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MLS x Liga MX só na decisão: Concachampions terá uma semifinal americana e outra mexicana

Los Angeles FC e Philadelphia Union reeditarão a decisão da MLS, enquanto o Tigres tentará recuperar sua coroa contra um León em busca da final inédita

Durante um longuíssimo período, a Concachampions teve o domínio dos clubes do México. Os representantes da Liga MX reinaram na competição continental de maneira ininterrupta durante 16 edições, de 2006 a 2021. A hegemonia seria quebrada apenas na último ano, pelo Seattle Sounders, no que era uma aguardada reação da MLS dentro do torneio. E a edição de 2023 reforça esse dualismo entre mexicanos e americanos. As semifinais serão divididas, uma entre times da Liga MX, outra entre equipes da MLS. Vão resolver antes quem vai ser o representante de cada país na finalíssima – e, então, se a dominância segue quebrada ou se os mexicanos voltam ao trono.

O único duelo entre mexicanos e americanos nas quartas de final beneficiou o representante da MLS. O Philadelphia Union vinha de despachar o Alianza, de El Salvador, enquanto o Atlas havia sido o algoz do Olimpia, de Honduras. No fim das contas, o Union deixou o clube de Guadalajara pelo caminho. Foi muito importante a vitória por 1 a 0 no Subaru Park, na ida, gol de Daniel Gazdag cobrando pênalti nos minutos finais. Já na volta, o Atlas ficou duas vezes em vantagem no placar, mas o time da Philadelphia buscou o 2 a 2 no Estádio Jalisco. Julián Quiñones e Julio Furch anotaram para os mexicanos, mas o herói mesmo foi Julian Carranza, com ambos os tentos do Union.

O adversário do Philadelphia Union será o Los Angeles FC, numa reedição da final da MLS da última temporada. Os californianos superaram a Alajuelense e, depois, o Vancouver Whitecaps. Os duelos contra os canadenses, aliás, nem deram muita graça: ambos foram vencidos pelo LAFC por 3 a 0. O primeiro passeio aconteceu no Canadá, com dois golaços de Denis Bouanga e outro de Kwadwo Opoku. Já em Los Angeles, Carlos Vela balançou as redes duas vezes e José Cifuentes fechou a contagem com uma pintura. Por elenco e também por momento, o LAFC parece mais forte para almejar a taça. Busca sua segunda final, derrotado pelo Tigres em 2020.

Do outro lado, o León já faz sua melhor campanha na história da Concachampions. Os esmeraldas primeiro passaram com duas vitórias pelo Tauro, do Panamá, e nas quartas de final eliminaram o Violette, sensação da primeira fase ao superar o Austin FC. Os haitianos puderam entrar com o time completo no México, diferentemente do que aconteceu nos EUA, por questão de vistos, e mesmo assim perderam por 5 a 0. Víctor Dávila foi o destaque com dois gols, enquanto Ángel Mena, Lucas Di Yorio e Elías Hernández completaram o placar para o León. Na volta, de novo, o Violette precisou mandar sua partida na República Dominicana, por conta da violência no território haitiano. E conseguiram pelo menos se despedir com vitória, por 2 a 1. Miche-Naider Chéry balançou as redes duas vezes, enquanto Brian Rubio descontou para a Fiera.

O favorito do lado mexicano, de qualquer maneira, é o Tigres. Desde que ganhou a final em 2020, a equipe de Nuevo León não pôde defender sua condição de campeã, porque não há vaga automática para o dono da taça na Concachampions – o Seattle Sounders, por exemplo, sequer está presente em 2023 após soltar o grito em 2022. Assim, os felinos sustentam uma invencibilidade que dura nove partidas no torneio. Nas oitavas de final, o resultado foi mais apertado contra o Orlando City. Os times empataram por 0 a 0 no México e por 1 a 1 nos EUA, com o gol fora auxiliando o Tigres. Depois, os auriazuis sobraram nas quartas contra o Motagua, algoz do Pachuca na etapa anterior. O Tigres já tinha vencido por 1 a 0 em San Pedro Sula, gol de Luis Quiñones. Depois, fez 5 a 0 em San Nicolás de los Garza. André-Pierre Gignac se encarregou de dois tentos, com o placar completado por Quiñones, Jesús Angulo e Nicolás Ibañéz.

Caso o Tigres se classifique contra o León, no entanto, Gignac corre o risco de se ausentar na partida fora de casa da final. O centroavante não tomou a vacina contra a COVID-19 e, por isso, não está apto para entrar nos Estados Unidos. O francês inclusive desfalcou os felinos contra o Orlando City nas oitavas, mas a partida decisiva certamente gerará maior pressão quanto à sua presença. É ver como, caso a classificação aconteça, o tema será tratado. As semifinais acontecem entre 25 de abril e 4 de maio. Já os dois jogos da decisão ocorrem entre o fim de maio e o início de junho.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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