Copa do Brasil

Gol de Battaglia no fim valida mudança de estratégia do Atlético-MG de Milito

Com a fase ruim do Atlético, Milito mudou o estilo de jogo do time, que funcionou defensivamente, mas não ofensivamente

Depois de inúmeros pedidos e uma fase bem ruim do time, que ele mesmo chamou de “crise futebolística”, o técnico Gabriel Milito modificou algumas características-chaves do seu estilo de jogo contra o São Paulo, que foram validadas com o gol da vitória saindo no fim do jogo.

Contra o Tricolor, o Atlético deixou de fazer sua tradicional saída com três jogadores. Arana foi, de fato, um lateral-esquerdo, e não um ala, como foi sempre com Milito. Assim, o time manteve linha de quatro na defesa durante todo o jogo.

Outra mudança de característica foi abdicar da posse de bola em vários momentos. O Galo de Milito sempre foi um time que dominou os adversários com alta posse de bola. Mas, contra o São Paulo, o time jogou dando mais chutes e rifando a bola.

Essas mudanças acontecem em um momento crítico do time do Atlético, que não estava jogando bem, e a falta de confiança foi uma das justificativas. Por isso, ter a bola não foi mais a prioridade.

Atlético e São Paulo voltam a se enfrentar no dia 12 de setembro, na Arena MRV. Um empate basta para o Galo avançar para as semifinais da Copa do Brasil.

Atlético sofreu pouco

Com a mudança na formação, o Atlético teve um jogo mais seguro. O time deixou poucos espaços e soube marcar bem a maior parte dos ataques do São Paulo, que teve seus momentos com algumas escapadas.

As melhores delas, com Wellington Rato, que parou em importantes defesas de Everson. Uma no primeiro e uma no segundo tempo. Já na reta final do jogo, o goleiro atleticano foi importante de novo, mas em chute de Calleri.

Fora isso, o Atlético conseguiu controlar bem o jogo. Mesmo não tendo a bola, não deixou o São Paulo ter um grande momento e ganhar muita confiança na partida.

Não criou muito, mas foi o suficiente

Já com a bola, o Atlético não teve um jogo de muito brilho. O time, quase sempre, optou por lançamentos e chutões, que não funcionaram muito bem, devolvendo a bola ao São Paulo.

As únicas vezes que o Galo colocou a bola no chão e trabalhou ela um pouco mais, ele chegou ao ataque. Primeiro com Scarpa, que recebeu um lindo passe de Hulk, mas bateu fraco para defesa de Rafael. E depois com Paulinho sendo travado na área.

Mas a falta de posse e de ofensividade não fez falta ao Atlético no MorumBIS. Depois de conseguir se segurar bem defensivamente, o Atlético conseguiu chegar ao gol da vitória já nos acréscimos, quando Scarpa bateu falta com perfeição na cabeça de Battaglia, que cabeceou ainda mais bonito para marcar.

Bernard mal — mais uma vez

Um problema que o Atlético vinha tendo, e não foi diferente neste jogo, é a falta de criação. E isso passa muito pela má fase de Bernard. O meia retornou ao Galo sob enorme expectativa, tendo se tornado mais meia do que ponta.

O imaginado, então, era de que ele regeria o meio-campo do Atlético, trabalhando as jogadas e dando dinamismo na troca de passes. Mas, mais uma vez, Bernard fez uma partida muito abaixo, errando detalhes bobos e não conseguindo criar nada, pelo contrário, se atrapalhando em alguns ataques que podiam se tornar perigosos.

Bernard em ação pelo Atlético
Bernard em ação pelo Galo (Pedro Souza / Atlético)

 

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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