Conheça Bombeiro, torcedor que deixou São Paulo para andar pelo país e acompanhar o Corinthians
Cleibe Vilela Soares, o Bombeiro, se tornou célebre dentro da torcida do Corinthians por estar em vários jogos fora de casa após deixar São Paulo, sua cidade natal
Bombeiro. Este é o nome pelo qual Cleibe Vilela Soares, de 35 anos, é conhecido entre os torcedores do Corinthians, apelido esse que surgiu devido à sua profissão como Bombeiro Civil.
Onde quer que ele vá, as pessoas o reconhecem devido a sua história e dedicação em estar sempre nas arquibancadas, apoiando o time com fervor.
Bombeiro já esteve em diversos estados brasileiros, incluindo Goiás, Pará, Maranhão, Bahia e Ceará, onde a reportagem da Trivela teve a oportunidade de conhecer sua história e trajetória. Cleibe não estava em Fortaleza, mas decidiu viajar para a cidade logo após o primeiro jogo da semifinal da Sul-Americana.
– Eu sou um nômade, meio hippie, então sempre que tem algum jogo do Coringão por alguma cidade ou estado que estou perto, eu vou atrás, tento umas caronas, e sempre ter alguém na caminhada para fortalecer – contou Cleibe.
Bombeiro não possui uma residência fixa e utiliza os albergues municipais para se alimentar, tomar banho e descansar. No início do ano, ele estava no Pará e conseguiu assistir à partida entre Corinthians e Remo pela Copa do Brasil. Após essa partida, sua família ficou preocupada, pois ele não deu notícias desde abril, e divulgaram sua situação nas redes sociais, alegando que Cleibe estava desaparecido.
Algum tempo depois, com a ajuda dos serviços sociais da cidade onde estava, ele conseguiu entrar em contato com sua família, que reside na zona norte de São Paulo, para informar que estava bem. No entanto, ele também compartilhou que tinha sido assaltado no Maranhão e que lhe haviam roubado o celular e o dinheiro que ele possuía. Devido à sua notoriedade dentro das torcidas organizadas, houve uma grande mobilização em sua busca. Isso é evidenciado pela frequência com que outros torcedores o abordam para verificar seu bem-estar e oferecer ajuda:
– Eu fui assaltado lá no Maranhão, levaram meu celular e o dinheiro que eu tinha. Fiquei sem falar com a minha família e aí os manos fizeram essa movimentação para ajudar a me achar, mas depois fiquei sabendo do auxílio que a assistência social dá, e estou indo assim. As coisas que eu tinha do Corinthians acabei vendendo para juntar um valor também – relatou Bombeiro.
Conversando com um dos torcedores que buscou saber como Bombeiro estava e do que estava precisando, a explicação foi simples e objetiva, mas mostra o espírito do que é a torcida do Corinthians:
– A gente sabe do corre dele, sabe das dificuldades, então não custa dar uma fortalecida na alimentação, no dinheiro para ele continuar a vida dele do jeito que ele escolheu. Nossa lealdade não é só com o Corinthians não, é com nossos irmãos de arquibancada também – contou o torcedor.
Após andar quilômetros para chegar em Fortaleza, Cleibe não tinha ingresso para o jogo do Castelão, mas estava confiante de que na porta do estádio conseguiria um ingresso e estaria com os quatro mil corintianos.
Na manhã de quarta-feira, chegou a notícia de que Bombeiro conseguiu um ingresso e assistiu à partida no Castelão. Infelizmente para ele e os quatro mil corinthianos presentes, o Corinthians foi eliminado pelo Fortaleza.
Torcedores de outros estados geralmente passam por dificuldades em conseguir ingresso
O Corinthians possui uma das maiores torcidas do país, com fãs de norte a sul, seja porque se mudaram para outra cidade ou estado, seja por influência de alguém ou simplesmente por se apaixonarem pelo clube.
No entanto, essas pessoas têm poucas chances de assistir aos jogos pessoalmente, ao contrário dos residentes em São Paulo, que têm acesso à venda de ingressos de forma mais fácil.
Portanto, quando o Corinthians joga fora da capital paulista, é comum ver torcedores locais, além das subsedes das torcidas organizadas, em busca de ingressos.
Devido a essa dificuldade, alguns acabam recorrendo a cambistas que ficam sempre nas proximidades das bilheteiras. No Castelão, por exemplo, o ingresso para visitantes custava R$ 150, mas estava sendo vendido por R$ 400 na porta do estádio, mais do que o dobro do valor original.
É importante lembrar que a venda clandestina de ingressos é ilegal.