Corinthians x Palmeiras: os 15 dérbis mais inesquecíveis do Campeonato Paulista
Rivalidade é uma das maiores do Brasil e a mais antiga de São Paulo
A rivalidade entre Corinthians e Palmeiras é uma das maiores do Brasil. Em 2025, o clássico completa 108 anos e teve boa parte da sua história escrita no Campeonato Paulista.
Nesta quinta-feira (6), as equipes se encontram para a 217ª edição do confronto no Campeonato Paulista. O Corinthians levou a melhor em 80 oportunidades, enquanto o Palmeiras tem 71 vitórias, com 66 empates completando a conta.
Confira abaixo os 15 momentos históricos do Dérbi na história do Estadual de São Paulo.
Palestra atrapalha o Corinthians e consolida rivalidade histórica em 1921
Corinthians e o então Palestra Itália já se enfrentavam desde 1917. Logo no primeiro jogo entre eles, os sinais de rivalidade foram expostos, com o time da colônia italiana vencendo por 3 a 0 e interrompendo uma sequência de invencibilidade de 25 jogos do Timão.
No ano seguinte, em 1918, alguns jogadores palestrinos arremessaram ossos de galinha em direção a uma pensão onde estavam atletas corintianos antes de uma partida entre as equipes. Em alguns dos ossos estava escrita a frase: “O Corinthians é canja de galinha para o Palestra”.
Em campo, o jogo terminou empatado por 3 a 3. E o pedaço de osso é até hoje exibido na sala de troféus da equipe alvinegra.
A consolidação da rivalidade, porém, aconteceu na última rodada do Campeonato Paulista de 1921, quando o Corinthians entrou em campo dependendo de uma vitória sobre o Palestra Itália para ser campeão.
Contudo, os palestrinos venceram por 3 a 0 e impediram o título corintiano. Assim, a taça ficou com o Paulistano naquela temporada.
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Maior goleada do Dérbi aconteceu em “Paulistão dividido”
A maior goleada no Dérbi também aconteceu em um jogo pelo Campeonato Paulista, em 1933.
O ano em questão foi o primeiro em que o futebol se tornou oficialmente profissional.
O Palestra Itália vinha embalado com a conquista do Paulistão no ano anterior, último da era amadora, com 100% de aproveitamento.
Na penúltima rodada do Campeonato Paulista, aconteceu o segundo Dérbi do torneio – o primeiro já havia sido vencido pelos palestrinos por 5 a 1.
No Stadium Palestra Itália, recém-remodelado, o Palestra aplicou 8 a 0 sobre o Corinthians, goleada que nunca foi superada na história do clássico.
Romeu Pellicciari marcou quatro vezes, Gino Imparato três e Gabardo uma.
O duelo em questão também foi válido pelo torneio Rio-SP. As duas competições, ao final, tiveram o Palestra Itália como campeão.
Do lado corintiano, a derrota desencadeou uma crise sem precedentes, com torcedores ateando fogo na sede do clube e o então presidente Alfredo Schürig, que dá nome ao Parque São Jorge, pedindo demissão.
Deu Verdão na primeira final direta contra o Corinthians
Na primeira final direta de campeonato entre os times, o Palestra Itália novamente levou a melhor.
O Corinthians havia vendido o primeiro turno do Campeonato Paulista de maneira invicta, enquanto o Palestra havia conquistado o segundo turno.
A decisão foi disputada em três partidas:
- Vitória do Palestra Itália, por 1 a 0, no estádio Palestra Itália, no primeiro jogo. Partida em que os jogadores do Corinthians deixaram o campo aos 31 minutos do segundo tempo, por reclamação de falta no lance do gol palestrino;
- Empate por 0 a 0 no Parque São Jorge, no segundo jogo;
- Vitória palestrina por 2 a 1, no estádio Palestra Itália, no terceiro confronto.
Nos 400 anos de São Paulo, Corinthians conquistou título histórico sobre o maior rival
O Campeonato Paulista de 1954 teve grande importância, pois marcava os 400 anos de fundação da cidade de São Paulo.
A competição foi decidida no início de 1955, com o Corinthians confirmando o título com uma rodada de antecedência ao empatar em 1 a 1 com o Palmeiras, já batizado com o nome, após a Segunda Guerra Mundial.
