Ramón Díaz recusou salário sete vezes maior do que ganha no Corinthians
Nas últimas semanas, treinador corintiano recebeu o convite para assumir a seleção da Arábia Saudita, mas não aceitou para permanecer no Timão
A vitória do Corinthians sobre o Palmeiras no clássico disputado nesta segunda-feira (4), pelo Brasileirão, foi especialmente importante para o técnico Ramón Díaz.
Pressionado no cargo após as eliminações recentes do Timão na Copa do Brasil e Sul-Americana, o treinador ficaria em uma situação praticamente insustentável no caso de derrota no Dérbi.
Experiente, Ramón, no entanto, não se deixa levar pela pressão e está feliz no comando da equipe alvinegra.
Ele gosta de trabalhar no Brasil, onde está desde o ano passado, quando chegou para dirigir o Vasco, e pretende permanecer por mais algum tempo no país.
Tanto que nas últimas semanas o treinador argentino recusou uma proposta milionária para assumir a seleção da Arábia Saudita, que recentemente demitiu o italiano Roberto Mancini.
– Deixamos passar uma única oferta na semana passada, a mais importante da nossa história. Recusamos essa oferta porque estamos cumprindo o sonho de estar no Corinthians – destacou Emiliano Díaz, filho e auxiliar de Ramón, em entrevista coletiva após vitória corintiana no clássico contra o Palmeiras.
A Trivela apurou que o valor oferecido pelos sauditas à comissão técnica foi de 23 milhões de dólares (R$ 132,15 milhões, na cotação atual) por ano.
Com negativa, Ramón e comissão deixaram de aumentar em sete vezes os seus salários
Se desmembrarmos mensalmente o valor anual oferecido pelo país do Oriente Médio a Ramón Díaz e a sua equipe, o custo ficaria de 1,9 milhão de dólares (R$ 10,92 milhões).
Atualmente, a comissão técnica corintiana recebe R$ 1,6 milhão por mês.
Desta forma, caso os profissionais topassem a proposta da Arábia Saudita passariam a receber salários aproximadamente sete vezes maiores do que ganham hoje no Corinthians.
Além do desejo de permanecer no Brasil, dirigindo o Timão, um fator que pesou para a recusa de Ramón Díaz aos árabes foi a necessidade de abandonar a equipe alvinegra em meio aos jogos das semifinais da Copa Sul-Americana.
Os sauditas desejavam que o treinador iniciasse o trabalho na seleção imediatamente após a assinatura do contrato.
Desta forma, a comissão do técnico argentino teria que viajar para o Oriente Médio logo após o jogo de ida contra o Racing, disputado no dia 24 de outubro.
Além de Ramón e Emiliano Díaz, auxiliar e filho do treinador, formam a comissão técnica: os assistentes Osmar Daniel Ferreyra e Bruno Urribarri e o preparador físico Diego Pereira.
Ramón é amado por sheiks árabes
Ramón Díaz teve duas passagens de sucesso pelo Al-Hilal, um dos clubes mais populares da Arábia Saudita.
Na mais recente, entre 2022 e 2023, conquistou um liga, uma copa e uma supercopa local, além de ser vice-campeão mundial de clubes, derrotando o Flamengo na semifinal.
Após o triunfo sobre a equipe carioca, inclusive, Ramón e Emiliano receberam uma bonificação de 3 milhões de dólares cada. Os demais membros do corpo técnico ganharam 1,5 milhão de dólares.
Desde junho de 2023, o Hilal é controlado pela Arábia Saudita, através de um plano de investimento público. O país detém 75% do capital da equipe que atualmente conta com estrelas internacionais, como o atacante Neymar.
Desta forma, os trabalhos de sucesso de Ramón no time saudita faz com que o nome dele seja muito bem avaliado pelos sheiks locais.
Além dos títulos citados acima, o técnico argentino tem outros dois campeonatos árabes e uma Copa do Rei no currículo dirigindo o Al-Hilal, conquistas que são frutos da primeira passagem do treinador pelo clube.
