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Filho de croatas, Drmic é um caso típico da Suíça

A disputa da posição de titular do ataque da Suíça teve altos e baixos. No primeiro jogo, Drmic saiu jogando, não foi bem, e Seferovic, além de entrar melhor, ainda marcou o gol da vitória. Acabou ganhando a posição para o segundo jogo, mas aí foi a sua vez de ir mal. Nem Drmic ajudou muito e também não entrou muito bem. No terceiro jogo, o técnico Ottmar Hitzfeld apostou novamente em Drmic. Desta vez, ele justificou plenamente a confiança. E ele é um caso bastante típico do elenco da Suíça.

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O atacante do Nürnberg, de 21 anos, vem de uma boa temporada no seu clube, com 17 gols em 33 jogos, sendo 30 deles como titular. Seferovic, seu principal concorrente, foi reserva na maior parte do tempo na Real Sociedad. Sua versatilidade em atuar em mais de uma posição no ataque também o torna uma opção interessante e o destaque que teve no jogo contra Honduras foi justamente por ajeitar para quem vem de trás. Ele fez as jogadas de dois gols da Suíça, dando passe para Shaqiri marcar.

Drmic é um caso típico no elenco da Suíça, formado por filhos de imigrantes. Nascido em Lachen, na Suíça, o jogador é filho de pais croatas. Grande parte do time é formado por filhos de imigrantes, o que já fica evidente nos sobrenomes: Ricardo Rodríguez, filho de pai espanhol e mãe chilena, Gökhan Inler, que tem ascendência turca e chegou a defender a Turquia no time sub-21, Behrami, nascido em Kosovo filho de pais albaneses, Dzemaili, nascido na Macedônia, Gelson Fernandes, nascido em Cabo Verde, Seferovic, filho de pais bósnios, Mehmedi, nascido na Macedônia e a principal estrela, Shaqiri, nascido em Kosovo.

Todos eles têm algo em comum: suas famílias foram para a Suíça fugindo de situações de conflitos. A Suíça foi um dos países que mais recebeu imigrantes vindos das guerras civis nos Bálcãs e é um país que tem na sua história a tradição de receber imigrantes. A discussão sobre isso afeta a sociedade do país, que quer criar cotas no país para estrangeiros fora da União Europeia. Algo que afetaria inclusive o próprio time.

A Suíça é uma colcha de retalhos em nacionalidades, mas Inler, o capitão do time, diz que isso não é um problema. Ao contrário. Que uma das grandes qualidades do time é a união. Drmic deverá ganhar a posição de titular também contra a Argentina. E a união do time será mais do que necessária.

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Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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