Argentinos festejam ‘morte do Brasil’ em goleada com Monumental longe de ser caldeirão
Mesmo com goleada, palco de domínio argentino pulsou apenas em determinados momentos da partida

BUENOS AIRES (ARGENTINA) — Um a um, os jogadores brasileiros deixavam o campo cabisbaixos, desolados pela humilhação da goleada por 4 a 1 sofrida para a Argentina, nesta terça-feira (25), no Monumental de Núñez, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. A trilha sonora de arquibancadas tomadas de torcedores não poderia ser mais perversa.
— Um minuto de silêncio. Shhhh. Para o Brasil que está morto — entoavam mais de 80 mil vozes argentinas em polvorosa.
De fato. O Monumental de Núñez praticamente lotado pulsou na goleada da seleção argentina sobre o Brasil. Não é força de expressão. As arquibancadas realmente tremiam enquanto os milhares de argentinos pulavam e entoavam os cantos tradicionais do país.
Mas é verdade também que o estádio passou longe de ser o “caldeirão” esperado por este repórter que vos escreve e que estava ansioso para viver o seu primeiro superclássico das Américas em arquibancadas argentinas.
Com ingressos de até R$ 2.550, Monumental mais observa do que canta
Conhecidos por seu apoio condicional e por ambientes hostis aos adversários nas arquibancadas, os argentinos fizeram um barulho ensurdecedor sempre que a banda que ficava atrás de um dos gols conseguia contagiar o restante do estádio.
O problema é que nem sempre os argentinos cantaram ao longo dos 90 minutos. O caldeirão esperado para o maior clássico de seleções do planeta não passou de alguns lampejos de euforia.
Mesmo com a Argentina goleando (e talvez também por este clima de “já ganhou”), os torcedores mais assistiram à partida como espectadores do que torceram, por assim dizer.
E este pode ter sido um reflexo do alto preço dos ingressos comercializados pela Associação do Futebol Argentino (AFA). Para o duelo contra o Brasil, os ingressos mais baratos custavam R$ 498. Os mais caros saíam por R$ 2.550.
A elitização dos estádios que vemos em solo brasileiro também cobrou seu preço — com o perdão do trocadilho — no Monumental de Núñez.
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Festa com fogos de artifício e Dibu “último romântico”
Os argentinos festejaram a goleada com um show de fogos de artifício que cruzaram e coloriram a noite em Buenos Aires.
E houve espaço para um momento apaixonado de Dibu Martínez. O goleiro saudou a sua esposa e a sua família com um “coração” flagrado pela reportagem da Trivela.