Galoppo busca retomada no São Paulo, mas não descarta deixar o clube
Enquanto tenta recuperar espaço, meia autoriza agência a buscar ofertas de equipes na Itália

Galoppo estreará na Libertadores obstinado a viver um novo momento pelo São Paulo. Tanto que o argentino escolheu mudar o número de sua camisa. Abandonou o 14 de suas duas primeiras temporadas pelo clube para vestir a 8, que era de Luan. Mas a partir daí, todos os esforços para recuperar seu espaço, que já foi de protagonismo na equipe, o remetem ao passado. A começar pelo palco da estreia do Tricolor na competição continental.
O Estádio Mario Alberto Kempes que recebe o duelo do Tricolor com o Talleres (onde assistir) nesta quinta-feira (4), às 21h (horário de Brasília), pela primeira rodada do Grupo B é o mesmo local em que Marcelino Galoppo, pai do meia são-paulino, fez história pelo time da casa.
Um ano antes do nascimento do filho Galoppo, em 1998, Marcelino deu a volta olímpica diante daquelas mesmas arquibancadas pelo Talleres depois de uma vitória sobre o arquirrival Belgrano na partida que garantiu ao clube o acesso à elite do Campeonato Argentino. A decisão, de tão emblemática, ficou eternizada como a “Final do Século” para o futebol em Córdoba.
A mudança de número também desperta lembranças a Giuliano Galoppo. Mas essas, de sua própria carreira no futebol. Foi com a camisa 8 que o meia se destacou pelo Banfield a ponto de chamar a atenção do São Paulo. Pelo clube, ele marcou 21 gols em 83 partidas. Um deles, inclusive, no estádio Mario Alberto Kempes, em 2021, pela Copa Diego Armando Maradona.
“Esse jogo será especial, sim. Meu pai jogou no Talleres, e é um clube que minha família possui um grande carinho. É uma das instituições que abriu as portas para o meu pai e deu a oportunidade para ele construir uma carreira sólida. Eu já joguei no estádio e tive a felicidade de marcar um gol, mas acabamos perdendo aquele jogo. Espero que, dessa vez, eu possa entrar em campo e ajudar o São Paulo a conquistar a vitória. O São Paulo é um clube com uma grande tradição na Libertadores e a nossa torcida adora essa competição. Faremos de tudo para voltar com um bom resultado”. (Galoppo)
? Tricolor a caminho de Córdoba para a estreia na @LibertadoresBR!#VamosSãoPaulo ?? pic.twitter.com/JSJfZ70Ra3
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) April 3, 2024
Galoppo tenta recuperar espaço, mas já pensa em futuro
A estreia na Libertadores e a proximidade com o Campeonato Brasileiro são vistos por Galoppo como chances para uma mudança de chave no São Paulo. Isso, porque os últimos dias foram de ostracismo. O meia não entra em campo desde 14 de fevereiro, quando foi titular de última hora na derrota por 1 a 0 para o Santos, no MorumBIS.
Sem jogar há mais de um mês, o argentino deu autorização a uma agência esportiva para buscar ofertas para ele em clubes da Itália – o meia possui passaporte italiano. A Trivela ouviu que a prioridade é recuperar espaço no São Paulo. Mas caso as oportunidades não reapareçam, o jogador também deixa as portas (bastante) abertas para deixar o Tricolor.
? Estreia e jogo 2️⃣0️⃣0️⃣ à vista!
A partida contra o Talleres-ARG marca uma data histórica para o Tricolor, que amanhã retorna à CONMEBOL Libertadores.#VamosSãoPaulo ?? pic.twitter.com/FkQHVmSiTz
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Galoppo sumiu, mas início foi promissor
Todo esse ostracismo ocorre depois de Galoppo viver um início de temporada promissor pelo São Paulo. O meia entrou no segundo tempo da vitória por 3 a 1 sobre o Santo André, na estreia da equipe na temporada, e foi titular na partida seguinte, com direito a gol marcado. O argentino anotou de pênalti o gol de empate em 1 a 1 com o Mirassol, na segunda rodada do Paulista. Foi tão bem, que ganhou um merecido elogio de Thiago Carpini.
– O Galopo depois de um longo período de inatividade teve a oportunidade de fazer em 10, 15 minutos no Morumbi (na estreia). Hoje (terça-feira, em Mirassol), um período um pouco maior dentro do programado, toda a carga muito bem ajustada e controlada e essa evolução de maneira gradativa. É um cara aqui que sabe fazer gols, isso já é uma amostra desde o ano passado em várias oportunidades, ele foi decisivo. Ganhamos mais uma opção com a entrada do Galoppo – disse o técnico Thiago Carpini após a partida contra o Mirassol.
E de fato, o argentino foi opção e inclusive atuou na decisão da Supercopa do Brasil, quando marcou um dos gols da disputa de pênaltis que deu o título ao São Paulo. Mas isso durou pouco. Ao todo, Galoppo soma oito jogos e 417 minutos na temporada. Para ganhar mais oportunidades, ele briga por posição em um setor concorrido do campo. Lucas Moura, James Rodríguez, Luciano, Ferreira, Welington Rato, Erick e Nikão são seus concorrentes por vagas no time titular.

Os longos dez meses de recuperação de Galoppo
Galoppo rompeu os ligamentos do joelho esquerdo em março, ainda pelo Paulistão, na eliminação do São Paulo para o Água Santa (comandado por Carpini), nas quartas de final. Ele passou por cirurgia para reconstrução ligamentar ainda em março, no dia 20, na Argentina. Desde então, ele retornou ao Brasil e passou a fazer tratamento fisioterápico no CT da Barra Funda.
O meia ainda teve de passar por uma nova cirurgia, mais simples, em maio, em seu país natal. Galoppo foi submetido a uma artroscopia para retirada de uma fibrose no joelho esquerdo. O procedimento serviu apenas para fazer uma “limpeza” no local.
Não à toa, o argentino tinha status de reforço para o São Paulo nesta temporada por tudo o que ele fez em campo antes da lesão. O meia era o artilheiro da equipe em 2023, com oito gols marcados em 11 jogos, além de contribuir também com duas assistências. A participação foi tão emblemática, que Luciano e Calleri só foram ultrapassá-lo na artilharia em junho, mais de dois meses após a sua lesão.
Galoppo até poderia ter voltado ao São Paulo na reta final da temporada passada. Mas tanto ele quanto o clube adotaram cautela sobre o retorno. A avaliação é de que não valeria a pena acelerar a volta aos gramados para apenas alguns jogos, diante da possibilidade de prepará-lo com dias a mais de pré-temporada. E a estratégia deu certo. Prova disso é que o argentino não voltou a sentir problemas no local e nem sofreu com lesões musculares até agora em 2024.