Chegou o momento: quem levará o título do Paulista A2 em 2024?

Velo Clube ou Noroeste: quem levará o título do Campeonato Paulista A2 em 2024? Os dois times fazem o jogo de volta da grande decisão neste sábado (13), às 15h10 (horário de Brasília), e o time de Rio Claro tem a vantagem do empate, pois venceu por 1 a 0 o jogo de ida na última quarta-feira (10), em Bauru. A reportagem da Trivela conversou com os técnicos dos dois clubes, que falaram da expectativa da final, e de todo o trabalho realizado até o momento, que culminou no acesso de ambos para a elite do futebol paulista em 2025.

O Noroeste não jogava o Campeonato Paulista da primeira divisão desde 2011, enquanto o Velo Clube amargava um jejum de 49 anos sem saber o que era estar na prateleira de cima do futebol em São Paulo. Portanto, independente do resultado deste sábado, a comissão técnica dos dois times se sentem muito satisfeitas pelo que fizeram até o momento.

Resiliência e eficiência no momento certo

Curiosamente, Velo Clube e Noroeste foram respectivamente o sétimo e o oitavo colocados na primeira fase. Ou seja, ficaram com as duas últimas vagas para o mata-mata após a fase classificatória. Mesmo longe de qualquer prognóstico de favoritismo, ambos entenderam a necessidade de competir mais a partir das quartas de final, e desbancaram os favoritos São José e São Bento, apontados como os times que subiriam para a elite do futebol paulista.

O Velo Clube eliminou a Águia do Vale, segundo colocada na fase da classificação, após vencer os dois jogos pelo placar de 2 a 1, e o Noroeste desbancou o time de Sorocaba, em pleno Estádio Walter Ribeiro, por 2 a 1, após empate por 1 a 1 jogando em Bauru. Na semifinal, o time de Rio Claro seguiu competitivo fora de casa, venceu o Juventus por 1 a 0 jogando na Rua Javari e conquistou o acesso ao empatar em casa sem gols no jogo de volta.

Já o Noroeste também conquistou sua vaga para a Série A1 do Paulistão longe de Bauru. Empatou sem gols com a Portuguesa Santista no jogo de ida da semifinal no Alfredo de Castilho e depois por 1 a 1 na volta no Ulrico Mursa, garantindo o acesso na disputa de pênaltis. Mesmo com o Velo Clube em vantagem por vencer o jogo de ida da final, é difícil fazer algum prognóstico sobre favoritismo, já que ambos os finalistas parecem jogar melhor fora de casa.

Trabalho sério e humildade, os pilares de Guilherme Alves no Velo Clube

O time de Rio Claro trocou o comando técnico após a terceira rodada do Campeonato Paulista A2. Fahel Júnior, que começou o trabalho à frente do time, foi demitido após derrota para o Juventus por 1 a 0 fora de casa, e deu lugar à Guilherme Alves, que vinha de bons trabalhos no comando do Novorizontino e do Marília. O treinador revelou para a Trivela sobre a euforia da cidade com o acesso do Velo Clube, já que o clube passou quase meio século sem saber o que era disputar a elite do futebol paulista.

A última vez em que o clube esteve na principal divisão de São Paulo foi em 1979. Sabendo disso, Guilherme Alves pautou seu trabalho em formar um time competitivo que entendesse a ansiedade do torcedor, principalmente o mais antigo, da necessidade de colocar o Velo Clube na prateleira de cima no futebol do estado.

“A cidade (Rio Claro) tá vivendo um momento único, principalmente a torcida do Velo, é óbvio. São quase meio século longe da elite do Campeonato Paulista. Então muitos, muitos torcedores nunca viram. Muitos, obviamente pela idade. Então realmente o acesso trouxe uma euforia, uma felicidade assim sem tamanho” revela Guilherme Alves.

O técnico do Velo Clube fez uma análise do que foi o primeiro jogo diante do Noroeste, e das dificuldades que encontrou frente ao adversário no jogo de ida da decisão. O time de Rio Claro venceu pelo placar de 1 a 0, gol marcado por Gabriel Mancha, aos oito minutos da etapa complementar, após jogada de bola aérea, que segundo Guilherme Alves, é uma jogada muito forte da equipe.

