Copa do Brasil

Tite defende estratégia no Flamengo: ‘Não vou colocar a equipe para se acovardar’

Treinador retornou à área técnica depois de sofrer uma arritmia cardíacia na volta de La Paz, no último fim de semana

Vencer um time forte e bem treinado do Bahia, fora de casa, para largar em vantagem nas quartas de final da Copa do Brasil, era o objetivo do Flamengo. Ao contrário de outras eliminatórias, nas quais a equipe sofreu até os minutos finais, o Rubro-Negro fez um jogo coeso nesta quarta-feira (28). Tudo no melhor estilo Tite.

Se muitos reclamaram anteriormente, após o apito final, a maior parte dos rubro-negros se rendeu ao estilo do treinador. É preciso saber sofrer, pelo menos para quem quer ser campeão sob a batuta do comandante. Ao contrário do que muitos pensam, contudo, Tite não quer se acovardar diante dos rivais, mas ganhar com aplicação tática e equilíbrio.

— Jogo de hoje tem bastante coisa para a gente falar. E a felicidade da performance da equipe, das decisões que temos que tomar em cima de uma sequência, das entradas dos atletas… Hoje de novo a necessidade do Igor (Jesus), que não vinha sendo utilizado, entrou bem. Daqui a pouco machucou um atleta e ficamos com 10 homens, a recomposição, o BH (Bruno Henrique) de 9… Tem um monte de coisa legal aí — disse, durante a entrevista coletiva.

Defender sem ser covarde

Esse é o principal objetivo de Tite no Flamengo. O técnico explicou que a equipe sabe ser defensivo, mas não abdica do seu estilo de jogo para defender um resultado. A solidez faz parte desse equilíbrio, algo visto ao longo dos 90 minutos diante do Bahia, que viram Matheus Cunha ser pouco ameaçado.

Sobre o discurso de covardia, difundido por ala da torcida rubro-negra que defende um time ofensivo a qualquer custo, Tite foi incisivo ao falar que tudo faz parte da estratégia e contexto da partida.

— Eu respeito sua opinião, mas divirjo dela. Se você quiser se defender, está mais perto de perder. A nossa proposta é de jogar da mesma forma, com três pressões onde a bola estiver. Senão vai perder. Não vou colocar a equipe para se acovardar. Pode ser (defensiva) numa circunstância do jogo. No segundo tempo fomos melhores, conseguimos a posse, conseguimos a marcação maior, ficamos à mercê do segundo gol. A equipe que precisa do placar precisa abrir e dá espaço — frisou.

Lesões continuam causando problemas

O Flamengo até saiu com o resultado positivo de Salvador, mas retorna ao Rio de Janeiro com preocupações. Se o time já tinha sete desfalques, sendo cinco — Arrascaeta, Gabigol, Viña, Cebolinha e Pedro — no departamento médico, a lista pode aumentar. Michael e De La Cruz precisaram ser substituídos por conta de dores na coxa.

Tite lamentou muito os problemas físicos, especialmente o de Michael, recém-chegado ao Flamengo. O departamento médico, que já está cheio, pode ficar lotado.

— Talvez não tenhamos tempo o suficiente para falar a respeito do quanto influencia no atleta. E quanto se trabalha em função disso PAra a gente tomar decisão sem expor o atleta, a saúde. Inevitavelmente acontece e dói. Precisamos do Michael porque não tínhamos e ele jogou o jogo todo lá (contra Bragantino). Não era para jogar o jogo todo. Veio com boa vontade e foi decisivo. Quase ia fazer o segundo gol, não foi falta. Não foi nada, ele tirou o corpo. Só para deixar registrado. Um jogador decisivo e você perde na sequência. A gente tenta preservar ao máximo, mas é duro — finalizou.

Para a sorte de Tite e companhia, o Flamengo terá a pausa da Data Fifa para recuperar seus atletas. Serão 11 dias de paralisação até o retorno aos jogos. Antes disso, o Rubro-Negro entra em campo no domingo (01), para enfrentar o Corinthians, na Neo Química Arena, em jogo válido pela 25ª rodada do Brasileirão.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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