Brasil

Leila, alfinetadas em rivais, patrocínios e reforços: como foi a coletiva de Mário Bittencourt, presidente do Fluminense

Mário Bittencourt falou por quase duas horas, alfinetou rivais do Fluminense e detalhou planejamento do futebol para 2024, além de outros assuntos

O presidente Mário Bittencourt repetiu os últimos anos e concedeu uma entrevista coletiva no CT Carlos Castilho para fazer um balanço da temporada anterior e projetar os próximos passos do Fluminense. Entre citações à Leila Pereira, mandatária do Palmeiras, alfinetadas em rivais, reforços e patrocínios, ele falou por quase duas horas.

No primeiro encontro oficial com a imprensa após o título da Libertadores, Mário falou sobre o planejamento para 2024 e acabou questionado sobre chegadas e saídas do elenco profissional.

Até agora, foram seis reforços anunciados: Antônio Carlos, Renato Augusto, Felipe Alves, Gabriel Pires, Terans e Douglas Costa, além do colombiano Jan Lucumí, que esteve hoje no CT Carlos Castilho. E o presidente afirmou que outros devem chegar.

— Creio que a gente ainda vá fazer uma ou duas contratações no início da temporada ou no meio do ano. Futebol é um baralho que mexe muito rápido. Pode ser que tenha alguma saída de atleta. Estamos procurando trabalhar com um pouco mais de preocupação e ter um elenco de reposição — disse.

Mário cita Leila Pereira sobre patrocínio master no Fluminense

Um dos assuntos quentes no Fluminense é o patrocínio master, hoje com a Betano. O Tricolor assinou contrato antes de novas regulamentações no mercado de apostas e acredita que os valores podem ser renegociados após novas propostas de concorrentes. O Flu, entretanto, não vê as cifras tão altas quanto as divulgadas por outros clubes, e Mário fez coro à Leila Pereira, presidente do Palmeiras, sobre o assunto.

— Vou usar um pouquinho das palavras da presidente do Palmeiras, a Leila, que é muito firme nas convicções. Temos de tomar cuidado sobre os valores que são falados do mercado. Tem muita gente que diz que recebe 60 milhões, mas recebe 20 e os bônus são de 40. Então não é verdadeiro. Quem conhece o mercado sabe, e as empresas se falam. Da mesma forma quando se vende um jogador: a gente informa que é uma parte fixa e outra de bônus. Tem um monte de gente fazendo contrato de 30% do que é divulgado, e o resto é de bônus, mas se não atingir o bônus, o valor não é aquele. Gostaria muito que todo mundo fosse claro — opinou.

Entre partes fixas e variáveis, o Flu recebeu pouco mais de R$ 30 milhões da Betano em dois anos. Agora, com a marca valorizada e propostas maiores, deseja mais ou menos o dobro para renovar. As negociações estão em voga.

— Com relação ao nosso caso, primeiramente, temos uma relação muito boa com os parceiros e não é diferente com o master. Se continuarmos, vamos continuar com uma relação amistosa, e se sair também. Entendemos que os valores do contrato, que eram muito bons, hoje estão defasados, que não condizem com o que o Fluminense merece no momento. Mas é um contrato que está em vigor e sendo discutido — declarou.

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

Presidente do Fluminense alfineta Botafogo e critica gramado sintético

Das mais de 15 perguntas respondidas pelo presidente do Fluminense, algumas colocavam em questão também os outros três grandes do Rio de Janeiro. Ao seu estilo, Mário não fugiu das questões e alfinetou os rivais.

Ao ser questionado sobre gramados sintéticos, por exemplo, tocou na ferida do Botafogo, que tem um gramado artificial no Estádio Nilton Santos.

— Vocês deveriam perguntar a quem tem sintético se fazer cinco shows no ano paga o time de futebol. Se é melhor perder um título e fazer cinco shows. Eu prefiro ganhar um título, deve ter gente que prefere cinco shows. Eu vou ser terminantemente contra. Em nenhuma liga grande do mundo se joga em sintético — afirmou.

Mário fazia alusão ao show da banda RBD no Rio em final de semana que o Bota, na briga pelo título brasileiro, levou o jogo contra o Grêmio para São Januário e acabou derrotado.

— Tem time que estava na liderança do campeonato, tirou do gramado sintético para receber show, colocou em gramado natural e perdeu o jogo. O próprio técnico do Grêmio disse que, se fosse em gramado sintético, o Suárez não jogaria.

Mário vê Fluminense como maior rival do Flamengo e critica Vasco sobre Maracanã

Já o Vasco foi citado quando Mário foi questionado sobre o Maracanã, que administra com seu maior rival, o Flamengo.

— O Fluminense tem quase 900 jogos a mais no Maracanã que o Vasco. O Flamengo tem quase 2 mil. O Vasco fez a opção de jogar em São Januário. Tudo bem. Em 1998, quando jogaram a final da Libertadores, o Maracanã estava vazio e eles jogaram em São Januário. Na final do Brasileiro de 2000, jogaram em São Januário. Mas teve o problema e tiveram que ir para o Maracanã. Eles podem jogar no Maracanã? Podem. Mas nada os dá mais direito que Flamengo e Fluminense. Eles optaram diversas vezes em não jogar no estádio.

Após o título da Libertadores, Mário Bittencourt cumpriu promessa e assistiu jogo do Fluminense na arquibancada do Maracanã - Foto: MARINA GARCIA//FLUMINENSE FC
Após o título da Libertadores, Mário Bittencourt cumpriu promessa e assistiu jogo do Fluminense na arquibancada do Maracanã – Foto: MARINA GARCIA//FLUMINENSE FC

Sobre o Fla, questionado se o Flu tinha virado uma “pedra no sapato” dos rubro-negros em sua gestão, Mário discordou.

— A gente não é uma pedra no sapato do Flamengo, a gente é o grande rival do Flamengo desde o primeiro Fla-Flu. É uma rivalidade bonita pra caramba, é uma rivalidade sadia. Cada um defendendo suas cores, e somos parceiros comerciais na gestão do Maracanã. É uma rivalidade dentro de campo, cheia de história, como tem que ser — afirmou.

Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
Botão Voltar ao topo