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Jogador por jogador, como o Athletico Paranaense montou o elenco que chegou à final da Copa Sul-Americana

Base forte, observação para contratar revelações e aproveitar oportunidades e investimentos pontuais levam o Furacão a uma vitória de seu segundo título na Copa Sul-Americana

O sucesso recente do Athletico Paranaense não é casual. Além de ter uma das melhores estruturas do Brasil, aborda o mercado com uma estratégia. A montagem do seu time, que no próximo sábado tentará o segundo título da Copa Sul-Americana no Estádio Centenário de Montevidéu, mistura uma prospecção muito forte de jovens talentos, observação de revelações do futebol paranaense e do restante do país, atenção para oportunidades e investimentos pontuais em sul-americanos ou brasileiros que possam explodir no futuro. Esse é o diagnóstico analisando jogador por jogador que deixou o Furacão a uma vitória da glória continental.

Santos

Santos, do Athletico Paranaense (Foto: Buda Mendes/Getty Images/One Football)

Foi destaque da Copa São Paulo com a camisa do Porto de Caruru e se mudou para as categorias de base do Athletico Paranaense. Estreou em 2011 e ganhou a vaga como titular com a saída de Weverton para o Palmeiras. O destaque pelo Furacão o levou a ser convocado pela seleção brasileira principal. Pelo time olímpico, foi medalha de ouro em Tóquio. Um dos grandes ídolos do clube no momento.

Marcinho

Destacou-se em 2019 pelo Botafogo e chegou à seleção brasileira. Uma lesão no joelho atrapalhou a sua progressão. No final do ano passado, não quis renovar com o clube carioca e saiu ao fim do seu contrato. Respondeu por homicídio culposo pelo atropelamento de um casal no Rio de Janeiro. Fechou acordo de indenização em junho, quando já estava no Athletico Paranaense.

Carlos Eduardo

Alguém se lembra do Pyramids? O clube egípcio meio obscuro que de repente levou vários jogadores que se destacavam no futebol brasileiro, como Keno, Rodriguinho e Carlos Eduardo, revelação do Goiás. Quando o projeto naufragou, Eduardo assinou pelo Palmeiras, que queria dar a Luiz Felipe Scolari um jogador de lado de campo. Não se firmou e foi negociado com o Athletico Paranaense, inicialmente por empréstimo, com cláusula de compra.

Fernando Canesin

Brasileiro, mas quase belga, como disse o tuíte do Athletico Paranaense anunciando a contratação do meia-atacante de 27 anos para a temporada 2020. Não à toa, afinal, ele estava desde 2010 no país europeu, pelo Anderlecht e principalmente defendendo o KV Oostende. Nascido em Ribeirão Preto, não emplacou em passagens curtas por Santos e Corinthians. Profissionalizou-se pelo Olé Brasil.

Renato Kayzer

Rodou bastante até ser contratado pelo Cruzeiro, em 2018, após se destacar pelo Tupi no Campeonato Mineiro. E aí rodou bastante de novo. Chamou a atenção com dez gols em 15 jogos pelo Atlético Goianiense. Encontrou uma casa mais fixa em setembro do ano passado ao assinar contrato até 2023 com o Athletico Paranaense.

Nikão

Nikão comemora (Foto: Conmebol Sul-Americana)

Era uma grande promessa da base e, como muitas delas, demorou para conseguir se firmar. As primeiras chances vieram no Atlético Mineiro, mas rodou o Brasil em empréstimos. Foi contratado pelo Athletico em 2015 após ser destaque do Ceará na Série B. E a aposta se pagou. Nikão se tornou um dos pilares do Furacão. Um dos remanescentes da Sul-Americana de 2018.

Khellven

O lateral direito chegou do Guarani de Palhoça e teve uma ascensão meteórica nas categorias de base do Athletico Paranaense. Começou a aparecer no time principal durante o ano da conquista da Copa do Brasil, em 2019.

Abner

Após se destacar pela Ponte Preta, o lateral esquerdo Abner se tornou o jogador mais caro da história do Athletico Paranaense ao ser contratado por R$ 10 milhões para se candidatar a sucessor de Renan Lodi. Foi superado por Matheus Babi. Ainda tem 21 anos e segue sendo um investimento importante ao futuro.

Léo Cittadini

Léo Cittadini, do Athletico Paranaense (Foto: Alexandre Schneider/Getty Images/One Football)

Acertou com o Athletico Paranaense no começo de 2019 quando seu contrato com o Santos chegou ao fim. Recusou a renovação e assinou um pré-acordo. Marcou na final da Copa do Brasil. Tem sido presença constante no meio-campo do Furacão desde então.

David Terans

Começou pelo Rentistas, passou por Santiago Wanderers e Danúbio e foi contratado pelo Atlético Mineiro. Apesar de ter assinado contrato por cinco anos, não se firmou no Galo e acabou emprestado ao Peñarol. Chegou a marcar três vezes pelo clube uruguaio nesta Copa Sul-Americana antes de chegar ao Athletico Paranaense com vínculo até 2025. O início foi muito bom, marcando ou dando assistência para um gol a cada 82 minutos.

