Brasil

Fluminense busca zagueiro canhoto no mercado, mas tem opções em Xerém

Após a saída de Nino, Fluminense se reforçou, mas ainda não encontrou zagueiro canhoto, uma raridade. Em Xerém, há dois destaques neste perfil

O Fluminense busca um zagueiro canhoto e construtor no mercado da bola. O problema é que isso é artigo de luxo para o futebol brasileiro. Sem muitas opções, o Tricolor espera uma oportunidade de mercado enquanto utiliza os experientes nomes que tem à disposição. Mas em Xerém, há outros com o perfil.

Mesmo que tenha perdido apenas um jogador do time que foi campeão da Libertadores em 2023, o Fluminense se reforçou bastante para 2024. São oito contratações, mas apenas uma para a defesa, que perdeu o capitão Nino. Por isso, a busca segue.

O reforço é idealmente canhoto, algo que o Flu acredita que pode ajudar Marcelo, pela esquerda, e melhorar a fluidez da saída de bola por ali. Mas está difícil. Por enquanto, o Tricolor mantém Felipe Melo por ali e pode ter também Antonio Carlos, contratado no início do ano, e Manoel, que já jogou daquele lado. Todos são destros.

Fluminense contratou Antonio Carlos, que jogou pela esquerda no Carioca, mas é destro - Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC
Fluminense contratou Antonio Carlos, que jogou pela esquerda no Carioca, mas é destro – Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC

Fábrica de talentos do Flu, Xerém tem opções para o setor já em final de formação. Dois deles são destaques de suas gerações.

Kayky sempre foi esperança, mas teve problemas no Fluminense

O zagueiro Kayky Almeida tinha apenas nove anos quando chegou ao futsal do Fluminense. Então fixo de uma geração campeã em Xerém, o jovem nascido e criado no Boogie Woogie, comunidade na Ilha do Governador, sempre foi uma esperança no clube.

 

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Já no sub-15, ele passou a ser convocado constantemente para a Seleção Brasileira e assumiu a faixa de capitão bem cedo. Assim como os problemas. Com apenas 12 anos, Kayky perdeu sua mãe e pensou em desistir do futebol. A família, a comissão técnica e a psicóloga da base, Simone Albuquerque Luz, lhe convenceram do contrário. O Tricolor ganhou um talento, mas lidou com altos e baixos.

 

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Kayky deixou Xerém durante a pandemia,, onde morava com seu pai, e voltou a morar com a avó, dona Nadmar, na Ilha. Ali passaram a aumentar problemas extracampo, como atrasos e certo deslumbre com a carreira.

O tempo passou, e Kayky amadureceu. O jovem de 18 anos não esconde os problemas do passado, mas está “regenerado”, como um dia disse também John Kennedy, outro cria de Xerém que já se tornou ídolo do Fluminense.

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Zagueiro-artilheiro, Kayky agrada Diniz no Fluminense

Canhoto e muito técnico, Kayky também é forte na bola aérea. Caraterísticas que agradaram muito a Marcão, Cadu e Ailton, que participaram de sua transição para os juniores, algumas oportunidades no sub-23. No time principal, o estilo chamou a atenção de Fernando Diniz, que já o relacionou algumas vezes.

 

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Kayky não entrou em campo, mas tem em casa medalhas do Carioca e da Libertadores de 2023, competições em que esteve inscrito, assim como o estadual em 2024. Aos 18 anos, ele joga pelo sub-20 e treina nos profissionais.

Ele é também um zagueiro-artilheiro. Bom finalizador e carrasco do Flamengo, Kayky marcou sete gols em 2022, seu ano mais artilheiro, além de outras bolas na rede em sua formação. O zagueiro tem contrato até o fim de 2027 com o Fluminense.

Destaque silencioso na Copinha em 2024 está no radar no Fluminense

Pentacampeão da Copa São Paulo de Juniores, o Fluminense não conquista a competição desde 1989, em geração inclusive mal aproveitada no clube. O Tricolor há muitos anos deixou de ter a Copinha como prioridade no calendário das categorias de base, e não fez boa campanha em 2024, caindo na segunda fase.

Mas teve um destaque silencioso: o zagueiro Gustavo Cintra, de 17 anos. Canhoto, de bom passe e com a cabeça em pé, ele rapidamente chamou a atenção.

Com as férias do time profissional do Fluminense, destaques da base subiram para iniciar a preparação e começar o Campeonato Carioca como equipe alternativa. Isso abriu espaço para jogadores extremamente jovens na Copinha. E Gustavo Cintra aproveitou.

Paulista de São José do Rio Preto, Gustavo foi criado em Xerém, onde chegou em 2016, com apenas 10 anos.

Além da boa estatura, ele sabe usar a perna direita e se destaca pelo senso de posicionamento. Vai bem nas coberturas e nos duelos em mano a mano, além de boa leitura de jogo. Apesar de alto, com 1,88m, o jovem não é lento.

Fluminense considera dupla ainda crua para os profissionais

Aos 17 e 18 anos, Gustavo Cintra e Kayky Almeida são duas boas e jovens opções para a zaga do Fluminense. O Tricolor tem titulares e reservas já com mais de 30 anos e poderia renovar o setor, mas essa não é a ideia no momento.

 

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Destaque no início do Carioca, Luan Freitas, de 22 anos, foi emprestado para o Paysandu, onde disputará a Série B. Ainda mais novo, Kayky deve seguir sendo utilizado na base, assim como Gustavo.

 

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Isso porque em avaliações internas, apesar de gostarem muito do perfil dos jogadores, a comissão técnica de Fernando Diniz e mesmo os auxiliares permanentes ainda consideram ambos muito crus para o profissional.

Há o entendimento interno de que uma maturação física nas divisões de base em Xerém ainda precisa acontecer para que ambos suportem o ritmo dos profissionais. Mas não tirem o olho deles: ambos tem tudo para ter oportunidade no Flu no futuro próximo.

Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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