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Ted Lasso foi “retrocesso de 20 anos” para treinadores americanos e atrapalhou Marsch, diz técnico do Philadelphia Union

Jim Curtin, vice-campeão da Major League Soccer, está à frente do Union desde 2014

A terceira e última temporada de Ted Lasso, uma adorável série sobre um treinador americano que assume um clube da Premier League sem ter conhecimento algum sobre futebol, estreará em 15 de março. Se fez bastante sucesso e atraiu muitos fãs no mundo todo, representou também um retrocesso de 20 anos para os técnicos dos Estados Unidos e atrapalhou o trabalho de Jesse Marsch na Europa, na opinião de Jim Curtin, o comandante do Philadelphia Union, atual vice-campeão da Major League Soccer.

Curtin até gosta da série, que aborda muito o lado humano dos profissionais do futebol, mas também parte de uma premissa estereotipada de que americanos não sabem nada de bola (redonda, pelo menos).

“Eu tenho que dizer que gosto (de Ted Lasso), porque se eu digo que odeio, sou um técnico elitista. Eu adoro a humanidade dela. Eu vi toda a primeira temporada. Eu lhes dou créditos por terem pelo menos se aproximado do sentimento de um vestiário. Eles entendem que há pessoas de diferentes culturas, babacas, caras legais, esposas que são chatas e um problema. Tudo isso é real. Ele sai como adorável”, disse, em entrevista ao The Atheltic.

“Eu acho que foi um retrocesso de 20 anos para técnicos americanos? Eu acho. Trabalhamos tanto para chegar à Europa e então Jesse chega lá e é tipo… que maldição essa série explodir ao mesmo tempo em que ele estava lá. Você conseguia sentir isso com ele”, acrescentou. Marsch teve muito sucesso com o Red Bull Salzburg, da Áustria, mas, na hora de dar um passo à frente, não durou muito tempo no RB Leipzig, da Bundesliga, e no Leeds, da própria Premier League.

Pouco depois de chegar à Inglaterra, Marsch respondeu a uma pergunta sobre o estigma dos técnicos americanos e disse, em tom de brincadeira: “Eu acho que existe e não tenho certeza se Ted Lasso ajudou. Eu não vi a série, mas eu entendo. Eu consigo entender por que não acham (que técnicos norte-americanos) têm as mesmas experiências que podem ser criadas na Europa. E francamente, estão certos. É por isso que eu vim para a Europa”.

Ficando na indústria do entretenimento, Curtin também comentou a série Welcome to Wrexhan, que mostra como os atores americanos Ron McElhenney e Ryan Reynolds (o eterno Deadpool) compraram um clube da quinta divisão. “Eu entrei em contato com Rob. Na verdade, ele foi técnico de um time de futebol (escolar). Falamos algumas vezes no jogo mais recente deles pela Copa da Inglaterra, ele me mandou uma mensagem depois”, afirmou.

“Ele diz: amo/odeio tanto essa merda. Esses caras são genuínos e meio apaixonados, o que é legal. Você não pode criticar o que fizeram com a série. Eles lidaram com ela de uma maneira bem esperta e atraíram os holofotes para o time deles. O time deles é bom. Você vê eles jogarem, eles jogam da maneira certa, eles estão vencendo jogos”, acrescentou.

Eliminado na semifinal dos playoffs da National League (quinta divisão) pelo Grimsby Town na temporada retratada na série, o Wrexham lidera a tabela neste momento, em busca da única vaga de acesso direto à League Two, e deu um trabalhão para o Sheffield United, da segunda divisão, na Copa da Inglaterra.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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