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Esqueça dos dentes de Suárez: muito maior nesta Copa é o coração de Samaras

A cena emocionante aconteceu na festa do Celtic pela conquista de mais um Campeonato Escocês. Georgios Samaras foi até as arquibancadas para buscar o pequeno Jay Beatty, um garotinho de 11 anos com Síndrome de Down que é fanático dos Bhoys. O atacante rodou o gramado com o menino, ovacionado pela torcida no Celtic Park. E o dia inesquecível de Jay não se encerrou ali, ganhando a medalha do técnico Neil Lennon e participando da comemoração no ônibus do time.

Sem a seleção irlandesa na Copa, Jay se manteve fiel ao seu ídolo. Adotou as cores da Grécia e comemorou demais quando Samaras foi o herói da inédita classificação às oitavas de final. A ponto de se tornar também mascote para a torcida grega, que iniciou uma campanha para a ida de Jay ao Brasil apoiar o Navio Pirata contra a Costa Rica.

Os pedidos atravessaram o Atlântico. Chegaram até a Samaras, que se dispôs a pagar a viagem de Jay e de seus acompanhantes até Recife, onde a partida decisiva acontecerá. “Esse menino me dá muita força, é incrível. Não existem palavras. Sinto muito amor. E o amor que eu sinto também é comum a muitas pessoas na Grécia. Há até uma página no Facebook para que ele venha ao Brasil”, disse Samaras, reafirmando o orgulho pela amizade do garoto e ainda lhe enviando uma camisa da seleção.

Infelizmente, a intenção de Samaras não poderá se cumprir. O pai de Jay agradece a Samaras e explicou que a família já tinha outros planos de viagem quando ficou sabendo da campanha. “Não acreditamos que isso pode ter acontecido e estamos tão agradecidos que gostaríamos de desejar à Grécia o melhor na Copa do Mundo”, explicou Martin Beatty, explicando que um representante da federação grega havia entrado em contato com ele para dar os ingressos à partida.

Uma pena. A Copa do Mundo poderia ter um momento ainda mais inesquecível.

Abaixo, a mensagem que Samaras gravou para Jay e a resposta do garotinho:

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Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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