Europa

Bale tem a chance de tornar o sonho de Gales real na Euro 2016

Gareth Bale carrega um fardo que foi de Ryan Giggs e Ian Rush por muitos anos. O peso de ser o craque da seleção galesa, de pouca relevância no cenário internacional, perseguindo o sonho de chegar a um grande torneio. Individualmente, não há muitas dúvidas sobre a capacidade do camisa 11, de enorme poder de decisão. A questão maior é o quão longe Bale pode levar Gales graças ao seu talento. A Euro 2016, a primeira com 24 clubes, é uma ótima oportunidade. E o ponta precisou ser mesmo decisivo para garantir a vitória sobre Andorra por 2 a 1.

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Logicamente, Bale não joga tão sozinho assim na seleção galesa. Entre seus companheiros de time estão bom nomes, como Aaron Ramsey, Joe Allen, Ashley Williams e Wayne Hennessey. De qualquer maneira, o protagonismo do camisa 11 é indiscutível, e ficou mais do que evidente nesta terça, em Andorra la Vella. A seleção da casa não marcava um gol em jogos oficiais desde 2010, além de nunca ter sequer empatado uma partida pelas Eliminatórias da Euro – desde que entrou em 1999, eram 40 derrotas em 40 jogos. Mesmo assim, a 199ª colocada do Ranking da Fifa começou a sonhar quando Ildefons Lima abriu o placar.

Depois do baque, coube a Bale chamar a responsabilidade e resolver. O primeiro gol saiu aos 22 minutos do primeiro tempo, em um bom cruzamento de Ben Davies que o meia completou de cabeça. Já a virada aconteceu a partir de uma de suas principais especialidades, a bola parada. O camisa 11 cobrou com carinho, em um gol efusivamente comemorado pelos galeses, até mesmo com invasão de campo.

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Apesar do susto inicial, foi um bom resultado para Gales. Afinal, a equipe já soma três pontos na tentativa de ficar pelo menos entre os três primeiros de seu grupo e beliscar uma vaga na repescagem. A chave não é das mais fáceis, com Bélgica, Israel, Bósnia e Chipre também na concorrência. De qualquer forma, a derrota dos bósnios para os cipriotas em casa pode ser um bom sinal se os galeses quiserem mesmo surpreender.

Em 138 anos de seleção, Gales possui como maior feito a classificação para a Copa do Mundo de 1958. Lenda no Leeds e na Juventus, John Charles era o grande craque daquela geração, que parou para o Brasil e para o garoto Pelé nas oitavas de final do Mundial da Suécia. Desde então, a concorrência dos galeses aumentou substancialmente. Com seu talento e a ajudinha de Platini ao aumentar as vagas no torneio continental, porém, Bale pode fazer seus compatriotas sonharem alto novamente.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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