Brasil

Abel e Leila divergem sobre elenco do Palmeiras, o que talvez explique decepção na janela

Técnico e dirigente têm falas contraditórias sobre a chegada de novos reforços ao alviverde

As duas figuras com maior poder de decisão no Palmeiras parecem ter uma discordância significativa sobre a postura do clube no mercado e o tipo de alvo que deve ser buscado para o elenco.

Tal dissonância talvez explique porque o Palmeiras contratou de um modo decepcionantemente abaixo do esperado pelo torcedor em 2025.

Com 11 dias para o fechamento da janela de transferências, o Alviverde não tem um novo centroavante com contratação engatilhada, por exemplo.

“A mentalidade é da presidente”, garantiu Leila Pereira

Foi no dia 14 de janeiro, há um mês e três dias, que a presidente Leila Pereira disse o que todo palmeirense há mais de uma temporada queria ouvir, sobre a montagem de seu elenco.

Confessadamente inspirada pelo sucesso do Botafogo em 2024, a dirigente anunciou uma mudança de postura quanto aos seus próximos alvos no mercado.

— É um Palmeiras mais agressivo (no momento). Às vezes, o sucesso te deixa um pouco com a vista nebulosa, esconde algumas providências que deveriam ser tomadas anteriormente. Pensamos que não temos que mexer em time que está vencendo. Percebi isso neste ano que passou. Eu não fiquei feliz com o desempenho do Palmeiras em 2024. Saímos muito rápido da Copa do Brasil e da Libertadores – disse a dirigente.

Leila Pereira Anderson Barros
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, não pensa em demitir Anderson Bastos no momento (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

— O palmeirense está mal-acostumado e a presidente também. Fomos campeões paulistas e vice brasileiro, mas queríamos mais. Aí eu entendi que era o momento de mudar um pouco nossa mentalidade. Mudamos esse ano. Em 2025 seremos mais agressivos. Estamos em busca de atletas prontos, que possam ajudar nosso treinador — ampliou.

E quando indagada sobre quem havia tomado tal decisão, ela foi categórica:

— A mentalidade é da presidente. Quem conduz a diretriz do clube é sempre a presidente. Então, eu, observando e conversando com nosso departamento de futebol, me trouxe essa mudança de comportamento — afirmou.

Mas na entrevista coletiva após o empate sem gols com o São Paulo, que diminuiu muito a chance de o Palmeiras conseguir se classificar para a próxima fase do Paulista, o técnico Abel Ferreira mostrou que sua visão é diferente.

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O Palmeiras é diferente, diz Abel

Perguntado pela Trivela sobre o tema, ele afirmou que o clube segue na mesma toada em que veio até o ano passado. Mesmo em um mundo com rivais mais fortalecidos, por conta das SAFs e do aumento com ganhos de patrocínio.

— Temos filosofia diferente dos adversários. Não faltou nada no ano passado, faltou ganhar do Botafogo aqui. Fomos eliminados por duas equipes. O Estêvão não jogou em um desses jogos. O sorteio não ajudou. Não vamos criar um caso onde não existe. Somos diferentes do Atlético-MG, Corinthians, São Paulo, Flamengo… Olhem para o elenco. Acreditamos naquilo que fazemos. Isso não invalida que o elenco não pode ser tão curto. A parte das SAF's e do dinheiro não é comigo — disse.

De fato, dos quatro nomes trazidos até agora, apenas Paulinho pode ser considerado de primeira prateleira. Facundo Torres, Emiliano Martínez e Bruno Fuchs são jogadores com muito a provar.

Para evidenciar ainda mais o momento confuso, o Palmeiras mira Vitor Roque e já desistiu de Gabigol e de Andreas Pereira, medalhões notórios.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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