Nicolás Hernández

Em 2019, causou choque ao pedir para ser emprestado pelo Atlético Nacional ao rival Independiente Santa Fé. Não estava maluco: cumpria uma promessa que havia feito à irmã que morreu aos 15 anos e era torcedora do Santa Fé. O jogador canhoto e talentoso de 23 anos foi contratado em agosto do Atlético Nacional, época em que a zaga estava precisando de mais opções.

Bento

A Covid-19 tirou Santos e Jandrei de ação e abriu espaço para Bento estrear pelo Athletico Paranaense, aos 21 anos, contra um time argentino chamado River Plate, pelas oitavas de final da Libertadores. Lidou bem com o batismo de fogo. Também atuou na partida de volta e ganhou elogios de Marcelo Gallardo. Nasceu em Curitiba e não conhece outro clube.

Erick

Foi introduzido ao futebol paranaense pelo PSTC, clube que revelou nomes como Dagoberto e Kleberson, e conquistou a Série C com a camisa do Operário. Como boa revelação local, o volante de 20 anos acertou com o Furacão para a temporada 2019.

Zé Ivaldo

Zé Ivaldo, do Athletico Paranaense (Foto: Gustavo Oliveira/athletico.com.br)

Nascido em Maceió, é prata da casa do Athletico Paranaense. É utilizado desde 2015 e esteve no elenco que conquistou a Copa Sul-Americana três anos atrás.

Pedro Rocha

Foi uma venda milionária do Grêmio para o Spartak Moscou em 2017, mas fez apenas 19 jogos pelo clube russo antes de começar a ser emprestado para ver onde emplacava. A primeira tentativa foi o Cruzeiro. Depois o Flamengo. Agora, o Athletico Paranaense.

Pedro Henrique

Pedro Henrique, do Athletico Paranaense (Foto: Buda Mendes/Getty Images/One Football)

Formado pelo Corinthians, foi emprestado ao Athletico Paranaense em 2019 e foi muito bem. Retornou ao clube paulista seguindo o seu técnico Tiago Nunes, mas durou apenas alguns meses. Contratado em definitivo com o Furacão em meados de 2020 por € 1 milhão.

Bissoli

Saiu da base do São Paulo e chegou ao Athletico Paranaense em 2020, emprestado pelo clube paraguaio Fernando de la Mora. Contratado em definitivo no fim daquele ano, foi cedido ao Cruzeiro para a disputa da Série B, mas o Furacão decidiu chamá-lo de volta após a séria lesão de Matheus Babi. Parece ter sido uma boa ideia porque Bissoli marcou duas vezes na vitória por 4 a 2 sobre a LDU nas quartas de final da Copa Sul-Americana.

Christian

Chegou às categorias de base em 2017, passou pelos times sub-17 e sub-20 e despontou conquistando o Campeonato Paranaense de 2019 pelos aspirantes. Teve uma breve passagem emprestado ao Juventude. Fez os outros dois gols da vitória sobre a LDU.

Thiago Heleno

Thiago Heleno, zagueiro do Atlético Paranaense (Photo by Alexandre Schneider/Getty Images)

Veterano de 33 anos que passou por Cruzeiro, Corinthians e Palmeiras. Chegou em 2016 do Figueirense, inicialmente emprestado, se encontrou de vez. Foi peça importante em todo o sucesso dos últimos anos e é um dos líderes do elenco.

Matheus Babi

Custou R$ 12 milhões, reforço mais caro da história do Athletico Paranaense após brilhar pelo Botafogo, e sofreu uma séria lesão do joelho que o afastou pelo restante da temporada, com apenas 23 jogos e quatro gols pelo Furacão.

Márcio Azevedo

O veterano retornou ao Athletico Paranaense após defender Botafogo, Metalist e Shakhtar Donetsk. Reassumiu a lateral esquerda com a saída de Renan Lodi, mas perdeu espaço. Mais reserva nos últimos dois anos, jogou apenas oito minutos na Sul-Americana contra a LDU.

Jáderson

Saiu da base do Cruzeiro-RS para a do Athletico Paranaense. Chegou a ser emprestado ao Santa Cruz. Jogou dois minutos na goleada por 4 a 1 sobre o América de Cali.

Nicolas

Também formado na base, o lateral esquerdo retornou após passagem por empréstimo ao Atlético Goianiense e assinou contrato até 2023.

Lucas Fasson

Fez a base no São Paulo. Saiu em litígio, exigindo rescisão unilateral do contrato, para o La Serena, do Chile, em 2020. O zagueiro foi contratado por R$ 10 milhões no último mês de agosto. Jogou quatro minutos na vitória por 2 a 0 sobre o Peñarol.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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