Dorival expõe descolamento de realidade em CBF e Seleção em coletiva após vexame
Mesmo após sofrer 4 a 1, técnico do Brasil garante que estudo sobre Argentina foi bem feito

A derrota da seleção brasileira por 4 a 1 para Argentina nesta terça-feira (25) deixou claro como o meio-campo albiceleste, formado por Paredes, De Paul, Enzo Fernández e Mac Allister, tomou conta do visitante no Monumental de Núñez. Nem no meio do jogo Dorival Júnior conseguiu corrigir a falha e ainda defendeu a preparação para a partida em entrevista coletiva após a goleada.
Questionado sobre as mudanças no jogo, o técnico de 62 anos respaldou o trabalho da comissão na preparação do material para enfrentar os hermanos. Segundo o comandante da Seleção, o plano era marcar forte o quarteto de meio-campo. No entanto, a escalação diz ao contrário: ele optou por escalar quatro atacantes e ter apenas André e Joelinton como dupla de volantes.
— Todo material elaborado em cima da Argentina acabou acontecendo. Tudo nós procuramos mostrar [aos jogadores], a maneira como era a iniciação, a forma como eles evoluíam de um lado buscando o oposto, dois homens que flutuavam por dentro. Tentamos nos posicionar para que tivesse uma marcação mais agressiva, principalmente nos quatro homens de meio-campo. Acabou acontecendo uma movimentação constante. O gol logo no início nos criou uma dificuldade ainda maior e logo em seguida sai o 2 a 0 — explicou.

Apesar disso, em toda coletiva, o técnico reconheceu que a Argentina foi superior ao Brasil, assumiu a responsabilidade e até pediu desculpas ao torcedor.
— Responsabilidade é total sempre. Nunca vou deixar de estar a frente de qualquer condição estando no comando de uma equipe. A responsabilidade é toda minha. Tudo aquilo que nós planejamos, infelizmente, desde o primeiro minuto, não aconteceu. A seleção argentina foi superior em todos os sentidos. Peço até desculpas ao torcedor brasileiro porque a expectativa era muito diferente do que apresentamos.
Dorival Júnior defendeu Ednaldo e acredita em volta por cima na Seleção
Sobre a reeleição de Ednaldo Rodrigues para a presidência da CBF, às vésperas do vexame de hoje, o técnico da Seleção mostrou que segue alinhado ao comando da entidade e defendeu o mandatário.
— Independente da derrota de hoje, eu seria muito desleal se falasse qualquer coisa do Ednaldo. Em momento nenhum ele deixou de estar presente, de apoiar, sempre chegou no dia das partidas, na grande maioria dos lugares. Teve esse processo eleitoral. Em momento nenhum ele faltou em sentido geral com a sua presença. Qualquer situação que precisamos, tudo nos foi dado, toda condição vem sendo dada a todos nós, eu seria extramente desonesto se apontasse qualquer detalhe negativamente nesse processo.
Pressionado no cargo, o experiente treinador não subestima a “grande pressão” que enfrenta, definida como a mais difícil que enfrentou na carreira, mas crê que pode dar a volta por cima.
— É uma derrota marcante, sei o tamanho, acredito no meu trabalho, no desenvolvimento de tudo isso. É um processo complicado, momento ainda maior, mas não tenho dúvidas que encontraremos o caminho. Todos os anos de futebol seja o momento mais complicado, porem jamais desisto e sempre consegui encontrar caminhos importantes nos clubes que dirigi.
Dorival Júnior ouviu provocações dos argentinos no caminho para a entrevista coletiva pic.twitter.com/qaCHrYGCg3
— Eduardo Deconto (@eduardodeconto) March 26, 2025
Enquanto a Argentina já está garantida na Copa do Mundo de 2026, a seleção brasileira ocupa o quarto lugar com 21 pontos nas Eliminatórias, 10 a menos que os rivais. Com Dorival ou não, o selecionado volta a campo em junho para duelos contra Equador (fora) e Paraguai (em casa).