Eliminatórias da Copa

A despedida do Pistoleiro Celeste

Luís Suárez diz adeus à seleção uruguaia com um legado de gols e grande futebol

Sempre que vestia a camiseta da seleção uruguaia após um período de ausência, o atacante Luís Suárez era saudado por um canto da torcida que exaltava mais ou menos isso: “cuidado, goleiro, voltou O Pistoleiro!”.

Esse canto será entoado pela última vez na noite desta sexta-feira, 6 de setembro, quando o Uruguai entrar em campo para enfrentar o Paraguai, no mítico estádio Centenário de Montevidéu. Será a partida número 143 de Suárez com a camisa Celeste. A última, como ele próprio anunciou, em discurso emocionado.

O apelido Pistoleiro é uma das variações da forma como narradores e torcedores se referem aos grandes artilheiros. Matador, Pistoleiro, Cruel. Suárez comemora gols fazendo uma simulação de pistola com as mãos e os dedos.

Aos 37 anos, Luís Alberto Suárez é o jogador mais importante do futebol uruguaio. Ele é o maior artilheiro da Celeste, com 69 gols marcados em 142 partidas.

O segundo colocado nesse ranking é Edinson Cavani, com 58 gols. Cavani já havia anunciado a aposentadoria da seleção e, com o fim da Era Suárez, o que preocupa os uruguaios é que Darwin Nuñez, a atual referência ofensiva, tem 13 gols em 29 jogos com a camisa nacional.

Darwin Nuñez em ação com a camisa do Uruguai
Darwin Nuñez em ação com a camisa do Uruguai (foto: Iconsport)

Suárez na seleção uruguaia

A conquista da Copa América de 2011 foi o principal resultado de Súarez como atleta de seleção. Por clubes, seu melhor momento foi no Barcelona, tendo anotado 198 gols em jogos oficiais – o clube lista um total de 304 partidas entre oficiais e amistosas, acrescentando 11 gols ‘não oficiais'.

O desempenho com a camisa do Ajax também impressiona: 111 gols em 68 partidas. Em sua passagem pelo Grêmio, na temporada passada, mesmo com limitações contratuais para atuar, foi o artilheiro do Brasileirão, com 17 gols.

Tecnicamente, O Pistoleiro foi um camisa 9 por definição e de excelência. Boa altura (1,82 m), forte, excelente finalizador, Suárez formou uma dupla com Cavani que esteve entre as melhores do futebol mundial. Ambos se completavam, trocavam de funções e se revezavam para finalizar ou preparar a jogada para o companheiro.

Torcedores do Uruguai com a máscara de Suárez (Foto: Iconsport)

Suárez, além da incrível capacidade de finalização, dá aula de como um atacante deve utilizar o corpo diante de marcações pesadas e de como atrair defensores rivais e abrir espaço para companheiros de ataque e de meio-campo.

O sucesso no Barcelona foi potencializado pela companhia de alto nível. Com Messi, Neymar, Xavi, Iniesta e Busquets, a bola estava quase sempre em posição perfeita para o complemento do uruguaio.

Curiosamente, quando perguntado sobre quem havia sido o melhor meio-campista com quem atuou, Súarez citou o inglês Steven Gerrard, com quem atuou no Liverpool. Pelo clube inglês, o uruguaio fez 82 gols.

Segundo colocado nas Eliminatórias Sul-americanas para a Copa do Mundo, o Uruguai se despede de seu maior artilheiro com a classificação encaminhada e um bom time montado pelo argentino Marcelo Bielsa.

Foto de Mauricio Noriega

Mauricio Noriega

Colunista da Trivela
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