Luizinho, O Pequeno Polegar, abriu o placar para o Timão. O empate palmeirense aconteceu com gol de Nei. Porém, o goleiro Gilmar foi o destaque da partida com grandes defesas que garantiram o placar necessário para que o clube alvinegro conquistasse o Paulistão.
A conquista corintiana, porém, iniciou uma fila de 23 anos da equipe alvinegra sem conquistar título algum.
Zum, zum, zum é 21: Palmeiras mantém tabu do Corinthians em final com ídolos históricos
Há 20 anos sem títulos, o Corinthians, que contava com nomes importantes como Rivelino, Vaguinho e Zé Maria, enfrentou o Palmeiras na final do Campeonato Paulista de 1974.
Do outro lado, o Palmeiras também tinha uma grande equipe, com nomes como os meias Dudu e Ademir da Guia e comandado por Oswaldo Brandão, que três anos depois seria o treinador que tiraria o Timão da fila.
No estádio do Morumbi, com mais de 120 mil torcedores, a maioria corintianos, o Verdão venceu por 1 a 0, gol marcado pelo centroavante Ronaldo, aos 24 minutos do segundo tempo.
Ao fim da partida, a minoria palmeirense iniciou os gritos de “zum, zum, zum é 21” em alusão ao tempo sem títulos do rival.
No dia dos namorados, a paixão palmeirense floresceu em vitória sobre o Corinthians
Quem também passou um longo período sem títulos foi o Palmeiras. Após conquistar o Paulistão de 1976, a equipe alviverde passou 16 anos sem ser campeã.
O tabu foi derrubado no dia 12 de junho de 1993, contra o Corinthians, no estádio do Morumbi.
Após ser derrotado por 1 a 0 pelo Timão no jogo de ida, o elenco palmeirense, à época comandado por Vanderlei Luxemburgo, ficou durante uma semana retirado em Atibaia.
Na volta, o duelo disputado no estádio do Morumbi terminou com o triunfo do Verdão por 4 a 0. Sendo os três primeiros gols marcados no tempo normal e o último, de Evair, em cobrança de pênalti, na prorrogação, conforme o regulamento da época.
A conquista foi a primeira da parceria de cogestão entre o Palmeiras e a empresa Parmalat, que durou até o fim do ano 2000.
Na terra de Sócrates, Corinthians descantou em finais contra o Palmeiras
O Corinthians se vingou do Palmeiras na final do Paulistão de 1995, após perder três decisões seguidas para o rival alviverde: Estadual e Rio-SP em 1933 e Brasileirão em 1994.
Os dois jogos finais daquele ano foram disputados em Ribeirão Preto, no estádio Santa Cruz.
O primeiro confronto terminou empatado por 1 a 1, com o Palmeiras buscando o empate no último minuto, com gol de Nilson.
O mesmo atacante palmeirense foi quem abriu o placar na partida de volta. O Timão, porém, virou o jogo com gols de Marcelinho Carioca, de falta, e Elivelton, na prorrogação.
A conquista corintiana foi a primeira da história do clube sobre o Palmeiras em uma final direta.
Contra os libertados, Paulistão de 99 foi conquistado pelos encapetados
Palmeiras e Corinthians decidiram o Campeonato Paulista de 1999 no auge da rivalidade dos clubes, que na mesma temporada haviam se enfrentado nas quartas de final da Libertadores – com o Palmeiras se classificando na disputa por pênaltis.
A decisão do Estadual naquela temporada aconteceu entre as partidas decisivas da competição continental, que tinha o Verdão envolvido. Por isso, o Palmeiras, que era comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, levou a equipe reserva no jogo de ida.
Em campo, o Corinthians se aproveitou da fragilidade palmeirense, escalado de forma alternativa, e venceu de forma contundente, por 3 a 0.
Na volta, o Verdão, já campeão da Libertadores, tentou reverter o placar, mas a partida terminou empatada por 2 a 2.
Logo após o segundo gol corintiano, o meia Edílson provocou os palmeirenses fazendo embaixadinhas. O lateral-esquerdo Junior revidou com uma falta dura sobre o Capetinha. Na sequência, Paulo Nunes entrou na briga, que se tornou generalizada.
O árbitro Paulo César de Oliveira, então, encerrou a partida antes dos 45 minutos e sagrou a equipe do Parque São Jorge como campeã.
