Bundesliga

Após cinco meses e 14 rodadas de Bundesliga, Jesse Marsch não é mais o técnico do RB Leipzig

O que parecia uma sucessão natural para Julian Nagelsmann terminou precocemente após a derrota para o Union Berlim na última sexta-feira

A derrota para o Union Berlim na última sexta-feira foi o último jogo de Jesse Marsch como técnico do RB Leipzig. Promovido do Red Bull Salzburg para substituir Julian Nageslman nesta temporada, o norte-americano de 48 anos foi demitido neste domingo, com um trabalho de apenas cinco meses e 14 rodadas do Campeonato Alemão. Achim Beierlorzer será o interino até a contratação de um sucessor.

Assim que Nagelsman foi anunciado no Bayern de Munique, ainda em abril, o RB Leipzig confirmou que daria o principal cargo do projeto de futebol da Red Bull para Marsch, que conquistou duas vezes a dobradinha do futebol austríaco com o Red Bull Salzburg – títulos da copa e da liga – e emplacou participações consecutivas na Champions League. Também havia comandado o New York Red Bulls e fora assistente do próprio Leipzig.

Marsch assumiu o cargo na pré-temporada com a missão de conduzir mais uma reconstrução do RB Leipzig que, além do técnico, perdeu também Dayot Upamecano e Marcel Sabitzer para o Bayern de Munique e Ibrahima Konaté ao Liverpool. Chegaram novas contratações, como André Silva, Ilaix Moriba e Benjamin Henrichs. As bolinhas não contribuíram e, em paralelo com o começo da Bundesliga, ele teria que administrar a companhia de Paris Saint-Germain e Manchester City na fase de grupos da Champions.

Os resultados deixaram a desejar. O Leipzig está eliminado da competição europeia com uma rodada de antecedência. Foi goleado pelos ingleses na primeira partida e, embora tenha feito boas apresentações contra o PSG, saiu dos dois jogos com apenas um ponto. O grande pecado foi ter perdido em casa para o Club Brugge no segundo jogo. Na Bundesliga, começou com três derrotas em quatro rodadas. Conseguiu uma boa sequência invicta que o fez subir na tabela, mas perdeu para Hoffenheim e Bayer Leverkusen antes da derrota derradeira, para o Union Berlim, na última sexta-feira. O Leipzig é o 11º colocado, com 18 pontos, a cinco de vaga na Champions League.

“Eu permanecia esperançoso que, após um começo de temporada turbulento e atuações inconsistentes, encontraríamos mais coesão e estabilidade como grupo para reverter a nossa sorte. Infelizmente, não conseguimos fazer isso. Após uma discussão com Oliver Mintzlaff (CEO do Leipzig), tomamos a decisão conjunta de fazer uma mudança na posição de técnico”, disse Marsch. “Sou muito grato por fazer parte da família Red Bull e por ter recebido essa oportunidade”.

Mintzlaff disse que a decisão não foi fácil, mas que era a hora de criar um “novo impulso”. “Eu tenho grande consideração por Jesse como pessoa e técnico. É uma pena que as coisas não funcionaram como esperávamos e esse é um passo que se tornou necessário. Infelizmente, o desenvolvimento que queríamos e os resultados necessários para atingir nossos objetivos para a temporada não foram atingidos. Estamos abaixo das nossas expectativas. Eu também vejo que nossos jogadores têm um dever e espero que nosso time, muito forte em aspectos esportivos, mostre seu potencial e qualidade em campo de maneira mais consistente do que tem feito recentemente”, explicou.

Apesar de algumas atuações de destaque sob o comando de Marsch, como as goleadas contra Hertha Berlim (6 a 0) e Club Brugge (5 a 0) e os duelos diante do PSG, nos quais o Leipzig mostrou que pode competir no mais alto nível, a inconsistência acabou pesando bastante na decisão do RB Leipzig de interromper um trabalho pela primeira vez desde que subiu à Bundesliga em 2016.

Ralph Hasenhüttl foi o primeiro comandante na elite. Renunciou após conseguir levar o Leipzig à Champions League, insatisfeito por não conseguir uma renovação no seu contrato de três temporadas – havia cumprido as duas primeiras. O diretor esportivo Ralf Rangnick, que havia conquistado o acesso como técnico, foi interino por uma campanha à espera de Julian Nagelsmann, que saiu para comandar o Bayern de Munique.

Achim Beierlorzer será o comandante interino para o jogo da próxima terça-feira contra o Manchester City, no qual o Leipzig ainda precisa garantir a sua vaga na Liga Europa. Está empatado em quatro pontos com o Club Brugge, com vantagem no confronto direto. Beierlorzer, 54 anos, ocupou esse mesmo cargo em 2015, quando o Leipzig ainda estava na segunda divisão. Depois, foi técnico de Jahn Regensburg, Colônia e Mainz antes de retornar ao clube da Red Bull como assistente técnico. O clube prometeu que o sucessor de Marsch será anunciado “no futuro próximo”.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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