Brasil

‘É totalmente relativo’: apresentado no Grêmio, Diego Costa contesta críticas sobre últimos anos da carreira

Apresentado oficialmente nesta quinta-feira (15) pelo Grêmio, Diego Costa se defendeu das críticas sobre os últimos anos da carreira e negou peso por repor a saída de Luis Suárez

Diego Costa foi apresentado oficialmente nesta quinta-feira (15) pelo Grêmio. Contratado como reposição à saída de Luis Suárez, o centroavante de 35 anos vestirá a camisa 19 e terá como desafio apresentar números melhores que os das últimas três temporadas, em que marcou apenas nove gols em 59 partidas por Atlético-MG, Wolverhampton e Botafogo.

Apesar dessa contestação aos últimos anos de uma carreira que teve destaque principalmente no Chelsea e no Atlético de Madrid, Diego Costa se defendeu. Disse que foi feliz tanto no Galo, em que conquistou o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil em 2021, quanto no Fogão, apesar da perda do título brasileiro na temporada passada.

— Para fazer uma análise do desempenho, tem que ver quantos jogos fui como titular no Botafogo. No Galo, se você olhar também, as informações podem não ser coerentes, eu joguei bastante com o Hulk. Tanto que a gente saiu campeão. Isso aí totalmente relativo. São situações que não vem ao caso. No Grêmio vim aqui com a mesma ambição. Não tenho nenhuma dúvida do jogador que sou, do que posso apresentar. Você tem que tirar uma análise mais completa. Lógico que tentarei aqui dar meu melhor, ser titular, fazer gols, fazer jogos. E depois no final de uma temporada, jogando de titular, aí vamos questionar os números e se a coisa foi boa ou não — afirmou Diego Costa.

‘Na Europa me dava bem com todo mundo': Diego Costa se defende de comportamento extracampo

O centroavante também comentou sobre algumas polêmicas extracampo que envolvem seu comportamento. Por exemplo, voltou a viralizar nos últimos dias um vídeo de Diego ironizando Cristiano Nunes, preparador físico do Atlético-MG, em 2021.

— A questão do povo brasileiro de inventar coisas. Na Europa joguei em grandes times, e me dava bem com todo mundo. Isso é uma questão pessoal do primeiro clube [Atlético-MG], com uma pessoa lá, que por eu não ter ficado lá começou a inventar história que não era verídica. Não vou começar a falar, porque não sou do nível dessa pessoa. Sobre o Cristiano, me dou bem com ele até hoje. Era depois de sermos campeões, clima de festa. A imprensa inventa uma imagem, e não me preocupo em desmentir. Sei quem eu sou. Tipo de informação como essa cria dúvida, com o tempo faz manchar a imagem sobre alguém. Sobre me questionar como jogador dentro de campo, tranquilo. Mas como pessoa, não — disse Diego.

Diego Costa poderia ter retornado ao futebol espanhol, mas desafio no Grêmio o motivou

Após a saída do Botafogo, com quem não renovou contrato, o centroavante retornou para Madrid, onde reside. Houve possibilidade de permanecer por lá, e voltar ao futebol espanhol. Mas a oferta do Grêmio o motivou, diferente das que surgiram na Europa.

— Meu sonho são minhas filhas. Isso não é sonho, é realidade. Minha família está lá, minhas filhas. Surgiram possibilidades de estar lá, alguns times da Espanha. Mas sou um cara que gosta de competir. Não desmerecendo os clubes que me procuraram, mas era viver situações que não me motivavam naquele momento. Apareceu a opção do Grêmio, que aí sim me motivou. É algo diferente, que vai ter a pressão. Sei como é a imprensa, sei como é o brasileiro. Vai ter aquele desgaste que quando você está em um grande time sempre vai ter. Parei, sentei, conversei com a família. Ainda quero sentir esse momento. Senti que ainda poderia dar algo de mim a mais. Foi o momento que o Grêmio me procurou, que me motivou poder vir aqui e aceitar esse desafio — revelou Diego.

Ao lado do vice-presidente de futebol Antônio Brum, Diego Costa mostra a camisa 19 que vestirá no Grêmio. Foto: Nícolas Wagner/Trivela

Diego Costa elogia Renato, que ajudou a convencê-lo a jogar no Grêmio

Renato Portaluppi teve papel fundamental na decisão do jogador. Além do vice-presidente de futebol do Grêmio, Antônio Brum, que ligou direto para o centroavante, o treinador gremista também conversou com Diego e ajudou a convencê-lo a atuar mais uma temporada no Brasil.

— A conversa com ele foi simples. Quando tem um treinador que conhece não só o fator de treinar o jogador, mas o fator o humano, fica muito mais fácil. Espero poder retribuir toda confiança que tem depositado em mim dentro de campo. […] Sabemos de toda importância que ele tem dentro do Grêmio. Foi um grandíssimo jogador, é um diferencial que ele tem em relação a outros treinadores — elogiou Diego.

‘Não é um peso': Diego Costa refuta pressão por substituir Suárez

Quanto à inevitável comparação com Suárez, que foi seu companheiro no Atlético de Madrid, Diego Costa não vê como um peso. E até brincou com o fato de substituir o uruguaio, que brilhou no futebol brasileiro na temporada passada, com 29 gols e 17 assistências em 54 jogos.

— Se eu fizer mais gols que o Suárez vai ter que pagar mais [risos]. Lógico que não é um peso. O Grêmio, não só o Suárez, já passaram aqui grandes jogadores. Jardel, Paulo Nunes. Tem uma história muito linda em relação a ter atacantes top. Isso também motiva os grandes jogadores a quererem vir. Quando você tem um clube que tem história com atacantes com muito êxitos, é uma motivação. Sabemos da grandeza do Suárez, mas isso de comparação… é um grande jogador, fez um ano maravilhoso no Grêmio. Lógico que esse ano eu tenho objetivo pessoal, mas o objetivo do Grêmio é titulos. É isso que a gente, e eu penso. Sair daqui e ter conquistado algo com essa camiseta — afirmou.

Foto de Nícolas Wagner

Nícolas WagnerSetorista

Gaúcho, formado em jornalismo pela PUC-RS e especializado em análise de desempenho e mercado pelo Futebol Interativo. Antes da Trivela, passou pela Rádio Grenal e pela RDC TV. Também é coordenador de conteúdo da Rádio Índio Capilé.
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