Milito não sabe explicar má fase do Atlético-MG; Separamos cinco fatos que a explicam
Treinador afirmou que não há muitas explicações para o péssimo momento do Galo, mas a Trivela trouxe cinco que são óbvios pra quem acompanha o clube
Uma vitória nos últimos 10 jogos. Sete partidas seguidas sem vencer. A perda da final da Copa do Brasil no meio desse caminho e atuações cada vez piores. O Atlético-MG desmoronou técnica, tática e fisicamente nas últimas semanas.
O Atlético foi derrotado pelo Athletico no último sábado e engatou sua pior sequência na temporada. São cinco derrotas e dois empates nos últimos jogos.
Para piorar, além dos resultados, o Galo faz atuações cada vez piores, não conseguindo se sobressair em nenhum aspecto do jogo. O técnico Gabriel Milito não conseguiu dar uma explicação para esse momento horrível do time.
— Temos que reconhecer que o time está jogando abaixo do que é capaz. Estamos atravessando um momento muito complicado. O nível coletivo está muito abaixo. Temos que superar essa crise esportiva urgentemente. Por que estamos assim? Às vezes é muito difícil encontrar uma explicação — disse Gabriel Milito
Apesar do treinador afirmar que é difícil encontrar explicações para a fase atleticana, a Trivela traz cinco motivos que justificam o péssimo momento do Galo.
Elenco do Atlético-MG é desequilibrado
O problema do Atlético começa desde a diretoria, que montou um elenco muito desequilibrado. A Trivela já falou sobre essa questão quando o Galo viveu uma série de desfalques no meio da temporada.
Por muito tempo, Milito mal teve um time titular completo, com 11 jogadores de confiança. Fica claro isso quando vemos que, das cinco contratações de meio de temporada, quatro delas são titulares do time agora.
Mas o problema vai além. O treinador não tem jogadores que substituem os titulares de confiança e mantém o nível. O Galo jogou com time reserva boa parte do Brasileirão, e perdeu muitos pontos por isso.
Agora, que mesmo os titulares não estão bem, Milito olha para o banco e não encontra soluções. Difícil ele ter um jogador na reserva com o qual ele possa contar para causar um grande impacto.
Jogadores como Igor Gomes e Alan Kardec não causam nenhum impacto positivo no time quando entram, pelo contrário. E até titulares, como Bernard, não conseguem fazer a diferença.
Buracos no sistema defensivo
Apesar de ser uma vítima do elenco desequilibrado montado pela diretoria, Milito também tem sua parcela de culpa para o péssimo desempenho do Atlético.
Não é a primeira vez no ano que o time atleticano sofre muito defensivamente. É muito comum ver buracos na defesa, principalmente na entrada da área. É um problema visto em outros momentos, resolvido depois, mas que voltou a aparecer.
Mesmo quando o Atlético está com a defesa postada, é possível ver alguns espaços. Quando conseguiu conter isso, o Galo evoluiu e viveu partidas muito seguras. Agora que o problema voltou já sofreu nove gols nessa sequência de sete jogos sem vencer.
— Sei que os times têm momentos melhores e piores, e nós agora estamos muito abaixo. Hoje defendemos mal, não geramos perigo, fomos mal. Isso me preocupa muito como treinador — Milito
Transição defensiva muito ruim
Atrelado aos buracos no time está o problema de transição defensiva do Atlético, que é ainda mais evidente quando se assiste aos jogos com atenção.
Quando não consegue concluir uma jogada ofensiva e perde a bola, o Atlético quase sempre é pego em minoria na defesa, ou vê muitos de seus jogadores correndo pra trás, o que já mostra por si só ser um problema.
A má fase e falta de confiança dos jogadores estão fazendo com que o Atlético não consiga concluir suas jogadas ofensivas, gerando ainda mais contra-ataques aos adversários.
Dessa forma, o ideal seria, assim como fez da última vez, abrir mão do ataque e priorizar corrigir o sistema defensivo. Um time que não sofre defensivamente está sempre mais perto da vitória do que o que deixa o adversário chegar como e quantas vezes quiser.
? O Atlético vive o seu maior jejum de vitórias em 2024. ⚠️⚠️
⚔️ 7 jogos
? 0V – 2E – 5D
? 9.6% aproveitamento
⚽ 2 gols
? 9 gols sofridos
? 5 grandes chances (4 perdidas)
? 20 grandes chances cedidas pic.twitter.com/193F1UX6Nk— Sofascore Brasil (@SofascoreBR) November 16, 2024
Má fase individual dos destaques do Atlético
A culpa do momento ruim do Atlético é geral, então os jogadores também tem parte nela, e uma parte importante, inclusive.
Os principais jogadores ofensivos do Atlético, como Hulk, Paulinho e Scarpa, caíram muito de produção, e isso reflete no desempenho do time. Em 2023, quando o time de Felipão tinha atuações ruins, a dupla de ataque resolvia, por exemplo. Hoje eles não conseguem.
A questão física ajuda a explicar. O trio está no top 5 dos que mais atuaram no ano. Scarpa encabeça a lista. Paulinho joga há dois meses com uma lesão. Hulk já tem 38 anos. Tudo isso faz diferença, e entra na conta do elenco desequilibrado.
Mas os jogadores também precisam ser responsabilizados. Em momentos como esse, é crucial entender que não está bem e buscar fazer o básico para recuperar confiança aos poucos. Quando mais tentam sozinhos, mais erram e pior ficam — e isso tem acontecido.
Momento emocional em ruínas
Para fechar a conta dos motivos que explicam a má fase do Atlético, um que foi citado por Milito: o lado emocional do Atlético.
Nas últimas semanas, o Atlético teve muitos momentos que mexeram com o emocional do grupo. Foram duas classificações em semifinais de Copas e uma perda na decisão da Copa do Brasil. Essa última, a mais recente, mexeu negativamente com o time.
Pela fala de Everson, Atlético não conseguiu virar a chave por completo da classificação contra o River para a final contra o Flamengo, o que fez a diferença.@trivela pic.twitter.com/gU0BbEc4r5
— Alecsander Heinrick (@alecshms) November 10, 2024
— Acredito que o futebol tem muito a ver com o estado anímico. O time está golpeado emocionalmente. Dá o melhor que tem, mas está golpeado e temos que trabalhar muito para recuperar os jogadores emocional e fisicamente, para voltar a jogar o nosso jogo o mais rápido possível — disse Milito
Com uma decisão de Libertadores na porta, no dia 30 de novembro, o Atlético precisa, mais do que tudo, recuperar o ânimo e a confiança dos jogadores, e isso é missão da diretoria, da comissão técnica e dos próprios atletas.