Espanha

Dani Alves tinha desaparecido da lista de jogadores históricos do Barcelona, mas voltou pouco tempo depois

Depois da imprensa ter dito que Daniel Alves tinha sido excluído das lendas, é possível entrar no site oficial e ver sua descrição novamente ao lado de outros ídolos do Barcelona

Se no Brasil há um certo receio em comentar a condenação de 4 anos e 6 meses que Daniel Alves sofreu após ser acusado de estuprar uma mulher na Espanha, aparentemente também há excesso de zelo no clube em que ele jogou por mais tempo em sua carreira.

Na última segunda-feira (26), vários veículos ao redor do mundo anunciaram que o Barcelona havia tirado o nome do ex-lateral-direito da página ‘Jogadores históricos', que homenageia grandes lendas do clube, em seu site oficial. Entretanto, depois que a exclusão de Dani Alves foi noticiada, aparentemente o clube voltou a colocar a foto e uma descrição sobre o brasileiro no seu principal portal digital.

A imprensa espanhola e mundial noticiaram a exclusão do atleta logo após a condenação do ex-jogador, que está preso há um ano e um mês, e que terá de cumprir mais 3 anos e 5 meses, além de pagar uma quantia de 150 mil euros à vítima. Desde que a sentença de Dani Alves saiu, em um tribunal na cidade de Barcelona, seu ex-clube não se pronunciou oficialmente em nenhum momento. Nem sobre a momentânea exclusão do brasileiro em seu site oficial.

Foto e descrição da carreira de Dani Alves estão no site do Barcelona

Tanto na versão em catalão como nas em espanhol e inglês, Dani Alves aparece como um dos últimos homenageados ao lado de Gerard Piqué, Sergio Busquets e Jordi Alba, seus ex-companheiros. Na lista organizada no site, também é possível ver os brasileiros Ronaldinho, Rivaldo, Ronaldo, Romário e Evaristo de Macedo. Depois de tanta repercussão, é capaz e importante que em algum momento o clube catalão se posicione oficialmente sobre o tema.

Segundo atleta com mais títulos na história, superado só por Lionel Messi, Dani Alves disputou 408 jogos pelo Barcelona, clube que defendeu entre 2008 e 2016. Ao todo, ele ganhou 3 Champions League, 3 Supercopas da Europa, 3 Mundiais de Clubes, 6 La Ligas, 4 Copas do Rei e 3 Supercopas da Espanha com a camisa do Barcelona.

Posicionamento também é cobrado no Brasil

Mas não é só no meio do futebol da Espanha que sua condenação e a falta de um posicionamento firme causa polêmicas. No último domingo, o técnico Tite, que levou o atleta para as duas últimas Copas do Mundo pela seleção brasileira, demonstrou receio em comentar a condenação sofrida por Dani Alves, após a vitória do Flamengo contra o Fluminense, pelo Campeonato Carioca.

— Eu entendo a tua pergunta. Eu não posso fazer julgamento sem ter todos os fatos e as informações verdadeiras a respeito. Posso falar conceitualmente. Conceitualmente, todo erro deve ser punido. Mas não sou julgador e não tenho todos os fatos. Fora que há uma etapa de um profissional que trabalhou comigo e existem outras etapas profissionais e pessoais que ele também exerce. Essas eu não conheço e não posso julgar, tenho que ter muito cuidado.

A resposta foi e ainda está sendo bastante criticada por torcedores, que cobraram do treinador uma resposta mais enfática, já que Dani Alves foi investigado e condenado. Parte das cobranças usaram como referência a retirada, aparentemente momentânea exclusão de Dani Alves de jogadores históricos do Barcelona. Mas esse excesso de cuidado não foi visto pelos conterrâneos do ex-jogador. Em sua cidade, Juazeiro (BA), habitantes tamparam o rosto da estátua que Dani Alves tem no munícipio, e estão pedindo a retirada dela.

Em um meio machista como o futebol, seja no Brasil ou na Europa, ainda há muito cuidado em ter uma postura firme, mesmo que a investigação já tenha sido feita e concluída. Mas por mais cuidado que profissionais e instituições queiram ter, o excesso pode custar tão caro quanto uma condenação instantânea.

Foto de Vanderson Pimentel

Vanderson PimentelRedator de esportes

Jornalista formado em 2013, e apaixonado por futebol desde a infância. Em redações, também passou por Estadão e UOL.
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