Mário Jorge quer título da Copinha pra que Flamengo inicie o ano com o pé direito
Treinador estará com o Flamengo para disputar a Copa São Paulo e, à Trivela, falou sobre desafios, bons nomes e até a relação com os profissionais
O fim da temporada do futebol profissional deixa o mercado de transferências em evidência e, também, dá espaço para as competições das categorias de base. A tão tradicional Copa São Paulo de Futebol Júnior está perto de começar e, no caso do Flamengo, é muito importante iniciar o 2024 com o pé direito. Pelo menos é isso que Mário Jorge, técnico do time sub-20 que estará na Copinha, pensa.
Em entrevista exclusiva à Trivela, o nome escolhido pelo Flamengo para comandar o time na Copinha comentou sobre as expectativas para o torneio de base. Mário Jorge confirmou que os Garotos do Ninho terão pouco tempo para trabalharem juntos, mas que a confiança em campanha longa e, quem sabe, vitoriosa, segue no melhor nível possível.
— Então, cara, assim eu acho que é um grupo muito equilibrado, né? As equipes começam a preparação para a Copinha. É muito antes do que a gente, nosso calendário ficou muito apertado, então tinha um meninos ainda envolvidos com um profissional até dia 6 de dezembro, eles tiveram um recesso de de 8 a 10 dias e voltar a treinar com a gente e vão ter 2 semanas de atividade para para a competição. Acho que isso é pouco, mas a gente também tem que entender que os meninos precisam de uma pausa. E depois de um ano tão pesado, nosso ano foi muito complexo. Um período de uns quatro, cinco meses a gente perdeu totalmente o controle com relação à parte de treinamento dos atletas. A gente contornou por ter uma ótima relação com com eles. Eu acho que o tempo de serviço junto a estes meninos fez com que a gente combinasse ali com o título do do Campeonato Brasileiro.
— A expectativa é a melhor possível. Ciente da dificuldade que a gente vai ter o São José, uma equipe tradicional do Rio Grande do Sul. Que já vem fazendo finais na categoria sub-17, sub-15 do Campeonato Gaúcho. Então assim, no sub-20, possivelmente eles também têm uma equipe muito forte. O São Bento tem um trabalho muito sólido da comissão técnica, que já está lá há bastante tempo, que são amigos de longa data. O Audax também tem um trabalho sólido de formação há muito tempo. Eu inclusive trabalhei nesse time quando ele tinha filial aqui no Rio de Janeiro. Então assim, eu acredito muito no equilíbrio desse grupo. Acredito no desconforto grande para a gente, sim, na primeira fase, mas que isso também pode nos dar uma casca para na classificação para uma segunda fase. Está num ritmo competitivo, um pouco melhor e muito mais alto daquilo que a gente poderia ter durante a fase de preparação.
Pressão? Mário Jorge se diz acostumado
Ainda que esteja à frente do time sub-20, Mário Jorge está tranquilo com a pressão. O treinador, inclusive, comandou os profissionais nas transições dos trabalhos de Sampaoli e Tite. Ciente de tudo que envolve representar o Flamengo, o técnico confirmou que lida com as críticas e a sede por resultados de maneira bastante natural.
— Eu lido com naturalidade porque o Flamengo, qualquer partida que entra o Flamengo entra com a responsabilidade do seu protagonista de tentar vencer as partidas. Temos a ciência de que não vamos vencer todas, mas a gente tem a consciência também que a gente precisa lutar para isso. E quando a gente passa por esse comportamento de luta, de entrega, a nossa torcida, independente do resultado, que a gente consiga, a nossa torcida vai nos apoiar. Então a responsabilidade é muito compartilhada. Os atletas têm consciência disso. Eles têm essa vertente já com eles, então acredito que o nível de maturidade que esses meninos adquiriram em 2023 vai pesar muito para que eles tenham, sim, a responsabilidade da competição. Ciente que eles precisam entregar o melhor possível e que se a gente entregar o esforço suficiente, a torcida vai apoiar a gente sempre — analisou.
Quem pode ser o destaque do Flamengo na Copinha?
Mário Jorge ainda revelou alguns nomes que podem se destacar na disputa da Copa São Paulo. Ele confidenciou à reportagem que vê muita expectativa em Lorran, joia da base de apenas 17 anos que vai para sua primeira disputa da Copinha. Ainda que o camisa 10 seja mais badalado, o comandante confirmou que tem um coletivo muito forte nas mãos, com atletas mais experientes, como é o caso de Petterson e Werton.
