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EUA mantêm o Canadá sob controle e, dominantes na Concacaf, são bicampeões da Liga das Nações

Os Estados Unidos fizeram uma partida muito segura na decisão contra o Canadá e ressaltam o momento em que dominam as competições da Concacaf

Os Estados Unidos fizeram a melhor campanha entre as seleções da Concacaf na Copa do Mundo, com a passagem até as oitavas de final. Durante o ciclo, o US Team também conquistou a Copa Ouro e a primeira edição da Liga das Nações. Já neste domingo, os EUA reiteram o momento dominante na região com o bicampeonato da Nations. O Canadá até veio embalado pela campanha nas Eliminatórias e pelo retorno ao Mundial após 36 anos, mas não conseguiu ser competitivo em sua primeira final em 23 anos. O US Team dominou a decisão em Las Vegas e construiu a vitória por 2 a 0 ainda no primeiro tempo. Foi um título incontestável da equipe, ainda mais depois de atropelar o México na semifinal.

Diante da ausência de Weston McKennie e Sergiño Dest na seleção dos Estados Unidos, ambos suspensos após as expulsões na semifinal, Brenden Aaronson e Joe Scally eram novidades na escalação. Outros destaques seguiam na equipe titular dos EUA – com Folarin Balogun no comando do ataque, apoiado pelo trio formado por Timothy Weah, Gio Reyna e Christian Pulisic. O comando da equipe atualmente fica com o interino BJ Callaghan. Já o Canadá mandava a campo Alphonso Davies, poupado na semifinal contra o Panamá. Jonathan David, Cyle Larin, Stephen Eustáquio e Milan Borjan eram outras referências na formação titular dos Canucks.

O primeiro tempo ofereceu um nível de pegada bastante alto, com os Estados Unidos mais contundentes. O Canadá teve mais posse de bola, mas não com a capacidade de atacar do US Team. Reyna e Walker Zimmerman criaram as primeiras chances da equipe. O gol nem demorou, aos 12 minutos. Reyna cobrou escanteio e Chris Richards acertou uma cabeçada firme para baixo, que venceu o goleiro Borjan. Os Canucks tinham muitas dificuldades para criar, sem respostas ao tento. Os EUA aproveitavam as bolas paradas e conseguiram ampliar num lance de velocidade, aos 34. Reyna descolou uma enfiada na medida e Balogun definiu na saída de Borjan. O goleiro do Canadá ainda faria uma boa defesa em pancada de Weah numa cobrança de falta, aos 43.

Os Estados Unidos voltaram do intervalo com um grande problema: Reyna era o melhor do time, mas se lesionou e deu lugar a Luca de la Torre. O Canadá voltou com mais presença ofensiva e rondava o ataque, mas ainda com problemas na hora de gerar situações de gol. A resposta do EUA viria numa sequência de bolas alçadas aos dez minutos. Borjan evitou o pior, com duas defesas milagrosas em cabeçadas de Antonee Robinson. Os Canucks fizeram três mudanças aos 15 minutos, incluindo as entradas de Tajon Buchanan e Sam Adekugbe. A equipe ganhava força pelos lados do campo, mas seguia sem contundência. Já o US Team botou Jonny no meio-campo, com boa participação do jogador do Inter. Os minutos finais seriam jogados no campo de ataque canadense. O volume de jogo dos alvirrubros era inútil, numa equipe que não chutava. Não houve esboço de reação.

A conquista da Liga das Nações ressalta como os Estados Unidos contam com o melhor elenco da Concacaf na atualidade. O Canadá fez um trabalho coletivo melhor nas Eliminatórias, mas o US Team está mais bem servido de talentos. São vários jogadores de destaque nas ligas europeias e nem os desfalques importantes atrapalharam dessa vez – incluindo o capitão Tyler Adams, além dos supracitados Dest e McKennie. Os últimos meses foram bastante problemáticos aos EUA, com a saída conturbada do técnico Gregg Berhalter após uma denúncia de violência doméstica – ele voltará ao cargo, diante do esclarecimento do episódio ocorrido nos anos 1990. Fato é que, pela qualidade à disposição (e pelos problemas do México), o US Team chegará com um favoritismo ainda maior à Copa Ouro. E a adição de Folarin Balogun aumenta o potencial, especialmente ao oferecer um centroavante mais confiável, o que faltou na Copa do Mundo.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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