La Liga

La Liga publica limites salariais e Barcelona, mais uma vez, está em maus lençóis

Equipe Blaugrana tem um limite de mais de 500 milhões de euros a menos do que o Real Madrid

Nesta terça-feira a La Liga anunciou os limites salariais dos times da primeira e da segunda divisão do país após o fechamento do mercado de inverno. Para a próxima janela de transferências o Real Madrid é o clube com maior poder de aquisição entre todos os clubes da competição, tendo como limite para gastar nada mais nada menos do que 727 milhões de euros (quase quatro bilhões de reais), número exponencialmente maior ao de seu principal rival, o Barcelona, que não pode ultrapassar a marca dos 204 milhões de euros (quase R$ 1,1 bilhão de reais) em gastos na próxima janela.

Atualmente a massa salarial do elenco do time Blaugrana está na casa dos 400 milhões de euros, número duas vezes maior ao limite do clube atualmente. Sendo assim, o presidente Joan Laporta e o diretor esportivo Deco terão de “quebrar a cabeça” para arrumar soluções para reforçar o elenco da equipe, bem como gerir bem o que tem para gastar na contratação de um novo treinador, já que Xavi vai deixar o comando técnico ao final da temporada.

No último mercado de inverno, no meio de 2023, o Barcelona gastou mais do que poderia, foram 648 milhões de euros despendidos. O número baixou consideravelmente para o próximo mercado de transferências e isso preocupa a alta cúpula da diretoria barcelonista, tendo em vista o potencial de seu principal rival, que está perto de assinar com Kylian Mbappé e ainda poderá gastar algum dinheiro em novas contratações se julgar necessário.

Precisando contratar, o Barcelona também tem de se preocupar em aliviar a sua folha salarial a partir da próxima janela de transferência para equilibrar as suas contas e não ter problemas de punições pela falta de fair-play financeiro. Dois problemas de cara para Laporta resolver é a questão do brasileiro Vitor Roque e de Iñigo Martínez, que estão inscritos na La Liga até dia 30 de junho. Portanto, será necessário fazer um cálculo importante para que os limites estipulados não sejam ultrapassados a partir do meio de 2024.

Não se trata apenas de abrir espaço para novas contratações, mas também abrir espaço em seu limite salarial para as contratações já feitas, como o jovem brasileiro e do zagueiro espanhol.

Real Madrid colhe os frutos da boa gestão e sobra financeiramente na La Liga

Em situação completamente diferente do rival, o Real Madrid sobra em campo e financeiramente na La Liga. O clube comandado por Florentino Pérez se deu muito bem, mesmo em um período de crise como o da Covid-19 e tem mais do que o dobro para gastar do que o segundo time com mais limite na competição. O primeiro time atrás dos Merengues no ranking de limites é o Atlético de Madrid, que tem pouco mais de 300 milhões de euros para gastar na próxima janela.

Javier Tebas, presidente da La Liga, concedeu entrevista ao jornalista italiano Fabrizio Romano, posteriormente publicada pelo jornal Marca, na qual elogia bastante o poder de gestão do clube. Por meio de suas reservas, o Real Madrid conseguiu resistir bem à crise humanitária que atingiu o mundo há dois anos e pode ser dar ao luxo de reforçar ainda mais seu estrelado elenco na próxima temporada.

 “Não sei o preço de Mbappé, mas a situação económica do Real Madrid é excepcional. É uma equipa muito saudável, resistiu muito bem à crise do COVID, tem muitas reservas. Poderiam contratar Mbappé e outro”, disse Javier Tebas.

Como é feito o cálculo do Limite de Custo Esportivo na Espanha?

Conhecido pela sigla LCPD, o Limite de Custos Esportivos inclui gastos na contratação de jogadores, técnicos, auxiliares e preparadores físicos de um time, o que é chamado de elenco cadastrável na Espanha. Estão inclusos serviços terceirizados, chamados de elenco não cadastrável. Os limites de custos de um clube na La Liga incluem salários, sejam eles fixos ou variáveis, prêmios coletivos, despesas em contratações, incluindo comissões de empresários e amortizações.

Os clubes não necessariamente precisam consumir este limite ao final de uma janela de transferências, mas precisam de cuidado ao gerir tal recurso, pois caso excedam demais poderão sofrer sanções, como perda de pontos, por exemplo.

Para calcular corretamente quanto cada clube pode gastar, são somadas todas as receitas orçamentárias (assinaturas, bilheterias, contratos de patrocínio, transferências) e subtraídas das despesas não esportivas como aluguéis, folha de pagamento de pessoal que não trabalham diretamente no esporte, eletricidade, internet, etc. O resultado desta operação é o LCPD que o clube poderá gastar com seu elenco.

Cada agremiação pode aumentar o seu limite salarial com um aumento de capital (apenas nos casos da SAD, equivalente a SAF no Brasil). Deste aumento oriundo de investimentos externos, somente 80%, 60% ou 50% do valor empregado pode ser utilizado para contratações, isso dependendo da situação financeira de cada clube. Tal aumento não pode ser usufruído de uma só vez, sendo necessário dividir o montante em quatro temporadas para os clubes que disputam a La Liga.

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
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