Mesmo derrotado, alguns jogadores do Palmeiras permaneceram no gramado do Morumbi e celebraram o título continental que havia sido conquistado dias antes.
As duas equipes só voltariam a se enfrentar em uma final 19 anos depois, em 2018, também pelo Paulistão.
Nem o alambrado resistiu ao gol fenomenal
A contratação do atacante Ronaldo pelo Corinthians no início de 2009 movimentou o futebol brasileiro.
A estreia do centroavante com a camisa corintiana aconteceu no dia 4 de março, entrando no segundo tempo da partida contra o Itumbiara, de Goiás, pela Copa do Brasil.
O craque entrou no segundo tempo de um confronto que já estava decidido com a vitória corintiana por 2 a 0 sobre os goianos, que até mesmo eliminou a possibilidade de jogo na volta, conforme regulamento à época.
Quatro dias depois, o Fenômeno voltou a ser relacionado e novamente iniciou no banco de reservas. A partida em questão era contra o Palmeiras, pela primeira fase do Campeonato Paulista, no estádio Prudentão, na cidade de Presidente Prudente.
O Verdão saiu na frente do placar, com gol de Diego Souza no início do segundo tempo.
Ronaldo entrou no decorrer da etapa final. E aos 47 minutos, subiu mais alto que a defesa palmeirense e escorou para as redes após cobrança de escanteio de Douglas.
Durante a comemoração, até mesmo o alambrado do estádio caiu.
Quem riu por último, riu melhor
Após a eliminação do Corinthians na pré-Libertadores para o Tolima, da Colômbia, em 2011, o técnico Tite estava muito pressionado e corria chances de ser demitido.
O confronto seguinte foi um clássico contra o Palmeiras, no estádio do Pacaembu.
Antes do jogo, a torcida palmeirense fez um mosaico com os dizeres “ha, ha, ha”, como deboche pela recente desclassificação corintiana na competição continental – que até então nunca havia sido vencida pelo Timão.
Em campo, o Timão venceu por 1 a 0, gol do lateral Alessandro.
A vitória no Dérbi deu sobrevida ao técnico Tite, que se garantiu no cargo e se tornou um dos grandes nomes da história corintiana.
No mesmo ano de 2011, o Timão foi campeão brasileiro. E em 2012, conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes.
O capitão da equipe responsável por levantar a taça nesses episódios foi justamente Alessandro.
Para muitos, uma vitória palmeirense no clássico pelo Paulista de 2011 poderia ter mudado o rumo da história.
Palmeiras calou torcida do Corinthians através das mãos de São Prass
Foi o primeiro mata-mata da Neo Química Arena, ainda sem o naming rights vendido, o que só viria acontecer cinco anos mais tarde.
Palmeiras e Corinthians se enfrentaram na semifinal do Paulistão de 2015. O jogo único foi disputado no estádio corintiano, que tinha melhor campanha.
O Verdão saiu na frente, com gol do zagueiro Vitor Reis, mas sofreu a virada ainda na primeira etapa, com Danilo e Steve Mendoza marcando para o clube alvinegro.
Porém, já na etapa final, Rafael Marques igualou o placar e levou a decisão para os pênaltis.
O meia Robinho isolou a primeira cobrança do Palmeiras. Porém, Elias desperdiçou a última cobrança corintiana e levou para a série de batidas alternadas. Fernando Prass, que já tinha feito uma defesa, realizou a segunda na finalização de Petros e eliminou o Corinthians no primeiro mata-mata dos alvinegros como mandante.
Nem confusão da arbitragem tirou hegemonia corintiana no centenário do Dérbi
O ano de 2017 marcou o centenário do clássico entre Palmeiras e Corinthians. E o primeiro confronto aconteceu na primeira fase do Campeonato Paulista.
O Timão jogou todo o segundo tempo com um jogador a menos, pois o árbitro Thiago Duarte Peixoto expulsou erroneamente o volante Gabriel em lance de falta em cima do atacante Keno. A infração, no entanto, foi cometida por Maycon, que não tinha amarelo.
O erro rendeu a Thiago um longo período de afastamento. O profissional nunca voltou a figurar na primeira prateleira da arbitragem brasileira após o episódio.
