Em apenas dois jogos, Carpini já sabe o que precisa melhorar no São Paulo até a Supercopa
São Paulo mostra padrão de jogo e volume ofensivo, mas sofre com erros na bola aérea defensiva
Thiago Carpini comandou seu primeiro treino pelo São Paulo no sábado, 13 de janeiro. O treinador adotou o CT da Barra Funda como casa, sequer teve tempo de definir residência na capital paulista, e dez dias mais tarde já tem dois jogos pelo clube – a estreia com vitória sobre o Santo André que o fez se arrepiar no MorumBIS, no último sábado (20) e o empate em 1 a 1 com o Mirassol nesta terça-feira (23). Apenas 180 minutos de futebol. Tempo suficiente para o treinador fazer a equipe começar a jogar sob seus conceitos e (o mais importante) diagnosticar os pontos que precisam melhorar. E com certa urgência.
Nas duas partidas até agora, Carpini usou duas escalações diferentes e viu o São Paulo mostrar um mesmo padrão, seja de atuação, com conceitos bem definidos, ou de erros que se repetiram. Pontos que devem ser potencializados e corrigidos em um curto espaço de tempo. Mais exatamente, em 12 dias: até 4 de fevereiro, quando o Tricolor tem pela frente o Palmeiras na Supercopa do Brasil. Sem falar que há um clássico contra o Corinthians ainda antes disso pelo Campeonato Paulista.
O lado bom é que o treinador tem amostras que indicam um caminho a ser seguido. Tanto contra o Santo André quanto contra o Mirassol, o São Paulo fez um jogo de imposição, com 64% e 63% de posse de bola, respectivamente. Tanto contra o Santo André quanto contra o Mirassol, o Tricolor empilhou finalizações – 21 e 14, respectivamente. Tanto contra o Santo André quanto contra o Mirassol, o Tricolor sofreu gols de bola aérea.
– É, os números, eles foram bons, reflete muito o que foi a partida. Detalhes, detalhes de início de temporada, eu acho que mais do que dizer o que faltou pra vitória, eu prefiro valorizar o ponto conquistado, é mais um ponto, é mais um jogo de invencibilidade, você conseguir controlar esse volume físico de início de temporada, sempre o pontuando é o melhor cenário, então é isso que a gente busca – disse o treinador na entrevista coletiva após o empate com o Mirassol.
Bola aérea defensiva castiga
Seria injusto cobrar “erro zero” de um trabalho que iniciou dez dias atrás, com pouco mais de uma semana de treinos e apenas dois jogos disputados. Especialmente, quando a escalação mudou nestas duas partidas, seguindo a estratégia de dosar forças e dar minutos a todos em campo. Mas também é preciso ligar o alerta para falhas que se repetem nessas duas partidas.
Contra o Santo André, o São Paulo tomou um gol de bola aérea por ceder espaços tanto para o cruzamento, que veio da direita, quanto para um cabeceio no meio da área. Diante do Mirassol, o erro foi ainda mais grave: Luiz Otávio estava livre na pequena área para subir e desviar de cabeça. Nenhum dos zagueiros apareceu para atrapalhar o golpe, nem Rafael saiu do gol para afastar o perigo.
Erros que, apesar de graves, são compreensíveis em um sistema defensivo que iniciou o ano sem aqueles que foram titulares ao longo de todo 2023. Enquanto Arboleda cumpre uma rotina de cargas específicas e ainda não foi liberado para jogar, Lucas Beraldo foi negociado com o PSG.
– Nesses dois jogos foi uma linha defensiva totalmente diferente da que vinha muito sólida o ano passado, então esses ajustes é bom para a gente entender e conhecer melhor tudo aquilo que a gente tem. Eu estou muito contente com o que eu estou vendo. Nós ajustamos muito mais na conversa, no movimento tático bem tranquilo. Então isso foge um pouco da situação real do jogo. Claro que os erros vão acontecer, eles fazem parte do processo, e a responsabilidade não é deles, eles fazem aquilo que a gente combina, o que a gente pede, o que a gente treina para ser feito – justifica Carpini.
Volume ofensivo agrada, mas falta o “detalhe”
Neste momento de ajustar detalhes, Carpini também joga luz a correções até mesmo no que vem funcionando no São Paulo. O Tricolor teve bom volume ofensivo nas duas partidas na temporada. Contra o Santo André, foram três gols marcados em 21 finalizações. Diante do Mirassol, porém, a equipe poderia ter saído com melhor sorte… Não fossem um polêmico gol anulado marcado por Galoppo e o baixo aproveitamento nas 14 finalizações durante a partida.
– Tivemos chances ali com finalizações no finalzinho do jogo, umas bolas em profundidade, poderia ter sido um pouco mais assertivo, mas está tudo dentro do processo de início do ano, situações a serem melhoradas e ajustadas pra transformar todo esse volume ofensivo, essa posse de bola, essas situações em gols e vitória – ressalta o técnico.
De pênalti, Galoppo empatou o jogo em Mirassol!
Mirassol 1️⃣ x 1️⃣ São Paulo#VamosSãoPaulo ?? pic.twitter.com/03qUPRLMId
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) January 23, 2024
E o planejamento para os clássicos?
O São Paulo tem mais um jogo pela frente, contra a Portuguesa no próximo sábado (27), no MorumBIS, antes dos clássicos contra Corinthians e Palmeiras. Carpini definirá seu planejamento para esta partida com base no volume de treinos e cargas definido para cada atleta.
– Nosso planejamento é jogo a jogo. O jogo mais importante para nós é sempre o próximo. O planejamento é em cima do volume de treino da carga para esses atletas em relação ao nosso início de temporada para a gente poder ter um grupo mais equilibrado possível e não perder nenhum atleta por conta de um excesso nesse início que vai fazer falta na nossa continuidade. Então para nós não tem Corinthians, não tem Supercopa, nós temos a portuguesa no sábado, um jogo muito difícil e a gente vai entender. Que tem de melhor para esse jogo, pensando também toda essa rotatividade – garante o treinador.
Próximos jogos do São Paulo
- 3ª rodada – São Paulo x Portuguesa – sábado (27), às 18h (horário de Brasília) – MorumBIS
- 4ª rodada – Corinthians x São Paulo – terça-feira (30), às 19h30 (horário de Brasília) – Neo Química Arena
- Supercopa do Brasil – Palmeiras x São Paulo – domingo (4), às 16h (horário de Brasília) – Mineirão