Cruzeiro marca 1º gol em escanteio no Brasileirão; auxiliar de Diniz explica mudança
Time celeste marcou apenas três gols oriundos de tiros de canto sob o comando de Fernando Seabra, em 2024
O Cruzeiro aos poucos vai ganhando a cara do treinador Fernando Diniz, que chegou ao clube na última terça-feira (24). Ainda que tenha tido apenas três sessões de treinamento para implementar suas ideias, já é notável a mudança em alguns aspectos do time celeste.
Ao ler isso, o torcedor certamente imagina a famigerada saída de bola curta do treinador, uma das principais marcas de seus trabalhos. E de fato o Cruzeiro vai, aos poucos, buscando esse tipo de construção.
Porém, em certos momentos dos dois jogos de Diniz à frente da Raposa, a equipe celeste utilizou as ligações diretas, ou chutões, sem pestanejar.
A mudança que realmente chama mais a atenção até aqui é a melhora considerável em um aspecto que vinha deixando a desejar no trabalho de Fernando Seabra, que comandava o Cruzeiro antes de Diniz: a bola parada ofensiva.
Em apenas dois jogos no Cruzeiro, Fernando Diniz conseguiu fazer com que as bolas paradas do clube celeste se tornassem, de fato, uma arma perigosa para a equipe e isso já surtiu efeito.
No empate desse domingo (29), contra o Vasco, o Cruzeiro fez seu primeiro gol oriundo de uma jogada de escanteio no Campeonato Brasileiro de 2024.
Durante todo o trabalho de Fernando Seabra na temporada, o clube celeste havia feito apenas três gols do tipo, todos eles na Copa Sul-Americana. Um contra o Alianza FC, um contra a Universidad Católica de Quito e um contra o Boca Juniors.
A ineficácia nas bolas paradas ofensivas do Cruzeiro vinha gerando críticas de torcedores e imprensa e, em algumas oportunidades, o treinador Fernando Seabra e seus auxiliares foram questionados sobre o problema, mas nada mudou até sua saída do clube.
Auxiliar de Fernando Diniz explica melhora nas bolas paradas do Cruzeiro
Já na partida contra o Libertad, pela Copa Sul-Americana, após dois treinamentos de Diniz, foi possível notar a melhora nas bolas paradas ofensivas do Cruzeiro, o que revelou uma preocupação especial do treinador no quesito.
Apesar de não balançar a rede após escanteios, algumas oportunidades de gol foram criadas nesse tipo de lance. Algo que raramente ocorria durante a ‘Era Seabra’, o que era estranho, visto que o time celeste possui bons cobradores e cabeceadores em seu elenco.
Também foi possível notar uma mudança nas cobranças. Matheus Pereira, por exemplo, passou a bater escanteios mais abertos, por exemplo, conseguindo “achar” seus companheiros dentro da área.
Contra o Vasco, novamente as coisas funcionaram e, dessa vez, o gol saiu.
O Cruzeiro perdia o jogo quando Matheus Henrique cobrou escanteio para trás e Álvaro Barreal, que tem muita qualidade no cruzamento, colocou a bola na cabeça de Zé Ivaldo. O camisa 5 testou com consciência e mandou colocado, no canto de Léo Jardim.
A bonita jogada ensaiada garantiu um ponto em casa para o Cruzeiro, que sofria para vencer o sistema defensivo vascaíno.
Depois da partida, na coletiva de pós-jogo, a Trivela perguntou ao auxiliar técnico Eduardo Barros, que comandou a equipe celeste na ausência de Fernando Diniz, sobre a melhora no quesito.
Apesar de valorizar o trabalho anterior à contratação da nova comissão, Barros contou que Diniz vem trabalhando esse tipo de jogada desde que chegou ao Cruzeiro.
— Obviamente a gente vai aproveitar muito do que foi desenvolvido pelo Fernando Seabra, mas mesmo com somente três sessões de treino, o Fernando Diniz já foi colocando a digital dele em todas as fases do jogo e isso inclui as bolas paradas.
Então, você bem observou que contra o Libertad a gente já conseguiu ter algumas movimentações que oportunizaram finalização a partir das jogadas de bola parada e hoje, felizmente, o Zé foi premiado com um gol em uma excelente jogada de cobrança curta — contou Edu Barros.
🎙️| RESUMO DA COLETIVA DE EDUARDO BARROS, AUXILIAR DE DINIZ
Acompanhe aqui as palavras do assistente após o empate entre Cruzeiro e Vasco.
📸Gustavo Aleixo/Cruzeiro
— Maic Costa (@maic.bsky.social) September 29, 2024 at 8:40 PM
Marlon valoriza crescimento nas bolas paradas
Outro a falar sobre o tema foi o lateral-esquerdo Marlon, de 27 anos. O camisa 3 chegou a citar o Palmeiras como caso de sucesso no aproveitamento de bolas paradas ofensivas.
— A gente sabe que bolas paradas decidem muitos jogos. Tem o Palmeiras, que nos últimos anos tem tido uma supremacia no Brasileirão, e decide muitos jogos na bola parada.
Sabemos que nossa bola parada ofensiva não é das melhores durante a temporada, mas nos últimos jogos tem melhorado muito. A gente tem jogadores que atacam muito bem a bola e hoje isso foi comprovado. Então é uma arma que a gente pode utilizar, qualificando nos treinamentos, achando situações para esse quebra-cabeça tático dentro da área, para gerar situações e gerar possibilidade de gol — analisou o lateral-esquerdo.