Brasil

São Paulo tem sua camisa mais valiosa da história e conversa para fechar novos patrocínios em espaços vagos

São Paulo assinou contrato de cerca de R$ 150 milhões por três anos com a Superbet e busca ocupar mais espaços nos próximos dias

O São Paulo acaba de lançar seus novos uniformes com a marca da New Balance e de anunciar o maior contrato de patrocínio máster de sua história. A Superbet pagará R$ 156 milhões por três anos para estampar a marca no espaço mais nobre de sua camisa, considerada a “mais pesada e valiosa” justamente pelo acordo firmado com a casa de apostas. E a diretoria são-paulina trabalha para oficializar a chegada de novos patrocinadores e parceiros nos próximos dias.

O departamento de marketing de clube tem conversas em andamento com outras empresas que podem estampar suas marcas no uniforme do clube ou até mesmo na estrutura do MorumBIS. Atualmente, o Tricolor tem acordos com a Ademicon, que estampa uma faixa no peito da camisa, e a ABC da Construção na parte traseira dos shorts, além da Superbet, claro. A diretoria quer fechar ao menos mais dois espaços nos uniformes nos próximos meses.

– A gente tem muitas coisas pra acontecer nos próximos meses, a gente espera apresentar ainda nos próximos três, quatro meses novos patrocinadores, tem muitas negociações em andamento, então a gente espera ter novas novidades em breve – afirma o diretor de marketing do clube, Eduardo Toni.

Os últimos meses, aliás, já têm sido movimentados com anúncios de contratos que garantirão quase R$ 300 milhões em receitas ao clube apenas com exploração da marca e patrocínios. Desde o final do ano passado, o São Paulo alinhou ao menos mais dois acordos com empresas estrangeiras.

O clube anunciou venda dos naming rights do Morumbi (agora chamado de MorumBIS) à multinacional norte-amamericana Mondeléz, proprietária da Lacta, por R$ 75 milhões por três anos – R$ 25 milhões por temporada. E também firmou uma parceria com a gigante norte-americana do showbusiness Live Nation para que o estádio receba eventos organizados pela empresa nos próximos cinco anos. A estimativa é de receber R$ 60 milhões ao longo deste período – há ainda uma receita variável a ser aferida em cada show, de vendas de produtos nos dias dos eventos. A parceria vai para votação no Conselho Deliberativo do clube, e o martelo deve ser batido em janeiro.

– Foi uma coincidência, o projeto com o MorumBIS a gente trabalha há mais de ano nesse projeto, não é fácil vender o naming rights de uma marca tão consolidada como o Morumbi, e a gente conseguiu, por causa da brincadeira do S, que teve uma acentuação incrível. Então coincidiu de ser no final do ano, o processo com a Live Nation também era um processo que vinha acontecendo, que vinha amadurecendo, e coincidiu de ser no final do ano – celebra Eduardo Toni.

Clube fez pente fino antes de fechar com a Superbet

Toni também afirmou que o São Paulo fez uma profunda investigação por mais de um mês sobre o histórico e o capital social da Superbet antes de avançar com a negociação. Uma forma de garantir o pagamento do contrato antes de estampar a marca da empresa na camisa do clube. O Tricolor, inclusive, recebeu valores antecipados no negócio.

– É uma prática do São Paulo, a gente perde muitos negócios porque a gente encontra pontos de interrogação no parceiro, no prospect. A gente faz um trabalho de dual dilligence muito grande, para uma empresa internacional como essa, a gente passou mais de mês investigando, é uma prática, pra qualquer contrato que a gente faça no São Paulo, nós já tivemos problemas no passado, a gente não os tem mais, nós estamos há três anos aqui, eu não tive um patrocinador que deixou um buraco no São Paulo, porque hoje a gente é muito rígido nisso. A gente tinha propostas antes, até maiores que essa, mas quando a gente vai ver, a conta não fecha. O capital social da empresa, o que a empresa pode ter de história, não vamos correr risco – ressalta o dirigente.

São Paulo valoriza camisa, mas foge de “campeonato de patrocínio

O dirigente afirma que a atual gestão valorizou a camisa do São Paulo em 400 vezes desde que assumiu o clube em 2021. Mas Toni prefere fugir do “campeonato de patrocínios” em comparações com receitas que outros clubes recebem com seus parceiros.

– Hoje tem  tem um campeonato de patrocínio, a gente não entra nisso. Primeiro que a gente fala do São Paulo, a gente não fala de valor pro contrato, o que eu posso dizer é, nós tivemos uma grande valorização da camisa quando nós chegamos aqui, nós aumentamos em 400 vezes o valor da camisa, o valor que a gente recebia na época que assumimos, pra um ano depois, e nesse período de mais de dois anos, a gente tá mais do que dobrando esse valor da camisa, é a nossa camisa mais valiosa do ponto de vista de patrocínio, por isso que a gente briga que é a camisa mais pesada, porque tem todos os títulos e tem o maior patrocínio da história – explica.

O acordo do São Paulo com a Superbet

São Paulo e Superbet fecharam contrato de patrocínio por três anos. A casa de apostas será a patrocinadora máster do clube e pagará R$ 52 milhões por ano ao Tricolor. Além disso, a marca ainda arcou com as R$ 24 milhões da multa de contrato que estava vigente com a patrocinadora anterior, a Sportsbet.io. A antiga parceira tinha a prerrogativa de igualar o valor, mas não o fez.

A parceria também prevê mais valores, além dos pagamentos fixos estabelecidos. No contrato, ficou acertado que o São Paulo tem direito a uma receita variável de acordo com o número de novos usuários da plataforma de apostas esportivas que tiveram origem a partir da relação com o clube. No contrato anterior, o Tricolor recebia R$ 10 a cada novo apostador que acessou o site da Sportsbet.io via os canais oficiais são-paulinos.

Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
Botão Voltar ao topo