Vini Jr. cobra que Espanha não receba Copa de 2030 se ‘não evoluir’ na questão racista
Espanha será a principal sede do Mundial de 2030; Portugal e Marrocos também receberão partidas
O atacante brasileiro do Real Madrid e da Seleção Vinicius Jr. segue sendo decisivo – e destemido – dentro e fora de campo no combate ao racismo.
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Em entrevista recente, o brasileiro cobrou mais postura dos companheiros de equipe sempre que episódios, como os vistos no jogo contra o Valência, no fim da temporada 2022-23, voltem a acontecer.
Por lá, brasileiro e companheiros de Real estabeleceram um pacto: caso aconteça, todos vão se retirar de campo.
Agora, o camisa 7 do Real Madrid cobrou também punições e sansões da Fifa à Espanha, uma das sedes da Copa do Mundo de 2030.
Em entrevista a CNN Internacional, Vini foi incisivo ao pedir a exclusão do país em caso de novos episódios de racismo contra ele ou qualquer outro jogador.
‘Até 2030 a gente tem uma margem muito grande para evolução, então espero que a Espanha possa evoluir e entender o quão grave é você insultar uma pessoa pela cor da sua pele. Se até 2030 as coisas não evoluírem, acredito que (a Copa do Mundo) tenha que mudar de lugar, porque, se os jogadores não se sentem confortáveis em jogar em um país onde possa sofrer racismo, é meio complicado'
A Copa do Mundo de 2030 terá três sedes, sendo a Espanha a principal. Além dos espanhóis, Portugal e Marrocos também receberão jogos.
Prefeito de Madrid reage à entrevista de Vini
As palavras duras e necessárias do jogador, porém, não agradaram algumas figuras importantes na Espanha.
Uma delas foi o prefeito de Madrid, José Luis Martínez-Almeida. O gestor criticou a fala do brasileiro e – pasmem – cobrou até um pedido de desculpas.
‘Somos todos conscientes de que existem episódios racistas na sociedade e de que temos que trabalhar duro para acabar com eles. É injusto com a Espanha e com Madri dizer que somos uma sociedade racista. Peço a ele que se retifique, peça desculpas. Vinicius tem a imensa maioria da sociedade espanhola a seu lado para combater o racismo, mas não estamos com ele quando nos chama de racistas‘
Racistas ou não, o fato é que o brasileiro vem sofrendo ataques raciais quase que sistemáticos nas últimas temporadas de La Liga.
De 2020 para cá, foram 21 ataques sofridos pelo atacante nos gramados espanhóis. O primeiro foi registado contra o Barcelona, em 20 de janeiro daquele ano.
Porém, foi na temporada de 2022-23 que os casos se intensificaram.
Somente no período citado, foram 10 casos, incluindo o mais emblemático, no duelo contra o Valência, já nos últimos jogos.
Naquele jogo, 46 mil presentes gritavam em coro insultos racistas dos mais baixos possíveis, sem nenhuma atitude ser tomada.
O jogador chegou a ser expulso de campo enquanto cobrava que o árbitro colocasse em prática as recomendações da Fifa para casos de injúria racial.
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No fim do mês de julho, duas pessoas chegaram a ser sentenciadas pelo crime de racismo na Espanha.
Outra decisão inédita condenou a 8 meses de prisão a uma pessoa que usava o fórum do jornal Marca para ofender o brasileiro e o seu companheiro, o zagueiro alemão Rüdiger.
Relembre os casos de racismo contra Vini Jr.
- Barcelona, 25 de janeiro de 2020;
- Mallorca, 14 de março de 2022;
- Madri, 18 de setembro de 2022;
- Valladolid, 30 de dezembro de 2022;
- Madri, 26 de janeiro de 2023;
- Mallorca, 5 de fevereiro de 2023;
- Pamplona, 18 de fevereiro de 2023;
- Sevilha, 5 de março de 2023;
- Barcelona, 19 de março de 2023;
- Valência, 21 de maio de 2023 (fora do estádio);
- Valência, 21 de maio de 2023 (dentro do estádio);
- Palma de Mallorca, 25 de maio de 2023;
- Sevilha, 21 de outubro de 2023;
- Barcelona, 30 de outubro de 2023;
- Madri, 12 de janeiro de 2024.