Contudo, o treinador entendeu que o primeiro tempo da decisão foi do Noroeste, que jogou melhor, teve mais chances, mas o Velo Clube conseguiu se fechar e segurar o resultado. No intervalo, Guilherme Alves afirmou que conversou com os atletas e pediu para que o time tentasse segurar mais a bola, tivesse mais coragem para incomodar o adversário, e assim, conseguiu o gol da vitória.

Mesmo com a vantagem, o treinador do Velo Clube afirmou que não tem nada ganho e repetiu a frase que disse aos seus atletas durante toda a campanha. A equipe de Rio Claro não é favorita, porém, com um trabalho sério e humilde, tem conseguido chegar longe, e vai em busca do título com este pensamento, de respeitar o adversário, mas competir para conseguir seu primeiro título do Campeonato Paulista A2 na história.

“Eu sigo dizendo o mesmo, e aí entrando no trabalho, nós, e isso a gente sempre conversou aqui antes dos jogos, do Mata a Mata, nós nunca fomos favoritos. Essa é a realidade, nós entendemos que era assim, que era a nossa realidade, mas que tudo era possível diante de um trabalho sério, honesto e principalmente humilde. E por isso que nós chegamos onde nós chegamos. E nós não vamos mudar. Nós manteremos os pés no chão, muita humildade, muito trabalho. E sábado nós teremos um outro grande jogo e um outro jogo muito, muito difícil. Essa é a história da nossa caminhada até aqui, do primeiro jogo e do que nós vamos enfrentar, a dificuldade que nós vamos enfrentar sábado à tarde aqui”, afirma Guilherme.

“Final está aberta”, afirma técnico do Noroeste

Moisés Egert, treinador do Noroeste, está no clube desde 2023, e por pouco não conseguiu o acesso na temporada passada. O time de Bauru foi eliminado na semifinal para o vice-campeão Novorizontino. Este ano, o treinador afirmou que a equipe poderia ter passado de forma mais tranquila pela fase de classificação, contudo, valorizou o nível do campeonato, que tende a ser cada vez mais equilibrado por conta do potencial de investimento dos times do interior.

O comandante relembrou dos altos e baixos do Noroeste durante a primeira fase. Na 13ª rodada, o time foi goleado pelo XV de Piracicaba, fora de casa, por 5 a 2, mas isso foi um choque positivo ao grupo de jogadores, que se recuperou nas rodadas seguintes, e conquistou sua classificação de forma heroica após uma goleada por 5 a 1 diante do Taubaté. O resultado possibilitou ao time de Bauru superar o Rio Claro no saldo de gols, e ficar com a última vaga para o mata-mata.

“Nosso campeonato foi aquele milagre, o último jogo contra o Taubaté. Classificamos, e eu falo desse momento, e vejo que foi muito importante para a confiança na sequência. Tivemos um momento importante também, nos cinco a dois (derrota para o XV de Piracicaba) nós perdemos para o XV de Piracicaba, aí foi um fato negativo, mas que a gente se fez ser positivo na sequência, mas acredito que o do Tabaté foi um momento sobrenatural e de muita resiliência, de muita fé, de muita persistência, conseguimos aí o milagre do classificação”, diz Moisés Egert.

A classificação para as quartas de final da forma como aconteceu deu uma motivação extra ao time do Noroeste, que mesmo enfrentando equipes consideradas favoritas ao acesso, se manteve focada em buscar a classificação e consequentemente o acesso, mesmo longe dos seus domínios. Em todos os jogos do mata-mata, o time de Bauru decidiu a vaga fora de casa, e na final não será diferente, já que o confronto de volta acontece na casa do Velo Clube, no Estádio Benito Agnelo Castellano, o Benitão.

Moisés Egert se mantém confiante de que seu time consiga a virada no jogo da volta, e afirmou que a final está aberta. O treinador também pontuou sobre a preparação da equipe durante o campeonato, e a resiliência do grupo para acreditar que ainda é possível conseguir levantar a taça de campeão do Paulista A2.

“Acredito que a gente foi para o mata-mata entendendo o que era necessário para esta fase. O que nos fez forte na competição, o que nos fez fraco e nos preparamos muito para esses jogos eliminatórios. Fizemos grandes jogos, isso que foi importante. Aí viemos para essa final, uma final que está rolando ainda, fizemos o primeiro jogo, mas está tudo em aberto”, afirmou o técnico do Noroeste.