Derrota para o Fortaleza e venda de Wesley mudam estratégia do Corinthians por Arthur Cabral
Para atender pedido de Ramón Díaz, o Timão vai com tudo em busca de reforçar o ataque com Arthur Cabral
A segunda-feira (26) abre a última semana da janela de transferências no Brasil. E o Corinthians, que ainda está ativo no mercado, vai usar deste tempo restante para ir com tudo na busca por mais um reforço para o ataque.
Na derrota para o Fortaleza, neste domingo (25), o Timão voltou a perder um caminhão de gols e fez com que o técnico Ramón Díaz voltasse a pedir à diretoria corintiana soluções para o setor ofensivo.
Nos últimos dias, a equipe alvinegra fechou a contratação do espanhol Héctor Hernández, que mesmo aprovado por Ramón não é exatamente o atleta desejado pelo treinador.
A expectativa do comandante corintiano é que o atacante contratado não seja uma aposta, mas que chegue com credenciais suficientes para se encaixar na equipe.
Por isso, o Corinthians está em busca de Arthur Cabral, que atualmente defende o Benfica, de Portugal.
O Timão sabe da dificuldade da negociação, principalmente por conta da falta de tempo, mas conta com o empresário Paulo Pitombeira para que o negócio aconteça.
Em tempo, as movimentações corintianas por reforços na zaga e lateral-esquerda foram interrompidas.
A prioridade é a contratação de um atacante para atender o desejo de Ramón. Caso reste tempo na janela e oportunidades de mercado interessantes será pensada negociações para reforçar o sistema defensivo.
Dinheiro de Wesley pode ajudar o Corinthians no mercado
O Corinthians acelerou a venda do atacante Wesley para o Al-Nassr, da Arábia Saudita, no último sábado (24), também para ter caixa na reta final da janela.
O negócio ainda não foi fechado, mas já tem a aprovação de todas as partes envolvidas, restando apenas detalhes burocráticos para ser concluído.
Dono de 70% dos direitos econômicos de Wesley, o Timão receberá algo em torno de R$ 70 milhões na negociação, ainda mantendo 10% para lucrar em uma possível venda futura do jogador.
A sinalização é que os árabes pagarão à vista esse valor, contribuindo com o fluxo de caixa corintiano, que atingirá a meta de arrecadação em vendas de ativos que tinha sido estipulada para a temporada.
Com isso, sabendo que terá o dinheiro em caixa, o Corinthians tem garantias para ser mais agressivo no mercado na semana decisiva da janela.
Em relação a Arthur, o dinheiro seria usado para o pagamento de uma taxa pelo empréstimo do jogador, que teria em seu contrato uma cláusula de obrigatoriedade de compra através de atingimento de metas atrelada a quantidade de minutos jogados durante o período de cessão provisória em que o atleta ainda teria vínculo com o Benfica.
Trunfos do Corinthians para contratar Arthur Cabral
A possibilidade do Timão ser obrigado a comprar o centroavante mediante ao rendimento e produtividade era algo que o clube alvinegro tentou fugir na primeira rodada de conversas com os portugueses e o estafe do jogador, mas passou a considerar mediante ao pedido de Ramón Díaz, após a derrota para o Fortaleza.
A situação é muito parecida com a da contratação de Talles Magno, onde só foi possível que o negócio saísse com o Corinthians se comprometendo a pagar 13,5 milhões de dólares (R$) ao Grupo City no fim do empréstimo caso o atacante atinja alguns objetivos.
Nas duas situações, o papel do empresário do atleta também é visto como fundamental. Carlos Leite foi quem amarrou a negociação envolvendo Talles Magno, enquanto Paulo Pitombeira, que está em Portugal, tem se mostrado disposto a ajudar a direção corintiana na situação referente a Arthur Cabral.
Assim como o City, o Benfica também quer reaver o investimento feito pelo centroavante, já que foram pagos 20 milhões de euros (R$) para comprá-lo da Fiorentina, da Itália, há uma temporada.
De todo modo, os portugueses consideram a possibilidade de emprestar o jogador, mas só com garantias de que não será um mau negócio e isso está atrelado diretamente com dois fatores:
- Taxa de empréstimo: garante um recebimento mínimo pela transação, com a possibilidade de seguir com o ativo e negociá-lo novamente no caso do Corinthians não quiser manter o atleta no elenco ao fim da cessão;
- Obrigatoriedade de compra: garante a venda do jogador por uma quantia considerada agradável pela equipe que possui os direitos econômicos do ativo atualmente.
A diferença crucial entre os casos de Arthur Cabral e Talles Magno é o desejo do jogador.
Enquanto Talles, após três anos nos Estados Unidos, estava disposto a voltar ao Brasil e jogar no Corinthians, Arthur ainda pensa em ficar mais algum tempo na Europa.
Será missão de Pitombeira convencer o jogador de que o retorno ao país de origem será importante para a carreira.
O centroavante está na Europa desde 2020, quando foi vendido pelo Palmeiras ao Basel, da Suíça. Depois, ele jogou no futebol italiano, pela Fiorentina, e desde a temporada passada veste a camisa do Benfica.
O Corinthians tem outros centroavantes no radar?
Liderado por Renan Bloise, homem de confiança do executivo de futebol corintiano Fabinho Soldado, o departamento de análise de mercado está debruçado em alternativas para o ataque nesta reta final de janela de transferências.
O grande problema até aqui está no perfil desejado por Ramón Díaz: atletas tarimbados e que cheguem com o mínimo possível de desconfiança.
Até o momento, o scout do Corinthians mapeou alternativas com perfil mais voltado à aposta e os nomes trazidos dentro do desejo do treinador foram vetados pelo departamento financeiro, que não avaliou positivamente o custo-benefício das situações, principalmente considerando os valores.