Brasil

Após fala de Caixinha, responsável por gramado do Allianz explica ausência de grama sintética na Copa

Na opinião do técnico do Santos, não há alto rendimento em estádio que fazem uso de superfície artificial

Na esteira de toda a polêmica envolvendo os campos com grama sintética que agitou o futebol brasileiro nesta semana, o técnico do Santos, Pedro Caixinha, se posicionou contra a utilização desse solo e usou dois dos maiores campeonatos do mundo como exemplo para justificar a sua opinião.

Em entrevista coletiva após a vitória do Santos sobre o Noroeste, por 3 a 0, quarta-feira (19), na Vila Belmiro, o português afirmou que se a grama sintética tivesse a mesma qualidade da grama natural, FIFA e UEFA a utilizariam na Copa do Mundo e na Champions League, respectivamente.

— Não vejo futebol de alto rendimento ser jogado em superfície sintética da mesma forma que natural. Se não a Champions League, que é o principal campeonato de clubes do mundo, e a Copa do Mundo adotariam esse tipo de gramado – disse o treinador.

Por que não tem grama sintética na Copa?

Em evento realizado no Allianz Parque, neste sábado (22), Alessandro Oliveira, CEO da Soccer Grass, empresa responsável pelo gramado sintético do estádio palmeirense, já ciente do posicionamento de Caixinha, explicou os motivos que fazem essas duas entidades não adotarem a grama sintética em dois dos principais campeonatos do mundo.

— É muito fácil de explicar isso. A grama sintética não concorre com a natural. Em quais ocasiões é necessário recorrer à grama sintética? Quando há uso intenso no local por conta de shows, eventos e muitos jogos em razão do calendário. Ou, por exemplo, quando o estádio em questão tem uma dificuldade para receber sol com o objetivo de melhorar a fotossíntese — começa Oliveira.

— Quando estamos falando de uma Copa do Mundo, não há necessidade de grama sintética, porque é um evento preparado para um número X de jogos, sem o calendário que temos aqui e que, durante a sua realização, não terá shows ou algo do gênero. Assim, a grama natural vai funcionar muito bem. Afinal, existe um planejamento e são poucos jogos. Só por isso. É preciso entender que a Fifa homologa a utilização da grama sintética. Cabe aos clubes decidirem se é necessário usá-la ou não — acrescenta ele.

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E na Champions League?

Questionado sobre a não utilização do gramado sintético na Champions League, que é o maior campeonato de clubes do mundo e realizado ao longo de toda a temporada, Oliveira explicou que neste caso há um cuidado que não se vê no Brasil.

— A Champions League exige uma manutenção e um cuidado com os gramados naturais que não temos aqui. E isso faz com que não seja necessário ter a grama sintética — disse o CEO da Soccer Grass.

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Movimento político de alguns clubes?

Na visão de Oliveira, a manifestação de alguns atletas do futebol brasileiro, como Neymar, do Santos, Lucas Moura, do São Paulo, Yuri Alberto, do Corinthians, e outros, contra o gramado sintético é um movimento político de diferentes clubes por acreditarem que Palmeiras, Botafogo e Athletico-PR, que têm essa superfície em seus estádios, se beneficiam de tal situação.

— Se isso tivesse algum fundamento, o Athletico-PR não teria sido rebaixado — encerrou Oliveira.

Foto de Bruno Lima

Bruno LimaSetorista

Jornalista pela UniSantos com passagem pelo Jornal A Tribuna de Santos. Já trabalhou na cobertura de jogos da Libertadores e das Eliminatórias Sul-Americanas no Brasil e no Exterior. Na Trivela, é setorista do Santos.
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