Por falta de dinheiro, Corinthians atrasa parte de parcela do financiamento com a Caixa
Corinthians ainda não conseguiu quitar a primeira parcela de 2024, que venceu em março, no valor de R$ 21,5 milhões
O Corinthians ainda não conseguiu quitar a primeira parcela de 2024, vencida em março, referente aos juros do financiamento com a Caixa Econômica Federal. O Timão, que vive uma crise financeira e política, tem falta de fluxo nos cofres e enfrenta dificuldades para cumprir com os valores trimestrais. O departamento financeiro do clube vislumbra que o débito em aberto será zerado até maio e prevê um novo atraso para o compromisso de junho.
— A próxima parcela vence em junho. Teve uma primeira parcela, que venceu em março, que vai ser quitada agora em maio. Ela foi parcialmente paga. E a de junho também vai ser parcialmente paga no vencimento, mas a gente, provavelmente, quitará até agosto, antes do vencimento da próxima — afirmou Rozallah Santoro, diretor financeiro do Timão.
— A gente tem de disponibilidade para fazer o pagamento. A parcela é aproximadamente 20 milhões, dessa que ainda está com uma pendência parcial, já foram pagos 17 milhões. A próxima que também não vai ser paga na integridade, mas não sei antecipar quanto a gente vai ter condição de honrar — completou.
Corinthians tenta alternativas para quitar dívida
Em fevereiro, a atual diretoria do Corinthians viajou até Brasília para conversar com o presidente da Caixa, Carlos Vieira Fernandes, a fim de estreitar laços e entender a visão do banco sobre o financiamento. Um dos intuitos da reunião era encontrar meios de facilitar a quitação do aporte da Neo Química Arena.
— Não é uma renegociação de financiamento. O financiamento foi renegociado no final de 2022, agosto e setembro. Ele foi assinado em outubro. Então, essa negociação vai prevalecer. O que a gente vem conversando com a Caixa, desde aquela primeira reunião em Brasília, são alternativas para a gente quitar ou endereçar essa dívida — afirmou.
Neste ano, o Timão terá de desembolsar cerca de R$ 78,4 milhões apenas em parcelas juros. A amortização da arena em si, que gira em torno de R$ 706 milhões, só começará a ser paga a partir de 2025.
— A gente tem ali quatro linhas de trabalho, que depois daquela primeira reunião de Brasília, a gente teve mais três reuniões de trabalho com a Caixa, e os temas estão evoluindo. Seguramente, a gente vai tentar emplacar as quatro alternativas, que foram levantadas e eventualmente alguma vai ficar pelo caminho, mas a gente tem convicção de que teremos uma solução técnica para a Arena, essa convicção permanece — concluiu Rozallah.
O acordo com o banco federal começou a ser negociado ainda em 2023, por Duílio Monteiro Alves, que presidiu o Timão até dezembro. Naquele primeiro momento, a ideia era quitar a dívida com pouco mais de R$ 530 milhões, sendo que R$ 356 milhões seriam do acordo com a Hypera Pharma, pelo naming rights da arena.
Como está a dívida da Arena?
A Trivela teve acesso ao documento orçamentário, revisado pela gestão Augusto Melo, que detalha como o valor de R$ 78,4 milhões, deverá ser pago pelo Corinthians à Caixa ao londo de 2024. As parcelas são trimestrais. No ano passado, o Corinthians pagou cerca de R$ 100 milhões ao banco só em juros.
Veja os valores das parcelas em 2024:
- março: R$ 21,5 milhões;
- junho: R$ 20,2 milhões;
- setembro: R$ 18,5 milhões;
- dezembro: R$ 18,2 milhões.