Riscos dão resultado, mas gramado do Maracanã ainda não está 100% para 2024
A área localizada no Setor Norte sofreu mais por conta de show, e gramado do Maracanã estreará em 2024 sem estar totalmente reformado
O Maracanã está muito próximo de voltar à ativa. Depois de mais de um mês fechado para manutenção do gramado, o estádio receberá o clássico entre Flamengo e Vasco, neste domingo (4), válida pela quinta rodada da Taça Guanabara. O campo recebeu um tratamento especial nesse período, mas ainda não está 100%, por razão que vai muito além do futebol.
A Trivela teve acesso a imagens do gramado do Maracanã ao longo do período de recuperação. O otimismo é grande por parte dos organizadores, que esperam uma grama mais resistente do que no ano passado. Apesar disso, nem todos os locais do campo tiveram a mesma resposta.
Os procedimentos utilizados
Mesmo que não recebesse mais jogos de futebol, o Maracanã teve agenda a cumprir em dezembro e, por isso, o gramado só foi liberado aos responsáveis pela manutenção no fim do mês. Os trabalhos começaram no dia 28 de dezembro, e consistiram, na primeira semana, da raspagem do gramado. Com a ajuda de uma máquina importada, a grama ficou entre 1cm e 4cm do solo, dentro dos padrões esperados.
Depois, os organizadores fizeram os procedimentos padrão, que envolvem o top-dressing, uso de iluminação artificial e — muita — água. Os turnos dobrados fizeram o esperado pela Greenleaf, e deixaram o gramado mais forte e bonito para o início de 2024.
Risco que deu resultado
Pareceu fácil, mas não foi nem um pouco. Logo que receberam o gramado para tratamento, os responsáveis fizeram uma escolha arriscada. Ao contrário do que muitos pensaram, a grama não foi trocada. As sementes são as mesmas que foram plantadas na última paralisação do Maracanã, que aconteceu em outubro. O processo foi muito mais de recuperação do que de cultivo.
O trabalho se deu muito mais no solo, algo que ajudou na retomada forte da fibra da grama. A Greenleaf considera, como mencionado, que o gramado apresentará uma resistência ainda maior por conta do procedimento. A quantidade de jogos deve ser intensa, já que Flamengo e Fluminense têm o Maracanã como casa, e o Vasco da Gama o utiliza, ocasionalmente.
Shows atrasam planejamento dos organizadores
Mesmo com todo o trabalho, o gramado do Maracanã ainda não está 100%. Não foi por falta de esforço dos organizadores, que trabalharam de maneira incessante, em uma recuperação pesada do gramado. A faixa de área do gol do Setor Norte, que já tem problemas por conta da baixa luminosidade nos meses de inverno, foi o lar dos palcos para shows de Ivete Sangalo e Paul McCartney.
O local, segundo a Greenleaf, empresa responsável pela manutenção, é o único que ainda deve destoar do restante do gramado. Como os palcos ficaram montados por cerca de 16 dias, a área sofreu, e as raízes que estavam presentes no local ficaram inutilizáveis. Por isso, nem a raspagem do gramado conseguiu salvar essa parcela do campo, que precisará de cuidados ao longo de fevereiro.