Fifa faz o básico e Rubiales está banido por 3 anos por beijo forçado em Hermoso — que fique a lição para todos

A Fifa tomou uma atitude esperada por todos que amam o futebol e acompanharam de perto o caso envolvendo o ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, e a atacante da seleção espanhola, Jenni Hermoso, que denunciou o dirigente por assédio após receber um beijo, não consentido, durante a cerimônia de premiação da Copa do Mundo Feminina, vencida pela Espanha este ano. Sendo assim, baniu o ex-dirigente do futebol por três anos

A entidade máxima do futebol mundial já havia imposto suspensão a Luis Rubiales por 90 dias de forma provisória, e decidiu banir por um período de tempo o ex-dirigente, o autuando no artigo 13 do Código Disciplinar da FIFA, relacionado ao comportamento ofensivo, e violações dos princípios do fair-play. Algumas condutas passíveis de punição dentro deste código são:

• Violar as regras de conduta recente;
• Cometer algum insulto a alguém, especialmente por meio de gestos, sinais ou linguagem ofensiva;
• Usar algum evento esportivo para manifestações de caráter não esportivo;
• Comportar-se de maneira que coloque o esporte do futebol e/ou a Fifa em descrédito;
• Alterar ativamente a idade dos jogadores nas identidades produzidas em competições sujeitas a limites de idade;

Luis Rubiales terá um prazo de dez dias para pedir uma decisão fundamentada, e também poderá entrar com um recurso via Comitê de Apelações da Fifa.

Ação coerciva de Luis Rubiales vai a julgamento na Justiça espanhola

Jenni Hermoso denunciou Luis Rubiales por agressão sexual após os acontecimentos na cerimônia de premiação da Copa do Mundo Feminina. Inicialmente, o ex-dirigente negou qualquer tipo de abuso em Audiência Nacional, em depoimento feito no mês de setembro. Além do banimento, Rubiales deve respeitar uma ordem de restrição, na qual não pode entrar em contato com a jogadora, muito menos estar a menos de 500 metros de distância da atleta.

Luis Rubiales, ao tentar negar, e defender aquilo que era nítido nas imagens mostradas na final do Mundial, caiu em descrédito e ganhou o repúdio da comunidade do futebol no mundo inteiro. Assim que Jenni Hermoso voltou ao se clube, o Pachuca do México, o ex-dirigente anunciou sua renúncia de seu cargo na Federação Espanhola de Futebol. Tudo isso após dizer que o beijo dado em Hermoso foi consentido, de afirmar que não renunciaria ao seu cargo em assembleia da federação no fim de agosto e da suspensão provisória da Fifa.

Luis Rubiales tentou relativizar o caso, mas foi punido por atitude lamentável

A postura de Luis Rubiales, que tentou a todo momento tentou menosprezar os fatos, e se negou a entregar seu posto, causou grande comoção ao nível internacional, e obrigou a Fifa a tomar medidas mais severas, porém esperadas por toda a comunidade. Embora o banimento definitivo pudesse acontecer um pouco mais cedo, tendo em vista a gravidade do ocorrido na Copa do Mundo Feminina, ela foi imposta, e deixou uma mensagem clara, que este tipo de assunto será tratado com o máximo de rigor daqui para frente.

Até o momento do banimento, foram meses de um trabalho incansável por parte das atletas, que pediram incessantemente por uma punição severa a Rubiales, e que precisou chegar aos atletas masculinos e aos clubes espanhóis para que uma atitude mais concreta fosse tomada. A resistência do ex-presidente da Federação Espanhola se arrastou desde agosto, com direito a acusações mentirosas, falácias e uma tentativa frustrada de se fazer de vítima em meio a um caso claro de abuso.

Rubiales renunciou seu cargo, mas com todos os confetes sobre a sua cabeça. Em uma entrevista de duas horas ao jornalista britânico Piers Morgan, além de uma carta aberta nas redes sociais, o cartola reforçou seu interesse midiático em querer se promover com este assunto, e continua se considerando uma vítima em meio a este caso. Além disso, segue sem pedir desculpas pelos atos cometidos, seja pelo beijo forçado em Hermoso, ou pela pressão que fez a jogadora para que mudasse a sua versão dos fatos chegando inclusive a afirmar que tudo o que aconteceu não passou de uma campanha desmedida, em favor de um “falso feminismo”.