Talvez o melhor negócio da janela tenha sido do Atlético de Madrid e ninguém percebeu isso
O jovem Arthur Vermeeren chega ao Atlético de Madrid por um preço não tão alto para sua qualidade e projeção

Como de praxe, a janela de transferências de janeiro, no inverno europeu, não foi tão agitada. Os clubes normalmente buscam utilizar esse período para corrigir algumas lacunas nos elencos e deixam as contratações bombásticas para o término da temporada. No entanto, um investimento interessante que pode ter um potencial enorme de retorno no futuro foi feito pelo Atlético de Madrid com a contratação do meio-campista belga Arthur Vermeeren até junho de 2030. O atleta de apenas 18 anos (completa 19 daqui a seis dias) chegou por 18 milhões de euros com variáveis que podem subir o valor até 25 milhões. Um preço não tão alto para um jovem que teve um início meteórico e é tratado como uma das grandes promessas da Bélgica, alvo de outros times da Europa.
Inclusive, apenas cinco dias após ser anunciado, Vermeeren já estreou como titular com a camisa vermelha e branca na última quarta-feira (31), discreto em 45 minutos na vitória por 2 a 1 dos Colchoneros em cima do Rayo Vallecano. Óbvio que o jovem é uma aposta para o futuro e não deve ser tratado como um titular e dono do meio-campo nesse momento, ainda mais no meio de uma temporada, mas ele agregará muito ao time da equipe de Diego Simeone, e a Trivela explica por que Arthur é um dos melhores negócios (se não o melhor) da janela de inverno.
Vermeeren teve ascensão meteórica, com titularidade e títulos na Bélgica
Vermeeren chegou nas categorias de base do Royal Antwerp em 2018, vindo do KV Mechelen. A estreia no profissional aconteceu na temporada passada, ainda na fase prévia da Conference League, com apenas 17 anos. Mostrando qualidade e saindo do banco inicialmente, virou o titular absoluto a partir da 17ª rodada da Pro League, a elite do futebol belga, e não saiu mais. A histórica campanha do título do clube da Antuérpia, quebrando tabu de 66 anos, veio com o jovem como um decisivo primeiro volante de alta precisão no passe e nos lançamentos, além de chegadas ao ataque pelo seu ótimo vigor físico e capacidade de pressão. Ele distribuiu duas assistências e marcou apenas um gol, mas foi o gol: o terceiro na vitória por 3 a 2 contra o rival Club Brugge – sem esses dois pontos, o time não seria campeão.

Nos primeiros meses da atual temporada com o Royal Antwerp, o jovem passou a ter mais liberdade para jogar e subir ao ataque, principalmente pela direita (como atuou na estreia pelo Atlético de Madrid). Ele chegou a marcar um gol na vitória sobre o Barcelona na fase de grupos da Champions League. No lance, mostrando seu vigor em marcar pressão, roubou a bola na área para fuzilar as redes dos catalães. Mantendo o bom nível com o time local, recebeu a primeira oportunidade de jogar pela Seleção Belga principal, atuando duas vezes, e provavelmente estará na lista de jogadores que vão à Eurocopa em junho.
Simeone, peça essencial na negociação como o próprio jovem assumiu, deve imaginar diferentes cenários para escalar Vermeeren. No primeiro teste, ele atuou pela direita em um trio (reserva) de meio, tendo Pablo Barrios como camisa cinco e Saúl Ñíguez à esquerda. No cenário ideal, Rodrigo De Paul joga no lugar do belga e Koke é o primeiro volante. Arthur pode cumprir as duas funções com perfeição, seja mais marcador por sua capacidade de desarme, interceptação e construção ou como segundo homem no meio pelo vigor de defender área a área – como faz Marcos Llorente.
– Simeone foi importante [na negociação]. Como jogador você quer que um treinador te ajude, sei que ele é bom, como meio-campista, porque ele foi, é importante que eu possa aprender com ele. Todo mundo sabe que ele é um grande treinador – elogiou Vermeeren em sua apresentação no Atlético de Madrid.