Beijo forçado de Rubiales pode fazer Espanha perder a Copa do Mundo de 2030
A Espanha está cada vez mais pressionada para resolver logo o caso do beijo forçado dado pelo presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, em Jenni Hermoso após o título da Copa do Mundo Feminina. Primeiro, a Fifa entrou na história suspendendo o dirigente, que se negou a renunciar, de maneira preventiva por 90 dias. Agora, a candidatura espanhola para sediar a Copa do Mundo de 2030 pode estar ameaçada por conta da condução da Espanha no episódio.
Rubiales é essencial para a candidatura espanhola como sede da Copa de 2030
Tem sido Rubiales o principal responsável por levar para frente a ideia de que a Espanha seja uma das sedes da Copa do Mundo de 2030. O evento irá marcar os 100 anos do primeiro mundial, em 1930 no Uruguai, e seria sediado, além da Espanha, por Portugal, também na Europa, e Marrocos, país que fica no norte da África. O dirigente foi basicamente o responsável por dar vida e movimento a essa ideia.
E sua proximidade é justamente o que tem feito a mídia espanhola cogitar a perda da possibilidade de sediar a Copa do Mundo. A escolha para a sede desse tipo de evento tem se tornado cada vez mais um jogo político, onde a Fifa tem mexido peças do tabuleiro internacional ao seu belprazer. Agora, com a Espanha no centro da maior polêmica recente do futebol e com Rubiales se negando a deixar o cargo, medidas mais drásticas poderiam ser tomadas pela entidade máxima do futebol.
Rubiales foi escolhido para encabeçar o projeto justamente por suas conexões políticas dentro do futebol. Por exemplo, é amigo pessoal de Aleksandr Ceferin, presidente da Uefa e nome bem forte dentro dos bastidores do futebol. Foram os dois que, até aqui, conduziram a ideia da sede tripla e envolvendo dois continentes. Esse fato e a distância para escolha da sede são as esperanças da Espanha.
Espanha torce para o tempo abafar o caso de Rubiales
As fontes ligadas ao jornal Ás, que foi responsável por ventilar a possibilidade da perda do direito de sediar, afirmam também que a situação ainda não chegou ao limite. E isso seria um fator decisivo para a Espanha e o futuro de sua candidatura ao lado de Portugal e Marrocos. Os próximos passos serão cruciais, mas a distância entre o escândalo e a escolha é o que mais tranquiliza espanhois.
O processo de confecção do dossiê que os países que tentam ser sedes da Copa do Mundo de 2030 já começou, mas está em fase bem preliminar. As nações têm entre setembro deste ano e março de 2024 para apresentar o projeto à Fifa, e só então começam os lobbys políticos. É nesse tempo que a Espanha aposta para que o caso, se não for esquecido, seja ao menos abafado o suficiente para não virar problema na hora da escolha da sede.
Condução do caso também deve ser decisiva
Por fim, Rubiales terá, de um jeito ou de outro, de deixar a presidência da Federação Espanhola de Futebol. A suspensão de 90 dias aplicada pela Fifa e a simples hipótese de que a escolha de sede de Copa do Mundo seja afetada pelo caso mostra alguma seriedade da entidade. Afinal, a Espanha disputará com um adversário que pode fazer muita frente: a Conmebol também concorre com uma candidatura conjunta entre Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.
Os sul-americanos apelam muito ao fator emocional, já que a primeira Copa do Mundo, em 1930, foi realizada no Uruguai. Fontes da Fifa, no entanto, davam como certo de que a candidatura em união entre europeus e um país africano era mais relevante e forte. Agora, não se sabe mais o destino. Jogadores e jogadoras espanhóis parecem estar em alinhamento total contra Rubiales, que sequer deu o passo de admitir o erro. O comportamento dele e da Federação devem, nos próximos dias, movimentar bem o tabuleiro político que rege o futebol.