A Grécia abre mão do prêmio para mostrar como dinheiro da Copa deve ser usado
Muitos dizem que a Copa do Mundo é o momento em que o jogador mais demonstra a sua paixão pelo seu país. Pode até ser. Mas não é apenas de nacionalismo que o Mundial é feito. Afinal, a premiação paga pela Fifa é altíssima, e importa muito. Não à toa, diversas seleções racharam durante o torneio justamente por causa do dinheiro que seria dividido entre o elenco – e nenhum caso é mais emblemático do que o de Gana. Isso não quer dizer, no entanto, que o torneio é feito só de “mercenários”. Dá para ser diferente, e a Grécia mostrou.
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Não é de hoje que os gregos passam por uma séria crise econômica, que afeta diretamente o futebol nacional. Dos 23 jogadores, nove atuam no país, e os atrasos de salários têm sido frequentes. Mesmo assim, os gregos preferiram abrir mão de seu bônus pela classificação na Copa do Mundo. Preferem deixar um legado bem maior para a seleção, com a construção de uma base para o Navio Pirata. E declararam isso, em uma carta endereçada para o primeiro ministro Antonis Samaras.
“Nós não queremos premiação extra ou dinheiro. Nós apenas jogamos pela Grécia e por esse povo. Tudo o que queremos de vocês é que apoiem o nosso esforço para achar um terreno e construir um centro de treinamentos que se torne casa da seleção grega”, escreveu a equipe. E o primeiro ministro já respondeu, garantindo a construção do CT.
A gente não espera uma atitude igual de todas as seleções, longe disso. Não somos ingênuos de achar que os jogadores vão deixar de receber a bolada oferecida pela Fifa. Mas não dá para deixar de aplaudir a atitude dos gregos, já que um novo CT pode ajudar muito mais o desenvolvimento do futebol local, especialmente nas categorias de base. O dinheiro da Copa usado para realmente desenvolver o esporte. Depois da atitude de Georgios Samaras, já poderiam endereçar o prêmio de Fair Play à Grécia, independente das faltas e dos cartões.