de grupos da Champions com autoridade e Maccabi Haifa consegue um feito em pleno Marakana
O Benfica terminou de atropelar o Dynamo Kiev no Estádio da Luz, o Maccabi Haifa desbancou o Estrela Vermelha em Belgrado e o Viktoria Plzen virou para superar o Qarabag

O Benfica se provou como o melhor time das preliminares da Champions League nesta temporada. Para quem viveu uma decepção nas fases classificatórias há dois anos, os encarnados apresentaram uma qualidade inegável nos últimos quatro jogos continentais. Foram 12 gols marcados e apenas dois sofridos, com quatro vitórias somadas. Após passar pelo Midtjylland, o time de Roger Schmidt despachou o Dynamo Kiev nos playoffs. Venceu por 2 a 0 o duelo em campo neutro na Polônia e, dentro do Estádio da Luz, sobrou num primeiro tempo de gala. Os benfiquistas emplacaram nesta terça a vitória por 3 a 0, em que David Neres mais uma vez brilhou com gol e assistência. Mas o ponta não é o destaque solitário, num coletivo que funciona bem e potencializa outros talentos, como Rafa Silva e Enzo Fernández.
O Dynamo Kiev, apesar da história de superação causada pela guerra, terá que disputar a fase de grupos da Liga Europa. Já o Benfica se confirma na etapa principal da Champions. Outros dois times também comemoraram as classificações nesta terça. O Viktoria Plzen sofria contra o Qarabag, mas conseguiu a virada por 2 a 1 na República Tcheca, após o empate sem gols no Azerbaijão. Já em Belgrado, o Estrela Vermelha precisava da vitória, por ter perdido a ida por 3 a 2 contra o Maccabi Haifa em Israel. Os alvirrubros abriram dois gols de vantagem, mas permitiram o empate alviverde por 2 a 2, com um frango e um gol contra. Aos 45 do segundo tempo, os israelenses selaram seu feito em pleno Marakana, de volta à fase de grupos da Champions após 13 anos. Apesar das eliminações, Qarabag e Estrela Vermelha também serão repescados à Liga Europa.
Benfica 3×0 Dynamo Kiev (2×0 na ida)
A vantagem construída na primeira partida não acomodou o Benfica. Pelo contrário, os encarnados exerciam uma pressão até maior durante os primeiros minutos. Rafa Silva quase marcou aos quatro, dentro da área, enquanto o goleiro Georgiy Bushchan fez sua primeira boa defesa aos 12, numa cabeçada de Nicolás Otamendi. Alejandro Grimaldo cobrou uma falta que beliscou a trave aos 20 e, no minuto seguinte, Bushchan rebateu um chute de bicicleta de David Neres. O gol estava maduro e saiu aos 27, num escanteio curto pela direita. Neres cruzou e Otamendi conferiu de cabeça no segundo pau. Só depois disso os benfiquistas reduziram o ritmo, mas dominando a posse de bola.
O Benfica, mesmo assim, conseguiu marcar dois gols antes do intervalo – sem muito esforço. O segundo, aos 40, foi fruto de uma pixotada da defesa do Dynamo. Oleksandr Syrota deu um passe completamente errado e entregou a bola para Rafa Silva dentro da área. O ponta não perdoou. Já o terceiro aconteceu logo depois, aos 42. Foi um contragolpe fulminante dos lusitanos, com um passe rasante de Gonçalo Ramos que Rafa Silva deixou passar. David Neres recebeu com muita liberdade e definiu com categoria, em chute de primeira que saiu do alcance de Bushchan. Os encarnados atuavam com autoridade. Foram 11 finalizações no primeiro tempo, contra só uma dos ucranianos, e bloqueada.
Com a parada resolvida, o segundo tempo era meramente protocolar. O Benfica podia controlar o tempo, sem precisar se desgastar tanto. Quem ainda tentava algo diferente era David Neres, com bons dribles e finalizações perigosas, até ser substituído aos 25 minutos. O show dos benfiquistas já tinha sido estabelecido, sem que o Dynamo Kiev também fizesse muita questão de marcar seu gol de honra. Aos 40, Enzo Fernández ainda perdeu uma ótima oportunidade de deixar sua marca dentro da área, em chute fraco para defesa de Bushchan. Não fez falta, diante da forma como os portugueses sobraram.