— Eu acho que seria leviano da minha parte falar de um atleta e deixar um outro de fora. Eu acho que a gente vai tentar, né? É fazer como a gente fez nos últimos anos, tentar ter um coletivo muito forte, muito organizado, com um padrão de jogo bem estabelecido para que as qualidades e as virtudes individuais apareçam. É óbvio que o cara que está nessa crista da onda é o Lorran, além de ter alguns meninos que já deram resultado — frisou, antes de concluir:
— A gente tem um Werton, um Peterson, um Caio vindo de lesão, que foi o mesmo que nos agradou muito no começo da temporada. Tem também o Zé Wellington, que tem se tornado 11 grande referencial pra gente, principalmente na parte ofensiva. O Zé tem uma condição de ser um batedor de falta também, que eu acho que é um recurso que a gente vai utilizar bastante, enfim, mas o nosso coletivo também é muito forte, então eu prefiro me atentar mais por esse lado de que a gente em 15 dias, 20 dias, vai tentar estar com esse coletivo na ponta dos casos — confirmou.
Atenções divididas e planejamento
Ainda que a Copinha seja a competição mais importante para as categorias de base do Flamengo em 2024, ela acaba caindo em conflito de interesses. O Rubro-Negro iniciará a disputa do Campeonato Carioca em meio às fases mais agudas do torneio de divisões inferiores e, caso precise, cederá alguns atletas para o Estadual. O clube, inclusive, precisará das jovens promessas, já que fará pré-temporada nos Estados Unidos.
— A gente tem 2 jogos confirmados, um terceiro a confirmar, porque eu acho que pode sair dessa data, ser transferido para fevereiro e aí o próprio profissional, com a equipe principal assumir esse jogo. Mas o que a gente tem Nova Iguaçu e Portuguesa. É com a molecada que está, é do profissional que vai ficar aqui. É a prioridade é do profissional, sim. Prioridade é do profissional. A gente vai deixar uma, vai tentar deixar uma equipe equilibrada. São Paulo para que possa seguir igual. Foi feito nesse último ano que acabou que na segunda fase — explicou.
O treinador também valorizou o planejamento do Flamengo, especialmente no que tange o relacionamento com a comissão técnica de Tite. Mário Jorge confirmou que o novo treinador é de fácil acesso e pensa na estrutura do clube como um todo. Na opinião do treinador, a união entre profissionais e categorias de base só faz com que o Rubro-Negro se coloque em posições de sucesso.
— Eu acho que essa essa integração ela é importante, porque o clube trata o sub-20 à base dessa forma, como sendo um suporte importante que o profissional vem promovendo a atletas todos os anos e esses atletas estão dando resultado, tanto esportivo quanto financeiro, tendo em vista João Gomes, França, Reinier, Vinícius Júnior e Paquetá. Se tornaram ativos financeiros muito fortes. Então o clube hoje goza de uma estrutura que é impecável para que esses meninos possam se desenvolver e ter um profissional do que lá está o título profissional. A gente trabalha sempre com afinco. Ciente de que os profissionais vão olhar para a gente com carinho, vão olhar para os meninos com carinho.
Veja outros pontos abordados na exclusiva
Mais sobre a relação com a comissão técnica de Tite
— Ela (relação) é muito boa, é muito tranquila. O professor Tite é um cara extremamente comunicativo. Eu já tinha uma relação com o filho dele, com Matheus (Bachi). Somos colegas de licença de de CBF. Eu acho que isso se manteve, mesmo gente tão distante e a gente conseguia-se falar pelo telefone ou pela rede social. Então quando ele esteve aqui presente, ele fez questão de me chamar de me de me tornar uma pessoa participativa ali.
— De apresentação, jogadores ele fez uma entrevista formal na frente de todos ali por aquilo que a gente tinha entregue o jogo do Bahia e do Corinthians e que aqueles pontos ali seriam importantes para que a gente conseguisse a vaga direto na Libertadores, que ele usaria bastante. Isso para mim foi muito legal, porque isso também tinha acontecido com o Dorival. O Dorival também fez um agradecimento à gente na chegada dele, apesar da gente não ter feito a partida contra o Inter, né?
Mais sobre Lorran
— Cara, o Lorran é um talento, né? É indiscutível a capacidade é técnica e decisiva desse atleta. Ele vem de um ano muito complexo em que não parou, vem de dezembro de 2022 até agora. A Copa do Mundo sub-17 sem nenhum tipo de recesso, sem nenhum tipo de férias, a gente deu uma parada nele também. Ele volta praticamente 10 dias antes da Copinha e vai com a gente para tentar ganhar condição lá durante a competição. É um jogador extremamente talentoso, é um moleque muito decisivo. Eu acredito que tê-lo ali com a gente realmente pode nos ajudar a ter uma equipe bem equilibrada, para que a gente consiga o objetivo principal do primeiro momento que é classificação.