Copa do Mundo

Apresentado nos EUA, Pochettino diz que pode aprender com o futebol feminino

O comandante argentino quer fazer na seleção masculina o que Emma Hayes fez na feminina e tem grandes ambições para a Copa do Mundo de 2026

Mauricio Pochettino foi apresentado oficialmente, na última sexta-feira, 13, como o novo técnico da Seleção dos Estados Unidos. Durante a coletiva, o técnico afirmou que vai se inspirar em sua antiga colega de trabalho, Emma Hayes, para guiar o seu trabalho na seleção.

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Emma e Pochettino tornaram-se amigos na temporada passada, quando a dupla liderava os respectivos times feminino e masculino do Chelsea. Agora, ambos estão juntos novamente, dessa vez no comando da Seleção dos EUA.

“Uma das coisas mais importantes em que podemos nos inspirar é a seleção feminina. Temos Emma (Hayes) que, para mim, é a melhor treinadora do mundo… e a seleção feminina da história ganhou tudo. Para mim, está tão perto de nós”, afirmou o treinador.

O recém-nomeado técnico aproveitou seus primeiros comentários públicos como uma oportunidade para estabelecer grandes expectativas sobre o que espera alcançar nos próximos dois anos.

“Acho que essa será a nossa inspiração”, disse ele. “Esse é o objetivo a ser alcançado.”

Os Estados Unidos dividem a sede da Copa do Mundo com Canadá e México. Pochettino, então, estaria jogando em casa.

Emma Hayes e a Seleção Feminina dos EUA

Sucesso incontestável no comando do Chelsea, acumulando 5 títulos nacionais, 5 FA Cups, 2 League Cups e um Community Shield, Emma se despediu das Blues para aceitar o desafio de comandar a seleção feminina dos Estados Unidos.

O histórico da seleção já falava por si só, mas já no seu primeiro desafio como técnica, Emma mostrou que esse casamento pode ser perfeito. Medalha de ouro nos Jogos de Paris 2024, vencendo por 1 a 0 em cima do Brasil.

Emma Hayes comandou o ouro olímpico dos Estados Unidos em Paris 2024. (Foto: Imago)

E é isso que Pochettino quer buscar para a seleção masculina: vitórias e títulos. Emma tem um currículo impressionante, assim como a seleção feminina dos EUA, que acumula 6 títulos de Copa do Mundo e cinco medalhas de ouros em Jogos Olímpicos.

A mudança no futebol norte-americano

O técnico de 52 anos chega ao futebol dos EUA para enfrentar o desafio de comandar a seleção masculina. Essa é sua primeira experiência com seleções.

O argentino assumiu os Estados Unidos faltando menos de dois anos para a Copa do Mundo. Ele substituiu Gregg Berhalter, demitido após a eliminação na fase de grupos da Copa América, sediada no próprio país.

Messi e Suárez representam a vontade de crescer e mudar do futebol masculino norte-americano. (Foto: Imago)

Há alguns anos os Estados Unidos vem investindo no futebol masculino, não à toa Messi e Suárez hoje jogam por lá. A chegada de Pochettino reforça esse movimento dos EUA com o futebol.

“A chegada de Leo Messi também deu um impulso importante à forma como o mundo vê os EUA agora e como as pessoas descobrem o futebol aqui nos EUA. Eles podem começar a ver que o talento existe, que existem 350 milhões de pessoas que gostam de futebol, que o futebol a cada dia cresce mais e acredito que isso ajudou o mundo exterior a olhar para os EUA com outros olhos”, disse o treinador.

Trabalho para além da Copa de 2026

Pochettino começou no futebol como técnico pelo Espanyol, da Espanha, clube onde também atuou como jogador. Mais tarde, treinou o Southampton, tornando-se o segundo argentino a treinar na Premier League. Ele também teve passagens pelo Tottenham e pelo Paris Saint-Germain, antes de finalmente chegar ao Chelsea.

Pochettino passou por clubes da Europa antes de comandar a Seleção dos EUA. (Foto: Imago)

A presidente do futebol dos EUA, Cindy Parlow Cone, disse na apresentação que o currículo do argentino foi fundamental para considerá-lo para o cargo, assim como seu interesse em desenvolver uma base dentro do programa que crescerá para além do seu mandato.

Parlow tem grandes expectativas em relação ao que Pochettino pode alcançar com a seleção masculina.

“Com sua experiência no desenvolvimento de jogadores, sua experiência como treinador nos mais altos níveis do mundo, acho que veremos muitas mudanças – não apenas até 26, mas muito depois de 26″, disse a presidente,

“Então é isso que estamos procurando, alguém que possa entrar desde o primeiro dia, como Emma fez, certo? Ela teve 8 semanas para ganhar a medalha de ouro e virar o time feminino, e acho que Poch tem as mesmas habilidades para fazer algo semelhante com o time masculino.”

Foto de Gabriella Telles

Gabriella TellesRedatora de esportes

Gabriella Telles é jornalista formada pela UFRJ, faz pós-graduação em Gestão Estratégica de Marketing. Já trabalhou na TNT Sports na cobertura da Rio 2016, futebol internacional e eSports. Nascida e criada no subúrbio do Rio de Janeiro.
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