La Liga

Mestala deve ser palco de novo show de horrores da torcida do Valencia, que ensaia música contra Vini Jr

Torcida organizada do Valencia prepara música provocativa para Vini Jr, após jogador denunciar o episódio racista no Mestalla; Valencia x Real Madrid se enfrentam no dia 2 de março

Torcida organizada do Valencia, a “La Curva Nord” prepara uma nova música para provocar Vinícius Junior. As arquibancadas do Estádio de Mestalla têm sido palco de shows de horrores e ofensas racistas nos últimos encontros entre Valencia e Real Madrid. No entanto, os torcedores batem na tecla de que os episódios direcionados ao atacante brasileiro foram isolados. Agora, a ideia deles é ensaiar os cânticos provocativos diante do Sevilla, no próximo sábado (17), e colocar em prática no confronto contra os merengues, no dia 2 de março.

O site espanhol Super Deporte, o mesmo que chamou Vini Jr de “mentiroso” em sua capa após o jogador denunciar os insultos racistas no dia 21 de maio de 2023, teve acesso antecipado à letra da música dedicada a ele. O ritmo é baseado na canção infantil de “Pinóquio”, personagem conhecido mundialmente por ter seu nariz de madeira aumentado a cada mentira que contava.

A organizada escolheu essa batida específica por acreditar que o jogador tenha mentido em seu depoimento ao juiz que conduz o caso contra o Valencia, no dia 6 de outubro do ano passado. Vini afirmou que todo o Mestalla tinha comportamento racista em determinado momento da fatídica partida.

Veja a letra completa da música a seguir:

Havia um jogador famoso do Real Madrid
A única coisa que fazia era chorar e mentir
Chorava por ali, chorava por lá
E sempre zombava das pessoas e do rival
Chegou a Valência e a história acabou
O problema é que é tonto, e nunca foi por sua cor

Entenda o caso de racismo denunciado por Vini Jr

Em 21 de maio do ano passado, o Real Madrid visitou o Valencia no Mestalla, e Vinícius Júnior foi constantemente provocado pelas arquibancadas. Rapidamente, as provocações se tornaram insultos racistas, com torcedores o chamando de “mono” (macaco). O lance que desatou o racismo de vez no estádio aconteceu aos 25 minutos de jogo. Depois disso, a partida foi paralisada para uma longa revisão e, durante esse momento, o atacante sofreu novos ataques.

Vinícius chegou a apontar para uma pessoa nas arquibancadas e a acusar de racismo. Os jogadores do Real Madrid tentaram auxiliá-lo, enquanto os membros do Valencia queriam afastá-lo. O árbitro Ricardo De Burgos Bengoetxea também conversou com o brasileiro, assim como o técnico Carlo Ancelotti. O treinador chegou a dar um beijo no rosto do atacante, mas, por leitura labial, o jornal Marca identificou que o ponta pediu para deixar o campo.

Enquanto o jogo não voltava, os gritos de “mono” se tornaram mais audíveis e os alto-falantes do estádio iniciaram o ineficaz protocolo contra racismo, com a ameaça de suspender a partida. Foram cerca dez minutos de paralisação. A polícia chegou a intervir contra o torcedor acusado por Vini atrás do gol.

Depois disso, o caso ganhou não só a Europa, mas o mundo todo, com inúmeras demonstrações de solidariedade ao jogador. Por fim, o episódio fez com que a organização de La Liga criasse protocolos antirracistas, assim como iniciasse uma intensa investigação.

O racismo contra Vinícius Júnior é sistemático. Inclusive, fruto de um ódio alimentado pela própria imprensa espanhola, que continua a equiparar as reações do atacante aos atos racistas que ele sofre.

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