Brasileirão Série B

Santos consegue vitória jurídica e evita novo transfer ban nacional

CNRD da CBF aceitou, nesta terça-feira, a proposta de parcelamento dos processos sofridos pelo Peixe

O Santos conseguiu uma importante vitória na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Nesta terça-feira (13), o órgão aceitou a proposta de plano coletivo para o pagamento de 17 processos movidos contra o Peixe que estavam em vias de entrar em fase de execução.

O plano foi desenvolvido pelo escritório CCLA Advogados e afasta qualquer possibilidade do Santos ser punido com um transfer ban nacional em razão de tais processos.

As ações em questão são de gestões passadas, sendo que as mais pesadas para os cofres do clube, atual líder isolado da Série B do Campeonato Brasileiro, foram feitas na administração de José Carlos Peres.

Santos deve para clubes, jogadores e empresários

Em contato com a Trivela, os advogados Raphael Barbieri e Cristiano Caús explicam que os 17 processos movidos contra o Santos na CNRD são, em sua maioria, de empresários para quem o Peixe deixou de pagar as comissões devidamente acertadas em contrato.

Porém, constam também ações movidas por clubes do futebol nacional e jogadores que deixaram a Vila Belmiro com pendências financeiras para receber.

Sem condições para honrar todos os processos, o Santos, por meio do escritório de advocacia, apresentou um projeto na CNRD para o pagamento de todas as ações existentes no órgão com valores mensais dentro das receitas do clube e de um determinado prazo.

O pagamento de todas essas dívidas, segundo os advogados, deve levar mais de cinco anos.

As condições propostas pelo Santos foram analisadas e aceitas pela CNRD nesta tarde.

Como funciona o plano coletivo?

A partir de agora, a CNRD vai encaminhar o plano para que todos os credores atualizem os valores devidos e o clube tome conhecimento de quanto pagará por mês por cada um dos processos.

Após a atualização dos valores, a CNRD vai efetuar a validação final do acordo.

— O positivo deste plano coletivo é que agora o Santos sabe como será o seu fluxo de caixa para essas ações e afasta o risco de punição disciplinar, como transfer ban, em termos nacionais — explica o advogado Cristiano Caús.

— E, além disso, o plano também é bom para os credores, que agora sabem que vão receber do Santos. Principalmente porque o descumprimento por parte do clube tem, como contrapartida, um transfer ban automático — acrescenta o advogado Raphael Barbieri.

Fernando Uribe treinando no CT Rei Pelé
Fernando Uribe foi contratado pelo Santos em 2019 e processou o clube na saída (Foto: Flickr/SantosFC)

Bryan Ruiz e Uribe poderiam punir o Santos

Entre os jogadores que passaram pelo Santos e ingressaram com ações na CNRD aparecem o costarriquenho Bryan Ruiz, contratado em 2018, após a Copa do Mundo da Rússia, e o colombiano Fernando Uribe, trazido em 2019 a pedido do então técnico Jorge Sampaoli.

Para se ter uma ideia, a pendência trabalhista com Uribe, que estava em vias de ser executada, ultrapassa os R$ 20 milhões.

Foto de Bruno Lima

Bruno LimaSetorista

Jornalista pela UniSantos com passagem pelo Jornal A Tribuna de Santos. Já trabalhou na cobertura de jogos da Libertadores e das Eliminatórias Sul-Americanas no Brasil e no Exterior. Na Trivela, é setorista do Santos.
Botão Voltar ao topo