Com um jogador a mais, o Palmeiras encurralou o Corinthians por mais de 45 minutos.
Porém, próximo aos acréscimos do segundo tempo, o meia Alejandro Guerra, recém-chegado ao Verdão, escorregou e foi desarmado. A situação ocasionou um contra-ataque para o Timão, que converteu o lance em gol, marcado pelo centroavante Jô.
O Timão venceu os outros dois Dérbis realizados no centenário do clássico, ambos pelo Campeonato Brasileiro, que foi vencido pela equipe alvinegra.
Paulistão ou Paulistinha, deu Corinthians em plena casa do Palmeiras em 2018
Após 19 anos, Palmeiras e Corinthians voltaram a se enfrentar em uma final. E novamente no Campeonato Paulista.
O jogo de ida foi vencido pelo Verdão, em plena Neo Química Arena, por 1 a 0. O gol da partida foi marcado pelo atacante Miguel Borja, contratado a peso de ouro na temporada passada, mas que ainda deixava a desejar com a camisa alviverde.
O Timão descontou o placar logo no primeiro minuto do jogo de volta, disputado no Allianz Parque. Rodriguinho foi o responsável por marcar a favor da equipe alvinegra.
Na decisão por pênaltis, Dudu e Lucas Lima desperdiçaram as cobranças e o Corinthians foi o campeão em plena casa palmeirense.
Para o Palmeiras, a partida ficou marcada pela polêmica envolvendo um pênalti contestável em cima do atacante Dudu, que inicialmente foi marcado pelo árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, mas posteriormente revogado pelo próprio profissional do apito.
Houve alegação de interferência externa por parte da equipe de arbitragem, o que gerou revolta da diretoria palmeirense e até rompimento com a Federação Paulista de Futebol.
Após o jogo, Maurício Galiotte, então presidente do Palmeiras, fez duras críticas à entidade máxima do futebol paulista, disse que a competição havia terminado manchada e classificou o torneio como “Paulistinha”.
Gol de garoto, gol de título, gol do Palmeiras: final sem torcida, em que os corações alviverdes se conectaram (mas, também, quase pararam)
Dois anos depois, Palmeiras e Corinthians voltaram a se enfrentar em uma final de Campeonato Paulista.
Na ocasião, a partida decisiva foi disputada com portões fechados, por conta da pandemia de Covid-19 que assolava o planeta.
O Verdão teve a chance de eliminar o maior rival semanas antes da final, quando os times se enfrentaram pela primeira fase e o Timão precisava de três vitórias nos últimos três jogos para avançar às quartas de final do Estadual.
A equipe alvinegra, porém, venceu o duelo por 1 a 0, na Neo Química Arena. O gol foi marcado pelo zagueiro Gil.
Assim como havia acontecido em 2018, o estádio corintiano sediou a partida de ida, que terminou empatada sem gols.
Na volta, realizada no Allianz Parque, o Palmeiras saiu na frente com um gol do centroavante Luiz Adriano.
Porém, no último segundo da partida, o zagueiro Gustavo Gómez cometeu pênalti no centroavante Jô, que converteu a cobrança.
O título foi definido na disputa por pênaltis, onde brilharam as estrelas do goleiro Weverton e do volante recém-promovido das categorias de base Patrick de Paula.
O arqueiro palmeirense defendeu duas cobranças (de Michel Macedo e Cantillo) e a cria da Academia foi responsável por converter a última batida, no ângulo esquerdo do goleiro Cássio.
A Batalha de Barueri
O último duelo entre Palmeiras e Corinthians pelo Campeonato Paulista foi histórico.
Para o Timão, a competição foi algo a se esquecer, com a equipe sequer se classificando às quartas de final. Porém, o duelo contra o maior rival na primeira fase foi histórico.
O Verdão abriu 2 a 0 na Arena Barueri e viu o rival empatar nos minutos finais. Sendo que o segundo gol, marcado pelo meia argentino Rodrigo Garro, aconteceu aos 54 minutos do segundo tempo.
Antes, quando a partida era vencida pelo Palmeiras por 2 a 1, o goleiro Cássio foi expulso. Como o Timão já havia esgotado a quantidade de substituições, o zagueiro Gustavo Henrique foi para o gol.
O empate foi comemorado como vitória pelos corintianos.