- - ↓ Continua após o recado ↓ - -
Estrela Vermelha 2×2 Maccabi Haifa (2×3 na ida)
Depois de um início de jogo mais equilibrado, atrapalhado pela fumaça dos sinalizadores, o Estrela Vermelha mostrou seu cartão de visitas aos 12 minutos. Guélor Kanga mandou um chute na trave. A pressão dos sérvios aumentou depois disso e o time insistiu até marcar o gol aos 27. Aleksandar Katai fez uma jogadaça na ponta esquerda e cruzou para trás. A zaga não afastou e Aleksandar Pesic definiu a sobra. Os sérvios permaneceram melhores e esboçaram o segundo tento. A insistência gerou o gol aos 43, a partir de uma bola roubada no campo de ataque. Katai deu um ótimo passe de calcanhar, Pesic aparou e Mirko Ivanic fuzilou na gaveta. Linda construção.
O Maccabi Haifa teve alguns escapes ao longo do primeiro tempo e não desistiu nos minutos anteriores ao intervalo. Num escanteio, uma cobrança fechada desviada no primeiro pau assustou o goleiro Milan Borjan. Depois da revisão, ficou claro que houve toque de braço de Slavoljub Srnic, num pênalti para os israelenses já nos acréscimos. Borjan pegou a cobrança de Dolev Haziza, mas seu heroísmo não durou tanto tempo – mais exatamente, só 15 segundos. O Estrela Vermelha tentou o contra-ataque, o Maccabi recuperou a bola e Daniel Sundgren disparou o chute cheio de efeito da intermediária. Com o caminho congestionado, Borjan falhou feio e aceitou o frango, segundos depois de salvar seu time. Os alviverdes respiravam com o gol de desconto aos 50 minutos.
O segundo tempo se tornou mais perigoso para o Estrela Vermelha. O Maccabi Haifa era superior, com mais posse e também mais agressividade. Borjan se redimiu com boas defesas, incluindo um desvio vital aos 25, em tiro de Pierre Cornud que ainda bateu na trave. O Estrela Vermelha caiu muito de ritmo, e nisso pesa a escolha questionável do técnico Dejan Stankovic ao substituir Kanga – que saiu revoltado de campo. Os sérvios davam sinais de desgaste e o duelo ficava mais arrastado.
Quem tentava evitar a prorrogação era o Maccabi Haifa, com a pressão durante os minutos finais. E o gol de empate saiu aos 45 minutos, numa cobrança de falta. O cruzamento seguiu para a área alvirrubra e Milan Pavkov desviou contra a própria meta. Durante os acréscimos, prevaleceu o desespero dos sérvios pelo terceiro gol. Borjan saiu desembestado ao ataque e o time teve algumas bolas na área, inclusive com o goleiro adversário caído. A defesa do Maccabi bloqueou os chutes e selou a façanha no Marakana. O time voltava à fase de grupos da Champions após 13 anos, pela primeira vez desde 2009/10.
Viktoria Plzen 2×1 Qarabag (0x0 na ida)
O Viktoria Plzen abriu a partida com uma postura esperada, em que pressionava e buscava o gol. O Qarabag, porém, não demorou a se sentir à vontade em campo. Passou a chegar mais à frente e a tentar seu gol. Ele tomaria forma aos 38. Numa cobrança de falta que a zaga tcheca não afastou, Filip Ozobic matou no peito e mandou um lindo chute sem deixar cair. Pintura. Os azeris cresceram com o tento e seguiram em busca de mais antes do intervalo.
O Qarabag continuou melhor durante o início do segundo tempo, mas o Plzen achou o empate numa bola parada aos 13. O goleiro Shahrudin Mahammadaliyev saiu mal para cortar o cruzamento e deu o presente para Jan Kopic, que definiu com a meta aberta. E a virada saiu aos 28, de novo quando os azeris tinham mais a bola. Num cruzamento pela direita, Jhon Mosquera ajeitou e Jan Kliment definiu com categoria, garantindo a vitória para os tchecos. Durante os minutos finais, o Qarabag abafou no ataque. Faltou mais precisão nas finalizações, sem arrancar o necessário empate para forçar a prorrogação.