À procura de um técnico, CEO do Santos manda vários recados para dentro do clube
Pedro Martins disse que o Peixe precisa lidar com a sua realidade

Diferentemente do que a maioria imaginava, o CEO do Santos, Pedro Martins, não convocou uma coletiva de imprensa, nesta terça-feira (15), para anunciar o nome do novo treinador do Peixe. De acordo com ele, que terá a missão de encontrar um substituto para o demitido Pedro Caixinha, o Alvinegro não tem, neste momento, negociações avançadas com nenhum técnico visando a sequência do Campeonato Brasileiro.
Mais: avisou que o clube vai levar o tempo que julgar necessário para contratar um novo comandante.
Na sequência, Pedro Martins aproveitou a oportunidade para passar diferentes recados àqueles que compõem a diretoria do Santos e cercam o presidente Marcelo Teixeira. Tudo com o objetivo de tentar criar uma nova mentalidade de gestão no clube.
Do contrário, segundo o CEO, “o saudosismo vai matar o Santos”.
O Santos Futebol Clube informa que o técnico Pedro Caixinha não comanda mais o time profissional. Junto com ele deixam o Clube os auxiliares técnicos Pedro Malta e José Pratas, o preparador físico Guilherme Gomes e o preparador de goleiros José Belman. O auxiliar técnico César… pic.twitter.com/qaAoMMheI5
— Santos FC (@SantosFC) April 14, 2025
Travas institucionais no Santos
Durante a coletiva, Pedro Martins revelou que fez uma série de diagnósticos ao longo dos seus 100 primeiros dias de trabalho no Santos e salientou que, por vezes, “as travas institucionais” impedem o clube de se modernizar administrativamente.
Questionado sobre quais seriam essas travas, Pedro as detalhou.
— As travas são culturais. O famoso aqui sempre foi feito assim. É o grande embate que temos com a mudança de cultura. Mudar não é fácil e nem simples. Mas se o Santos quer ser competitivo, olhando o que os outros clubes fazem, analisando como eles trabalham. Precisamos mudar. As travas estão aí. Estamos a uma certa distância dos nossos principais concorrentes. Nós temos pouquíssimo tempo de Série A e ela está andando mais rápido do que vocês imaginam. Nosso objetivo é construir uma organização para montar equipes vencedoras todos os anos. Não só uma temporada — falou o dirigente.
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CEO quer paciência coletiva com técnicos
Responsável pela contratação de Pedro Caixinha, Martins afirmou que participou do processo de desligamento do treinador português. Mas deixou claro que espera uma mudança radical de pensamento dentro do clube em relação ao tempo de trabalho para os treinadores.
— O clube não pode normalizar o processo de demissão do treinador. Não é normal trocar a cada três insucessos. Se for assim, tem algo muito errado no clube. É um fracasso e uma derrota para todos aqui. Essa demissão tem a ver com muita gente que está no clube e não foi demitida — declarou o CEO, que elogiou bastante o profissionalismo do Caixinha.
— O Caixinha foi importante na mudança da cultura de como trabalhamos na rotina do dia a dia. Ele foi importante na quebra de uma série de vícios. Foi muito importante para que o Santos começasse a se preparar para a Série A. Ele não ficou no Santos por resultado. Na minha avaliação, quando o critério é esse, apesar de enxergar evoluções, a derrota é de todos. Foi essa reflexão que fiz com os colaboradores do clube e com os jogadores. Uma demissão de treinador é uma derrota para a instituição — acrescentou o dirigente.
CEO terá dificuldades pela frente
Dono de um discurso eloquente e demonstrando boas intenções para profissionalizar o Santos todo, Pedro Martins mandou diversos recados na coletiva de imprensa para tentar modernizar a instituição.
O problema é que, por mais que garanta estar alinhado com o presidente Marcelo Teixeira, parte do grupo que cerca o mandatário é retrógrado e sedento pelo status de tomar decisões em nome do Santos.
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Diante disso, Teixeira, que é leal aos seus apoiadores políticos, pode se ver entre a cruz e a espada: dar tempo para que o CEO execute os seus planos em prol do Santos ou seguir de mãos dadas com aqueles que lhe ajudaram a voltar à presidência do clube?
A escolha não será fácil para o presidente alvinegro.