Bale é mais um a criticar ideia da Fifa: “Não gosto da Copa a cada dois anos”
Capitão galês foi mais um a se posicionar contrário à ideia, da Fifa, defendida por Wenger, de ter uma Copa a cada dois anos em vez dos atuais quatro

A ideia de uma Copa do Mundo a cada dois anos segue firme dentro da Fifa, mas ganha mais e mais oposição fora dos prédios da entidade. O capitão de Gales, Gareth Bale, foi mais um a criticar a ideia, assim como Ferran Soriano, dirigente do Manchester City. Antes deles, o presidente da Uefa já tinha se manifestado de modo contrário.
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“Gosto da tradição de ser a cada quatro anos – ela tem prestígio, como as Olimpíadas chegando a cada quatro anos, parece um pouco mais especial porque não acontece frequentemente”, afirmou Bale em coletiva de imprensa de Gales.
“Não gosto de ser a cada dois anos, sinto que perde um pouco da história. O fato de ser a cada quatro anos, ser um longo tempo até a próxima, torna isso mais prestigioso”, declarou o capitão galês.
O CEO do Manchester City, Ferran Soriano, também criticou a ideia da Fifa. “Não há espaço para mais nada. Não há espaço, de forma alguma. Os jogadores não podem jogar mais partidas, isso certamente”.
A Fifa parece apostar nas relações públicas para angariar apoio público, já que nas federações nacionais é esperado que ela tenha maioria. Além de Arsène Wenger, que tem defendido insistentemente a ideia, a Fifa tem arrolado jogadores para defender essa proposta, como Michael Owen e Yayá Touré.
Al-Khelaifi: “É preciso engajamento honesto, não unilateral com decisões de interesse próprio”
Para a ideia funcionar, será preciso combinar com os clubes. Nasser al-Khelaifi, presidente do PSG e também da European Club Association (ECA), disse que esperará a Fifa consultá-los sobre o assunto. “O que queremos é engajamento. Mas então, vamos conversar. A Fifa ainda não nos abordou. Deixe que eles nos abordem e então teremos uma discussão”, afirmou o dirigente. Ele discursou também criticando a Superliga.
Nasser al-Khelaifi pode não ter tomado uma posição de confronto com a Fifa, mas deixou um aviso claro. “Um calendário inchado com muitas partidas coloca a saúde e bem-estar dos jogadores em risco e todos os clubes correm o risco”, disse. “A competição internacional não pode sufocar a conexão de torcedores e jogadores com os clubes, sem a qual as competições internacionais não existem”. Para o dirigente, a questão do calendário internacional precisa de “engajamento honesto, não unilateral e com decisões de interesse próprio”. É com você mesma, Fifa.
O presidente do Leeds, Andrea Radriazzani, acha que o tempo pode ser encurtado, mas não para dois anos. “Eu gostaria de uma Copa do Mundo a cada quatro anos, mas talvez possa ter uma discussão para uma Copa a cada três. Por que a Fifa não deveria engajar? Na minha opinião, há uma desconexão”, disse o dono do clube inglês.
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Ceferin: “A Copa do Mundo tem valor exatamente por causa da sua raridade”
Na última semana, o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, criticou a ideia de Copa a cada dois anos em uma carta a uma associação de torcedores. Falando em Genebra aos membros da ECA, o dirigente voltou a condenar a ideia.
“Vocês provavelmente ouviram que a Fifa está conduzindo um estudo de viabilidade sobre a Copa do Mundo a cada dois anos. Bem, pensamos que a Copa do Mundo tem valor exatamente por causa da sua raridade. Realizá-la a cada dois anos levará a menos legitimidade e, infelizmente, diluirá a própria Copa do Mundo”.
“Nossos jogadores não precisam de mais dos seus verões (período de férias na Europa, em julho e julho) gastos em torneios em vez de ficarem dedicados a relaxamento e recuperação”, continuou Ceferin.
Na última sexta-feira, Wenger falou sobre a Copa a cada dois anos mais uma vez, em julho, que o ex-técnico falou sobre a Copa do Mundo a cada dois anos.
Em todas essas conversas, falta uma parte crucial do futebol não consultada: os torcedores. Seria fundamental que os torcedores pudessem manifestar suas vozes e opiniões sobre isso, em vários lugares do mundo. Porque mexer com a Copa do mundo, um evento tão tradicional, não pode ser uma decisão apenas de dirigentes enfurnados em uma grande sala com ar-condicionado e ternos caros.