‘Ninguém está acostumado a sofrer mais que nós’: o discurso por trás da superação do Vasco na Copa do Brasil
Rafael Paiva também valorizou a frieza ao passar por três disputas de pênaltis que levaram às semifinais da Copa do Brasil
Foi mais uma vez no sofrimento e na superação, mas o Vasco conseguiu a classificação às semifinais da Copa do Brasil. Pela terceira vez nesta atual campanha, o Cruz-Maltino precisou dos pênaltis para passar por um adversário.
Desta vez, pelo Athletico-PR, em plena Ligga Arena, após perder durante os 90 minutos por 2 a 1, mesmo placar do jogo de ida, vencido pelo Vasco.
Como se não bastasse o drama dos pênaltis, o Vasco ainda jogou todo segundo tempo com um jogador a menos, após a expulsão de Rayan na reta final da primeira etapa. Muitos jogadores terminaram a partida visivelmente desgastados, além dos que precisaram ser substituídos durante o jogo, como Lucas Piton.
Assim, é claro, o famoso “saber sofrer” foi valorizado pelos jogadores e pelo técnico Rafael Paiva depois da classificação para as semifinais da Copa do Brasil, onde o Vasco vai enfrentar Atlético-MG ou São Paulo.
Artilheiro do Vasco e da Copa do Brasil, e autor do gol que fez o Vasco garantir a ida para os pênaltis, Pablo Vegetti ainda foi além. Para ele, ninguém sabe sofrer mais do que o Vasco.
– Usar esta camisa é algo muito grande, muito bonito, mas a gente tem que entender que a responsabilidade de usar esta camisa é imensa. Eu falei no vestiário que estamos acostumados a sofrer. Então, hoje ficamos com resultado adverso, com expulsão, conseguimos o gol, aguentamos todo o segundo tempo e falei que ninguém está acostumado a sofrer mais que nós. E é hora para que a gente comece a desfrutar, porque o ano passado sofremos muito. Mas, com coragem, nos momentos ruins, se fez muito mais forte – afirmou Vegetti na saída de campo da Ligga Arena.
Rafael Paiva cita sofrimento, mas valoriza objetivo alcançado
O técnico Rafael Paiva também falou sobre o sofrimento do Vasco na Ligga Arena. No entanto, mais uma vez ele alertou sobre o time sofrer mais do que o “necessário”.
— A gente tem sofrido bastante ultimamente, com placares, com jogadores a menos. Acho que isso tem norteado um pouco o nosso trabalho, sofrendo um pouco mais do que a gente gostaria, mas isso nos eleva. Estamos sofrendo, mas conseguindo atingir os resultados. Queríamos a vitória hoje, mas veio a classificação importantíssima. Estamos batalhando muito para evoluir, temos conseguido sucesso no Brasileiro e na Copa do Brasil. Estamos felizes, sofrendo, mas atingindo os objetivos e isso é o mais importante – disse Rafael Paiva em coletiva.
Frieza nos pênaltis
Além do “saber sofrer”, o Vasco mostrou mais uma vez muita frieza para chegar na semifinal da Copa do Brasil. Assim como nas disputas contra o Água Santa, na segunda fase, o Fortaleza, na terceira, o Cruz-Maltino mais uma vez acertou todas as cobranças realizadas. Ou seja, 100% de aproveitamento.
Até o momento, o Vasco converteu os 14 pênaltis que teve em disputas na Copa do Brasil deste ano. Além disso, em cada uma destas disputas, o goleiro Léo Jardim defendeu uma das cobranças do adversário. Contra o Athletico-PR, Léo defendeu o pênalti de Cannobio.
O bom desempenho do grupo nos pênaltis e o retrospecto de Léo Jardim no Vasco já davam confiança ao técnico Rafael Paiva.
— Trabalhamos muito os pênaltis na semana, e não trabalhamos só os jogadores que entram porque sabíamos que teria desgaste e nos cobrar trocas. Trabalhamos todo mundo, Sforza era um jogador amarelado, mas sustentou bem o jogo fisicamente, é um jogador que bateria pênalti, o que nos ajudou a mantê-lo em campo. Victor Luis tem bola parada acima da média, Vegetti é nosso batedor oficial, Puma vai para as decisões e bate os pênaltis também – afirmou Rafael Paiva, antes de completar.
— Então tínhamos que controlar a intensidade, e manter a estratégia defensiva. Mas sabíamos que no fim do jogo poderíamos colocar algum jogador para nos ajudar nos pênaltis, Puma foi um deles. É um quebra-cabeça para resolver com pressão absurda e não podia tomar gol no fim para nos mantermos vivos. Sabemos da qualidade do Léo também, dificilmente ele fica cinco penalidades sem defender um pênalti. Estão estávamos muito confiantes que íamos classificar – disse o treinador.
Campanha do Vasco na Copa do Brasil
- Marcílio Dias 1 x 3 Vasco – Primeira fase;
- Vasco 3 (4) x (1) 3 Água Santa – Segunda fase;
- Fortaleza 0 x 0 Vasco – Terceira fase (ida);
- Vasco 3 (5) x (4) 3 Fortaleza – Terceira fase (volta);
- Atlético-O 1 x 1 Vasco – Oitavas de final (ida);
- Vasco 1 x 0 Atlético-GO – Oitavas de final (volta);
- Vasco 2 x 1 Athletico-PR – Quartas de final (ida);
- Athletico-PR 2 (4) x (5) 1 Vasco – Quartas de final (volta);